kimberly

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Trinity MacGyver sentia-se decepcionada consigo mesma. Finn estava em uma cama de hospital e desacordado, bem diferente de como ela planejava encerrar o dia.

O pai da garota, que imaginava que ela estava na casa do campo para aulas de arco e flecha, quase teve uma síncope ao saber que a sua filha sustentou o Shelby mais novo até que a ajuda chegasse. Seus irmãos pessoalmente o colocaram no carro e seguiram o mais rápido que podiam para o hospital, interditando o maldito lugar para que Finn tivesse toda a atenção dos médicos.

Morreriam de culpa e desgosto se tivessem deixado o próprio irmão para a morte.

Trinity não aguentou por muito tempo depois que os outros chegaram; a garota desmaiou e foi segurada por Thomas, quem a levou até outro carro e ordenou que a levassem para a cidade, para o mesmo hospital que Finn. Thomas Shelby estava aflito, apesar desse tipo de coisa quase nunca transparecer por seus olhos. John se remoía por dentro e Arthur estava de cara feia, porque nunca concordou verdadeiramente com o plano.

A garota de fios escuros abriu os olhos outra vez, e foi como se alguns minutos tivessem passado, mas foram três dias. O seu corpo cansado não conseguiu se recuperar tão facilmente, então as poucas vezes que acordou durante as horas na inércia fora para comer alguma coisa.

Não tinha tido notícias reais de Finn, apenas ouvia que ele estava bem e que já tinha acordado. Da última vez que ela acordou, a que estava realmente bem, o seu pai estava no quarto. Airon primeiro expressou a preocupação paterna, indo de encontro com a filha e a abraçando fortemente.

Depois ele fechou a cara.

— Você deveria estar na casa do campo, Trinity. — negou com a cabeça com o paladar amargo — Eu te disse que isso era loucura!

— Eu estou viva, papai — Trinity colocou os pés para fora da cama, mas eles não alcançavam o chão. — E graças a mim tudo funcionou. Não finja que não sabe disso — ela o olhou de soslaio por alguns segundos.

Airon manteve os olhos fixos na filha, resmungando a contra gosto.

— O que eu sei é que você quase morreu — a voz grossa e autoritária repreendeu com angústia. Airon pigarreou e ajeitou a postura. As sobrancelhas do homem quase se uniram — eu nunca deveria ter te deixado entrar nisso.

— Você não deixou nada — Trinity quem negou com a cabeça. Ela finalmente encostou os pés no chão, arrepiando-se com o frio — Eu sempre estou onde quero.

— E quase nunca onde deveria estar — Airon alfineta.

Trinity revira os olhos e ergue os lábios em um sorriso curto. Ela fixa o olhar no pai e solta um suspiro entre o curvar da boca.

— Sabe que sou exatamente como a mamãe.

— Sei, e é exatamente o que me preocupa.

— Nao deveria — a garota balança a cabeça em negativa. Aproxima-se do homem bem vestido, rodeia os braços ao redor dele e o abraça brevemente — sei me cuidar — garante ao se soltar.

Trinity se aproximou da parede onde havia uma bacia com água e um espelho pequeno, observando o seu rosto pálido e magro recuperando devagar a cor. Ela fitou os seus braços mais finos. Precisaria recuperar o seu peso.

— Me deixe sozinha, por favor — pediu.

Airon observou a filha por poucos segundos mais, sentindo o coração angustiado pelo estado em que ela estava. Trinity, dentre toda a riqueza que amontoou durante a vida, era o diamante mais raro e especial. Mas também era a pessoa mais teimosa que já conheceu, e apesar da garota afirmar ser igual a mãe, que morreu pela própria teimosia, ele tinha certeza de que ela era muito pior que ela.

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