Epílogo

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11 anos depois







Esperei até que o último aluno fosse embora antes de fechar a sala e deixar a chave no armário do corredor. Passo pelo portão onde, normalmente, Darcy estaria me esperando, mas obviamente ela já tinha ido à frente. Depois da discussão que tivemos hoje de manhã, não esperava nada diferente.

Começo a caminhar pelo caminho de sempre. Olho o relógio e faço os cálculos de quanto tempo tenho antes da festa. Decido parar na livraria durante o caminho. É um dia quente para abril. O sol está alto no céu, não venta, mas posso o ar está abafado. As ruas estão cheias de crianças recém-saídas da escola e eventualmente escuto um professoressa, que respondo com um aceno e um sorriso, reconhecendo um dos meus alunos de anos prévios.

A escola da vila, apesar de pequena, é ótima e muito compreensiva com Darcy e ela é uma das melhores alunas da escola. Depois de três anos morando aqui, não tenho nenhuma reclamação se quer. É óbvio que existem rumores. Harry e eu sabíamos que seria impossível nos vermos todos os anos, intercalando entre ele vindo até nós ou a gente indo até ele, sem que houvessem rumores. Fotos e vídeos já foram espalhados pela internet, estamparam revistas de fofoca e passaram na TV, mas nada disso comprometeu Darcy, o que sempre foi nossa maior preocupação.

A porta da livraria está aberta, como eu sempre peço para ficar e eu entro. Antonella está sentada no balcão mascando chiclete enquanto lê um livro. Ao me aproximar, vejo que a capa tem um sarado e suado. Contenho o riso.

-Buon pomeriggio, Antonella.

A garota se assusta e joga o livro por trás do balcão, saltando dele e parando na minha frente.

- Buon pomeriggio, signora Sofia.

Olho em volta e me aproximo.

-Já disse para não me chamar assim, não sou velha nem casada- respondo num tom sarcástico.

Ela arregala os olhos e assente, tento conter o riso. Nunca entendi o porquê ela tem tanto medo de mim.

-Hoje você está liberada mais cedo. Vou fechar agora por conta do aniversário da Darcy- começo a fechar a registradora.- Espero que você passe lá em casa, sabe o quanto ela gosta de você.

Ela sorri e assente.

-Claro que vou sig... Sofia. Já até comprei um presente

Sorrio de volta.

-Tudo bem então. Já pode ir.

Ela começa a andar em direção a porta, mas eu forço uma tosse e ela se vira.

Levanto o livro que ela lia nas mãos e ela fica roxa, da mesma cor da camiseta que está usando. Seguro o riso quando ela caminha de pressa até o balcão, pega o livro e sai correndo. Arrumo algumas caixas que chegaram, colocando-as perto das prateleiras em que os livros seriam colocados, passo uma vassoura e desligo a energia. Conto rapidamente o dinheiro do caixa e finalmente fecho a registradora.

Ouço a porta se abrir e fechar, o que me faz levantar num pulo.

Mas lá está ele, sorridente.

-Imaginei que te encontraria aqui.

Sorrio de volta.

Nicholas se aproxima e me dá um beijo rápido no topo da minha cabeça.

-Já acabei por aqui, falta só fechar a porta.

Ele assente, caminhando ao meu lado enquanto saio e tranco a porta.

Nicholas se apoia em sua moto, acendendo um cigarro. Apesar de eu ter parado, ele não largou o vício.

you're still the one || h.sWhere stories live. Discover now