2 | 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋 𝐖𝐇𝐎 𝐂𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐂𝐇𝐎𝐎𝐒𝐄 [Harry Potter]

Capítulo Sete - Gilderoy Lockhart

Assim que sai da ala hospitalar, fui para aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Cheguei atrasada. Gilderoy Lockhart não deu a mínima. Encontrei Harry, Rony e Hermione me aguardando no fundo da sala. Acenei e sorri para eles e me sentei no lugar vago entre Rony e Hermione. Ela parecia mais animada do que os outros. Olhei para os meninos, pelo visto entenderam minha dúvida antes mesmo de eu perguntar. Apenas balançaram a cabeça e deram de ombros. Lockhart me entregou um pergaminho cheio de perguntas, não perguntas sobre a aula. Sobre ele. Reli o papel duas vezes pensando que talvez fosse apenas uma brincadeira e o verdadeiro dever estava guardado em algum lugar.

— Professor Lockhart? — Chamei. Ele veio sorrindo em minha direção.

— Diga, Srta.... — Ele estava tentando adivinhar meu sobrenome.

— Goldstein.

— Ah sim! Como não reconheci uma Goldstein. Me lembro de ter conversado com sua avó anos atrás. Tem alguma dúvida?

— Essas perguntas...

— São simples. Apenas para iniciar nossas aulas. É importante vocês saberem disso. — Ele deu uma piscadela e saiu de volta para seu lugar na frente da sala.

Ainda não vi a importância de saber qual era a cor favorita dele. Reli o formulário, olhei para Harry e Rony tão confusos quando eu. Diferente de nós, Hermione respondia tudo com facilidade e um sorriso no rosto. Colei algumas dela, por que sinceramente, quem se importa em saber essas coisas?

Meia hora depois, Lockhart recolheu os testes e folheou-os diante da classe.

– Tsk, tsk, quase ninguém se lembrou que a minha cor favorita é lilás. Digo isto no Um ano com o Iéti.

Esse é mesmo o detalhe mais importante do livro para ele? Acontece tudo ali e ele me pergunta a cor favorita dele?

— E alguns de vocês precisam ler Passeios com lobisomens com mais atenção, afirmo claramente no capítulo doze que o presente de aniversário ideal para mim seria a harmonia entre os povos mágicos e não mágicos, embora eu não recuse um garrafão do Velho Uísque de Fogo Ogden! — Ele deu outra piscadela travessa para os alunos. Respirei fundo.

Rony fitava Lockhart com uma expressão de incredulidade no rosto. Simas Finnigan e Dino Thomas, que estavam sentados à frente, sacudiam-se de riso silencioso. Não podia culpá-los, chegava a ser cômico. Hermione, por outro lado, escutava Lockhart embevecida e atenta e se assustou quando o ouviu mencionar seu nome.

– ... mas a Srta. Hermione Granger sabia que a minha ambição secreta era livrar o mundo do mal e comercializar a minha própria linha de poções para os cabelos, boa menina! Na realidade – ele virou o teste – ela acertou tudo! Onde está a Srta. Hermione Granger?

Hermione levantou a mão trêmula.

– Excelente! – Disse ele, sorridente. – Excelente mesmo! Dez pontos para a Grifinória! E agora, ao trabalho...

Virou-se para a mesa e depositou nela uma grande gaiola coberta.

– Agora, fiquem prevenidos! É meu dever ensiná-los a se defender contra a pior criatura que se conhece no mundo da magia! Vocês podem estar diante dos seus maiores medos aqui nesta sala. Saibam que nenhum mal vai lhes acontecer enquanto eu estiver aqui. Só peço que fiquem calmos.

Todos pareceram de calar. Sorri, pelo menos agora alguma coisa aconteceria.

– Peço que não gritem – Recomendou Lockhart em voz baixa. – Pode provocá-los.

E a classe inteira prendeu a respiração. Lockhart puxou a cobertura com um gesto largo.

– Sim, senhores – Disse teatralmente. – Diabretes da Cornualha recém-capturados.