Capítulo Dezenove - As mil perguntas sem resposta (Final)

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Surgimos de volta a superfície, guiados por Fawkes, cobertos de sujeira e limo, e no meu caso, sangue. Houve um silêncio momentâneo. Em seguida ouviu-se um grito.

— Ginny!

Era a Sra. Weasley, que estivera sentada chorando, diante da lareira. Ela se levantou num salto, seguida de perto pelo Sr. Weasley, e os dois se atiraram à filha.

Eles não era os únicos ali. O Prof. Dumbledore estava parado junto ao console da lareira, sorrindo, ao lado da Profa McGonagall, que inspirou várias vezes, as mãos no peito.

Fawkes passou voando pela orelha de Harry e pousou no ombro de Dumbledore, na mesma hora em que me vi envolvida pelo abraço apertado da Sra. Weasley, junto a Harry e Rony.

— Vocês salvaram minha filha! Vocês a salvaram! Como foi que fizeram isso?

— Acho que todos nós gostaríamos de saber — disse a Profa McGonagall com a voz fraca.

A Sra. Weasley nos soltou. Harry e eu hesitamos um instante, mas caminhamos até a escrivaninha. Harry depositou em cima dela o Chapéu Seletor, uma espada cravejada de rubis e o que sobrara do diário de Riddle.

Então começamos a contar tudo. Durante uns quinze minutos, todos prestaram total atenção aos detalhes da nossa história, que assim parecia completamente impossível de ter sido vivida por um bando de crianças: Harry contou sobre a voz invisível que ouvimos, contei como Hermione finalmente percebera que ele estava ouvindo um basilisco na tubulação; juntos, explicamos como Rony, eu e Harry tínhamos seguido as aranhas até a floresta, que Aragogue revelara onde a última vítima do basilisco morrera; como tínhamos adivinhado que Murta Que Geme fora essa vítima e que a entrada para a Câmara Secreta poderia estar no banheiro...

— Muito bem — encorajou-o a Profa McGonagall quando ele parou —, então vocês descobriram onde era a entrada, e eu acrescentaria: atropelando umas cem regras do nosso regulamento, mas, por Deus, Crianças, como foi que vocês conseguiram sair de lá com vida?

Deixei Harry contar essa parte da história. Ele contou então sobre a chegada providencial de Fawkes e do Chapéu Seletor com a espada dentro. Mas, nesse ponto, lhe faltaram palavras. Tive que contar algumas coisas. Até ali, ele evitara mencionar o diário de Riddle, eu evitava falar sobre Ginny. Ela estava de pé, com a cabeça apoiada no ombro da Sra. Weasley, e as lágrimas ainda escorriam silenciosamente pelo seu rosto. E se eles a expulsassem? Não me atreveria. O diário de Riddle não servia para mais nada... Como iriamos provar que fora ele que a obrigara a fazer tudo?

Instintivamente, Harry olhou para Dumbledore, que lhe deu um breve sorriso, os seus óculos de meia-lua refletindo a luz do fogo.

— O que me interessa mais — disse ele com brandura — é como foi que Lorde Voldemort conseguiu enfeitiçar Ginny, quando as minhas fontes me informaram que no momento ele está escondido nas florestas da Albânia.

Um alívio me envolveu.

— Q-que foi que disse? — perguntou o Sr. Weasley com a voz aturdida. — Você-Sabe-Quem? En-enfeitiçou Ginny? Mas Ginny não... Gina não esteve... esteve?

— Com esse diário – respondi depressa, apanhando-o na mesa e mostrando-o a Dumbledore. — Riddle escreveu nele quando tinha dezesseis anos...

Dumbledore recebeu o diário de minhas mãos e examinou-o com atenção, por cima do nariz comprido e torto, as páginas queimadas e encharcadas.

— Genial — disse baixinho. — É claro, ele foi provavelmente o aluno mais brilhante que Hogwarts já teve.

E se virou para os pais de Ginny, que pareciam inteiramente perplexos.

 2 | 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋 𝐖𝐇𝐎 𝐂𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐂𝐇𝐎𝐎𝐒𝐄  [Harry Potter]Where stories live. Discover now