VIII

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Passamos o dia seguinte em casa assistindo TV e brincando. Na verdade, Darcy e Harry brincaram. Ela parecia fazer questão de me excluir da brincadeira, o que eu achei bom já que tirei meu atraso em alguns livros que tinha que ler.

Hoje, quando acordei, achei que passaria o dia sozinha com Darcy, já que Harry avisou sobre o evento de caridade que teria hoje, e como estava perdido sobre o que ele e Olivia seriam depois do que aconteceu. Mas, assim que abri os olhos, ele e Darcy estavam me encarando.

-O que?- perguntei, passando as mãos pelo rosto, esperando estar pintada.

Harry cutucou a barriguinha de Darcy.

-Fala para a mamãe o que a gente vai fazer hoje.

Ele sorria conspiratoriamente, os olhos verdes brilhando graças a luz que vinha da janela.

Darcy levantou os dois bracinhos e disse:

-Festa!

E desde então estou num misto de desespero e ansiedade porque, primeiro, nunca fui a um evento de caridade e, segundo e mais importante, não tenho o que vestir. Harry disse que eu posso ficar tranquila porque o estilista dele iria me vestir também, mas isso não me acalmou também.

-Me fala como eu vou ter que agir- peço pela segunda vez.

Ele revira os olhos e ri, limpando o canto da boca de Darcy com um paninho rosa.

-Vamos chegar, tirar fotos, ouvir um discurso de trinta minutos e depois comer. Você só tem que sorrir e conversar com as pessoas fingindo que vai se lembrar do nome delas depois.

Franzo o cenho, parando de andar em círculos.

-E cadê a caridade nisso?

Ele suspira e dá de ombros.

-É só um bando de gente rica que doa nem um terço do que recebe o ano todo se juntando para falar de como é bom ter consciência de classe para não se sentir mal quando a foto de uma criança morrendo de inanição aparece no feed do instagram. Não é realmente caridade.

-Então por que você vai nessas coisas?

-Infelizmente, essa indústria é movida principalmente por aparências. Não importa o que você faz entre quatro paredes e sim o que você faz quando tem paparazzis por perto.

-Você acabou de me fazer odiar todas as pessoas que vão estar lá sem que eu as conheça.

-Tudo bem, ninguém que vai nessas coisas realmente gosta das pessoas que estão lá.

Rio incrédula.

-Acho que é a primeira vez que te ouço falar que não gosta de alguém.

-Viu só, eu não gosto de muitas pessoas, só mantenho as aparências.

Assinto.

-Vou guardar isso em mente.

A campainha soa nesse mesmo instante e Harry se levanta, apertando o botão para o portão se abrir.

-Você não quer saber quem é?- pergunto, tomando o lugar dele em frente a cadeirinha de Darcy.

-Só o Lambert é educado o suficiente para tocar a campainha nessa casa.

A porta se abre alguns segundos depois, um homem baixinho e loiro dos olhos azuis entra, vestido num estilo Elton John preguiçoso.

-Bom dia- diz ele, olhando imediatamente para Darcy.- Finalmente vou conhecer essa coisinha!

-Sofia, esse é Harry Lambert, meu estilista.

Os dois Harrys se cumprimentam e o recém chegado se aproxima de mim, me olhando de cima a baixo.

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