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Andras

Vivi duas noites de sonhos, vivi algo intenso com um dos caras que eu amo, é possível sim amar mais de uma pessoa, mas Nathan já conseguiu ficar livre de mim, então fico feliz por ele sofrer menos, e talvez o tal do Cris o faça feliz.

-Um beijo por seu pensamento!-Disse Sam quando o sol riscou nossa cama na manhã de domingo.

-Estou pensando que foi um sonho o que vivemos aqui!-Me virei pra cima dele beijando seu peito.-Obrigado por criar essas memórias em mim.

-Obrigado você por permitir ...

-Vamos aproveitar o resto da manhã, ainda não terminou.

-E pelo visto temos uma bela manhã.

-Com certeza, mas precisamos de um banho.-vamos tirar na sorte quem vai ir lá fora ligar o gás?

-Par ou ímpar!-riu ele.

-Ok!

Sam venceu e eu tive que sair enrolado em uma coberta pra ligar o gás pra tomar um banho quente. Sorte que já tínhamos enchido a caixa d'água ontem. Tomamos um banho rápido. E pulamos em frente a lareira que Sam tinha conseguido reviver.

Ali rimos um para o outro e mesmo antes de pensar em comer já estávamos na cama novamente. Não queria que aquele momento acabasse nunca. Mas nada é para sempre.

Suspirava frustrado por ter que descer do carro daqui a alguns minutos que Sam prolongou dirigindo lentamente. Agradeci mentalmente por isso.

O beijei com saudades que ainda chegariam, e senti as lágrimas de Sam em minha boca.

-Não chore meu amor, nos vemos amanhã!

-Eu sei...-sussurrou me dando mais um selinho.

. . .

É... Tudo que é bom realmente dura pouco. Meu pai estava chorando no sofá quando entrei.

-Filho?!-disse ele espantado e tentando limpar o rosto.-Não... Não ia pro Club...

-Mais tarde... O que houve pai?

-Vendi a loja.

Sentei ao seu lado e segurei suas mãos.

-Sei que não está chorando pela loja.

-Eu... Quero deixar tudo direitinho pra você e sua irmã...

-Pai... O quê... Não está me contando.

-Eu quero que pegue sua irmã e vá embora daqui Andras...

-Pai?

-Ela. . .

-PAI?!-gritei perdendo a paciência, irritado e com medo do que ele ia me contar.

-Estou com os dias contados filho!-sussurrou.

-É o quê?!-meus olhos transbordaram como um copo embaixo de uma torneira aberta. -Pai...não brinca comigo.

-Não estou filho...-chorou ele.

-Não me deixa pai!-o abracei forte.-Não me deixa... Por favor...

Agora entendo a suplica de Sam, o medo de perder quem a gente ama nos faz implorar e suplicar humilhantemente.

-Não posso prometer isso filho...

-Eu...eu preciso tanto de você pai, por favor.

Ele segurou meu rosto.

-Eu sei... Sei que o que estou te pedindo é muito para um jovem da sua idade, sei que vai ser foda pra você e não imagina o quanto me culpo por fazer com você o que vou lhe pedir agora.

-Paiiii....

-Presta atenção meu filho, meu amor, olha pro papai!

-Te amo pai.

-Eu sei... E eu te amo além da vida meu amor. . . e não imagina o quanto estou me sentindo culpado por abandonar a única pessoa que sempre teve ao meu lado e que nunca me abandonou.

-Para pai, ta doendo.

-Eu sei... Eu sei que sim, mas preciso que me prometa filho...

-Pai...

-Promete pra mim que vai cuidar da sua irmã? Promete que não vai abandona-la?

-Prometo pai.

-Ela é um pedacinho de mim filho, assim como você.

-Eu prometo pai.

-Eu comprei uma casa pra vocês em New Orleans, sei que era seu sonho morar lá e eu queria estar certo de que pelo menos um dos seus sonhos eu pude realizar. Comprei uma pequena lojinha que pegou fogo, já mandei reformar pra você abrir uma loja do que você quiser, vou deixar dinheiro pra você se virar pelos próximos 10 anos, tem dinheiro pra sua faculdade...-Eu negava com a cabeça enquanto chorava.-Me escuta filho eu preciso que me escute!

-Eu trocaria tudo. . .

-Eu sei meu amor... Mas agora me ouça... Quero que faça mais um sacrifício por mim.-Assenti.-Quero que registre sua irmã como se fosse sua filha, não quero que aquela mulher a encontre, não quero que ela saiba que foi rejeitada, não quero que os irmãos dela saibam e a tirem de você, então registre-a caso eu já não esteja mais aqui...

-Não...não...

-Shhiiiiii.... Calma filho, preciso que você seja forte por mim.

-Não sou pai... Sinto muito eu não sou... Eu quero ser... Mas eu não sou...

-É sim, você é meu filho, eu criei você sozinho sem ajuda de ninguém e olhe o homem lindo que se tornou.

-Não sou pai...

-Filho... Olha... Porque não vai descansar... Amanhã a gente conversa mais...

O abracei mais forte.

-E se você não estiver mais aqui amanhã?

-Não vou morrer amanhã, o médico disse que tenho alguns meses o mais longe que posso chegar é um ano, o que estou rezando pra que eu conheça sua irmã.

-Vai sim pai.

-Então agora suba, tome um banho, e descanse antes de ir pro club.

-Não tenho condições de ir.

-Precisa ir e ser forte.

-Não tenho cabeça pra isso ... Não agora... Preciso ... Descansar minha cabeça.

Dei um beijo na testa do meu pai e subi as escadas de arrasto como se meu corpo fosse de chumbo.

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Samuel

Sinto meu coração apertar quando não vejo Andras no club, mandei mensagem e ele não respondia. Tentei ligar deu caixa de mensagem. Está acontecendo algo. Passei em frente a casa dele a luz do quarto estava apagada.  Mas tinha luz na casa o que me deixou mais tranquilo, meu medo era que ele tivesse ido embora. Esperei a noite cair e voltei lá, deixei meu carro no estacionamento de uma conveniência ali perto e fui caminhando até sua casa. Apenas a luz do abajur do quarto de Andras estava acesso. Escalei uma trepadeira que tinha ao lado da casa e caminhei pela beirada do telhado que dava pro quarto dele. Andras estava segurando a cabeça sentado na beira da cama sacudindo uma garrafa de água vaziacom a outra mão. Bati na janela o assustando. Ele estava chorando. Abriu a janela.

-O quê faz aqui?-sussurrou.-Podia ter se machucado...

-Me ajude antes que eu caia...

Andras me puxou pra dentro e correu pra trancar a porta do quarto a chave. Sentei em sua cama e abri os braços. Andras correu pra mim e me abraçou chorando, me deitei com ele, chutei meu tênis e puxei as cobertas. Não disse nenhuma palavra. Seja lá o que estava acontecendo com ele era muito sério.

Os irmãos da minha irmãWhere stories live. Discover now