explosão

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  E X P L O S Ã O

Tão logo Finn perdeu a postura, a recuperou. Postura ereta e corpo rijo, a cabeça erguida e os olhos que escondiam a surpresa de vê-la ali, daquela forma. Agiria como se tivesse controle da situação, mesmo que não tivesse.

Finn a estudou pelo tempo em que ela fez o mesmo e, no entanto, Trinity foi a primeira a desviar o olhar. Seus lábios se curvaram minimamente enquanto ela se aproximou, encarando o seu rosto até chegar em seus olhos outra vez.

— Miss. MacGyver. — Finn anuiu com a cabeça.

— Mr. Shelby. — ela imitou o seu gesto.

Finn finalmente fechou a porta atrás de si, dando-lhe as costas momentaneamente. Trinity não quis ser invasiva, então começou a olhar para suas mãos. Havia uma luva delicada que as protegiam do frio. Finn voltou-se para ela, soltou todo o ar que segurava quase imperceptivelmente pelo nariz.

— Porque está aqui e não com os outros?

— Porque não há outros — ela franziu um pouco o cenho. Balançou a cabeça levemente, como se fosse óbvio — Meu pai e Thomas estão fazendo negócios, e ele detesta que eu esteja envolvida. Ficarei apenas para o jantar. — ela frisou.

Bom, tinham isso em comum. Thomas também o mantinha a parte da maioria dos negócios.

— Suponho que você precise de companhia, então — Finn forçou a sua boca a se curvar, precisava ser gentil.

Na verdade, ele imaginava que sim. Nunca havia tido a experiência de conquistar alguém, e isso era ainda mais difícil porque Finn não confiava nem um pouco nela. Trinity não respondeu com palavras, mas com os olhos. Voltou a observar a sala, os móveis escuros e de madeira maciça, os poucos detalhes dourados, o lustre no teto.

Ela era curiosa.

O silêncio que os cercou foi interrompido quando Arthur e John passaram pela porta, rindo de algo que Finn não tinha ideia e fazendo bastante barulho. Os irmãos olharam para Finn e depois para a garota, cumprimentando-a formalmente.

— O que estão fazendo aqui? — Arthur segurou Finn pelos ombros, John tinha um sorriso nos lábios. — Bom, não importa. — Arthur respondeu a si mesmo, não dando a chance de Finn dizer algo — nós já vamos entrar. E Finn, por favor, encontre algo para distraí-la. Vocês tem bastante tempo até o jantar — instruiu.

John e Arthur sumiram de vista tao logo apareceram. O silêncio voltou, mas Finn precisava quebrá-lo. Trinity ainda olhava para onde os homens haviam saído, mas o Shelby mas novo pigarreou, chamando a sua atenção.

Finn curvou o canto da boca, ergueu a mão, indicando o caminho.

— Me acompanhe.

— Para onde?

Finn moveu alguns passos e ela o seguiu, apesar da pergunta.

— Não gosta de surpresas? — ele quase não se movimentou, olhou para o lado e esperou o momento em que ela o alcançaria.

— Não muito — uma pequena ruga se formou em seu nariz enquanto sua cabeça movia-se em negação. Um sorriso zombeteiro cresceu em sua boca e seus olhos brilharam em diversão — deveria confiar em um Peaky Blinder?

— Não — Finn, diferente dela, foi sério.

Ela manteve o seu sorriso.

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