Capítulo Dezesseis - Aragogue

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A estação mudara completamente, deixando o inverno para trás, os raios de sol intensos e a cor voltando nos campos de Hogwarts. Entretanto a vida no castelo estava longe de ser  alegre. Recebi centenas de cartas de mamãe e papai dizendo que assim que eu decidisse, me tirariam da escola e me levariam para casa. Não sabia como explicar para eles que não sairia dali e que eu tinha que dar um jeito nisso tudo, e mesmo se tentassem me achariam louca. Meu padrinho pensava como eles — apesar de sua breve carta com a letra mais garranchada do que nunca, suas palavras foram bem claras para mim. Hogwarts já não era segura para ninguém. Havia mandado uma breve resposta a todos, com minha decisão final. Meu pai não sabia que eu o tinha visto naquele dia na cabana de Hagrid, e eu sabia o quão desesperado ele ficaria, mesmo que não admitisse a ninguém mais além de minha mãe. Afinal todos estavam. Menos um certo aluno, que parecia surpreendentemente animado com o último ataque.

Draco Malfoy andava se exibindo pela escola como se tivesse acabado de ganhar algum prêmio importante, perambulando pelo castelo com sorriso convencido fazendo piadas na comunal sobre o último ataque, jogando indiretas a mim e Harry quando nos via juntos. "Que terrível isso ter acontecido com alguém próximo do Potter e da Goldstein, eu me pergunto o motivo" "Andando em conjunto com medo de um ataque Goldstein? Aposto que já decidiu qual sangue ruim é a próxima vítima. Ou vocês escolhem aleatoriamente?" "Espero que seja um dos Weasley". Em todas as ocasiões Harry, Rony e eu tivemos que respirar fundo e fingir que não ouvimos. Não podíamos nos envolver em uma confusão com Dumbledore afastado de Hogwarts. A propósito esse era o motivo pelo qual Malfoy estava tão feliz, descobrimos em uma aula de Poções duas semanas depois do ocorrido.

— Eu sempre achei que meu pai era a pessoa que iria se livrar de Dumbledore — Disse Malfoy sem se preocupar em manter a voz baixa. — Falei com vocês que ele achava que Dumbledore era o pior diretor que a escola já tinha tido. Talvez a gente tenha um diretor decente agora. Alguém que não queira manter a Câmara Secreta fechada. McGonagall não vai durar muito tempo, ela só está substituindo...

Continuei focando em minha poção, Harry e eu nos entreolhando e Rony olhando em silêncio o lugar vazio normalmente ocupado por Hermione.

— Professor — Perguntou Draco em voz alta. — Professor, por que é que o senhor não se
candidata ao lugar de diretor?

— Vamos, Malfoy — Respondeu Snape, embora não conseguisse refrear um sorrisinho. — O
Prof. Dumbledore foi apenas suspenso pelo Conselho. Quero crer que estará de volta conosco logo, logo.

— É, claro — Disse Draco, rindo-se. — Acho que o senhor teria o voto do meu pai, professor, se quisesse se candidatar, vou dizer ao meu pai que o senhor é o melhor professor que temos, professor...

Snape sorriu enquanto andava pela masmorra, felizmente sem ter visto que Simas Finnigan fingia vomitar no caldeirão.

— Fico surpreso que os sangues ruins não tenham feito as malas — Continuou Draco. — Aposto cinco galeões que o próximo vai morrer. Pena que não tenha sido a Granger...

— Professor Snape — Disse o interrompendo, sem realmente ter o que falar, disse a primeira coisa que me veio à mente. —, acho que medidas mais severas devem ser tomadas agora que Dumbledore se ausentou. Não foi nenhum pouco inteligente do conselho pedir o afastamento dele, não acha? Não que eu esperasse que uma decisão apoiada por Lucius Malfoy fosse.

O rosto de Draco tomado pela raiva. Snape me olhava entediado.

— Não sei se sabe Srta. Goldstein — Iniciou Snape —, mas seu pai apoiou essa decisão também. Se eu fosse você pararia de se meter em assuntos que...

— Eu não teria tanta certeza disso. — O interrompi. — Tenho motivos suficientes para afirmar que meu pai jamais faria isso, ele sabe os riscos que corremos sem o diretor.

 2 | 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋 𝐖𝐇𝐎 𝐂𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐂𝐇𝐎𝐎𝐒𝐄  [Harry Potter]Where stories live. Discover now