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Andras

As semanas voaram. Os meses voaram e eu não percebi que a cada dia eu me apegava mais a Sam, ele só não podia saber quando iríamos nem para onde. O nascimento da minha irmã se aproximava. A casa estava vendida. Papai mandou a maioria das minhas coisas pra New Orleans. Sam percebeu a falta dos meus livros e de alguns objetos pessoais e tive que contar que a data de partir já estava próxima. Não contei nada a Nathan. Eu simplismente sumiria. Farei 16 anos dentro de 2 meses. Serei pai e empresário. Tudo indo contra ao que eu queria.

Meu pai foi informado que minha irmã nasceu e seria entregue a ele dentro de dois dias, levei Samuel para o motel e avisei meu pai que estava indo passar a noite com" uma amiga". partiriamos assim que eu registasse minha irmã. Meu coração sangrou pela manhã depois de tantas juras de amor me despedi com um beijo casto dizendo que eu não estaria está tarde pois resolveria uns papéis com meu pai. Quando cheguei em casa meu pai me aguardava sentado ao sofá com minha irmã nos braços lhe dando mamadeira. Ele me olhou com o rosto encharcardo de lágrimas.

-Sou tão grato por conhece-la!

--Fico feliz por isso pai!

Eu queria chorar de tanta dor, mas no momento eu só podia fingir ser forte.

-Vamos, pegue-a!

Sentei ao seu lado e ele a colocou em meus braços.Seus olhinhos tomaram meu coração no momento em que percebi que seus olhos ... Os olhos de Samuel me acompanhariam pra sempre. Deus como ela pode ser tão parecida com Sam. Nem com sua mãe e nem com o papai, era a cara de Samuel e eu a teria para sempre ao meu lado.

-Oi... Filha!-sussurrei forçando um sorriso e ganhei outro de volta.

Como um ser tão pequenininho poderia sorrir de uma forma tão cativante.

-Precisamos ir antes que alguém nos veja.

-Sim, vamos!

Meio desajeitado a coloquei num bebê conforto. Papai a colocou no carro ainda dentro da garagem para que ninguém a visse mesmo, minha última mala estava no porta malas. Papai tinha feito a mãe dela assinar um termo dizendo que a estava entregando ao pai por não poder cria-la. Eu a registrei como se fosse esse pai. Manuela Adams minha Manu. Chegamos a New Orleans naquela noite. Meu pai não se sentiu bem e eu fiquei com a Manu no meu quarto. Ele havia me feito fazer um curso para pais inexperientes. Então aprendi a trocar fraldas e fazer mamadeira, ela é bem diferente de um boneco.

Durante a madrugada liguei meu telefone pra uma última mensagem. Haviam muitas mensagens de Samuel.

 Haviam muitas mensagens de Samuel

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Tirei o chip do meu telefone e chorei o mais silencioso que pude, mas acho que acordei a Manu

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Tirei o chip do meu telefone e chorei o mais silencioso que pude, mas acho que acordei a Manu. Ela chorou e me levantei com ela no colo pra fazer uma mamadeira.

-Desculpe meu bem!-sussurrei.-Não queria ter acordado você...

-Filho?!

-Pai, volta pra cama!

-To enjoado... Vim tomar água.

-Eu levo pra você, vai pra cama.

-Não quero!-disse ele sentando na mesa.

-Serás um pai melhor do que eu fui...

-Não diga isso pai.

Ele sorriu fraco.

. . .

Vi a vida do meu pai se esvair a cada dia, ele doou quase tudo que ele tinha de coisas pessoais, roupas ele só tinha uma mala que teimava em desfazela. Ele só aguardava a hora de sua morte.

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Samuel.

-Certo, ta na hora de levantar dessa cama e começar a lutar!-disse Nanda me destapando.

-Lutar pelo quê?

-Cara faz seis meses que ele se foi e você ta definhando, é assim que quer encontrá-lo?

- Ele não quer ser encontrado!

-Acorda Sam, vai pra academia ficar gostoso pra quando o encontrar...

Meu telefone tocou com a música que era de Andras pulei caindo no chão para atendê-lo. Ele chorava do outro lado do telefone.

-Andras... Meu amor o que houve?

*Ele se foi... Meu pai... Eu o perdi...

-Onde você está, eu vou praí...

*Não!-saltou ele.-Não pode ... Eu... Eu só precisava ouvir sua voz... Eu só precisava . . . ouvir sua voz.

-Me escute então?

*Hurumm!

-Eu amo você com todo o meu ser, cada pensamento meu é seu, e eu quero dividir minha vida com você, Andras você não precisa ficar sozinho, eu quero cuidar e amar você como você merece.

*Ao que parece a vida não acha que mereço seu amor... Me perdoe Sam... -Ao fundo um bebê chorou-Droga... Tenho que ir!

-Não, Andras... -Olhei pra minha irmã deitada na minha cama me olhando.-Ele desligou.

-Percebi!

-O pai dele morreu!

-Vai ficar ai jogado ou vai começar a procurar por ele?

-Vai me ajudar a encontrar pistas!-falei.

-Mas vai ir pra academia também, o que ele diria se te visse seco desse jeito?!

-Tem razão!

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Nathan

Minha amizade com o Cris se tornou minha âncora por perder Andras a tantos meses e consegui a permissão do pai da Lu para namorar ela. A garota tinha um fogo tão grande que eu tinha que fugir dela. Não quero ela presa a mim. Não tenho sentimentos por ela como eu tinha por Andras. Meu irmão Sam parou de comer depois que minha mãe voltou pra casa, ele tinha uma depressão tão grande e não nos contava nada.

Estava tomando café com a Nanda e ela se levantou.

-Já chega, vou dar um basta nisso!-disse ela indo pro quarto do Sam.

Eu a segui e fiquei ouvindo atrás da porta. Meu irmão está desse jeito por causa de Andras?  E se Andras ligou pra ele ao invés de mim significa que eles tinham um sentimento recíproco um pelo outro. Olhei meu telefone nenhuma mensagem, ou ligação. Depois ouvir que meu irmão o amava de tal forma foi como uma facada em meu peito por mais que eu estivesse a mais de 7 meses sem ver ou falar com ele e sabendo que eles tinham se pego.... Mesmo assim foi como descobrir uma traição.

Os irmãos da minha irmãWhere stories live. Discover now