Um experimento

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U M E X P E R I M E N T O

Todos se encontravam no escritório de Thomas, espalhados pelo cômodo e impacientes pela demora. Polly fumava o seu cigarro enquanto Arthur batia os pés contra o chão.

Esme estava encostada na parede enquanto John apoiou o quadril na mesa. Finn se apoiou ao lado da porta, de cabeça baixa, as engrenagens de sua cabeça movendo-se rapidamente.

— Porque estamos aqui? — Polly falava com Arthur.

— Algo sobre Airon McGyver— ele não entrou em detalhes.

John franziu o cenho.

— O parlamentar?

— O próprio. Vocês sabem, a corrupção está na moda — Arthur deixou que seus lábios se repuxassem um pouco.

Finn ergueu a cabeça, os olhos cerrados.

Airon era um homem muito bem relacionado e visto na sociedade. Sendo reeleito por alguns anos consecutivos, certamente não deveria frequentar um lugar como Birmigham. Não quando a cidade pertence aos Peaky Blinders e, certamente, não deveria ir ao pub mais frequentado da família.

Finn franziu um pouco o cenho. Não fazia sentido.

— Porque ele iria até o pub? Ainda era cedo. Corruptos não costumam fazer negócios antes das três da madrugada. — Finn manifestou-se.

— Finn tem razão — John concordou.

Arthur ponderou, estava prestes a dar a resposta para o irmão mais novo quando Thomas passou pela porta, roubando-lhe a palavra:

— Airon queria que as pessoas comentassem, porque ele não estaria, tecnicamente, fazendo nada de errado sob os olhos de todos. Uma cidade inteira não derruba um homem com cochichos, mas uma só pessoa arruina sua vida com um boato.

— E você acredita nisso? — Polly ergueu as sobrancelhas.

Thommy a fitou.

— Não. Airon Macgyver está tramando algo, mas não seria burro de confronta-lo diretamente. Enquanto ele achar que acreditamos nele, ele saberá o que desejar-mos de nós.

— E o que ele quer?

Thommy fitou John, tirou um cigarro do bolso e depois o acendeu. Após a primeira tragada ele liberou a fumaça, impassível.

— Isso, irmão, ele nos deu meios para descobrir — Thommy soprava os restos de fumaça que jaziam em seu pulmão, seus olhos voando até Finn e de todos os outros também.

— Que porra você está falando? — Michael questionou, confuso com o olhar de Thommy sobre o Shelby mais novo.

Finn tinha um ponto de interrogação em seu rosto, as sobrancelhas franzidas assim como seus lábios.

— Ele tem uma filha — Thommy explicou. Tragou outra vez. — Dizem que é indomável, a cena no pub prova isso.

— Você não espera que Finn a dome, certo? — John segurava o riso, Arthur nem se preocupou com isso.

O Shelby mais novo ofendeu-se, mas não se pronunciou. Esperou por mais.

— Isso é loucura — Polly tinha os lábios curvados num riso carregado de escárnio.

— Loucura é alguém ir ao meu pub para tentar me enganar — Thomas continuava sério.

— Tudo bem — Arthur ergueu as mãos em rendição, ergueu-se e caminhou até Finn. — O que você nos diz, garoto?

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