21

15 5 13
                                    

Samuel

No hotel me olhei no espelho, não quero que ele me veja assim pareço um trapo, fui ao barbeiro cortei o cabelo e fiz a barba.

Certo eu não consegui cortar meu cabelo muito curto. Mandei uma foto pra minha irmã que me curtiu a elogios. Dei uma volta pela cidade sempre dando um jeito de espiar a livraria. Talvez a livraria seja de algum tio dele e ele esteja passeando por ai, será que ele vai . . . querer me ver ?

No dia seguinte voltei a livraria só que desta vez a tarde. Usei o meu perfume de sempre pra ver se ele me reconheceria caso estivesse ali dentro.
Entrei no meio daquele tanto de gente comprando livros, parece que essa livraria é bem frequentada.

-Humm. . . que perfume bom!-comentou uma moça sem tirar os olhos da sinopse do livro.

Não dei atenção apenas me afastei dali indo para a sessão mais vazia quando olhei a parede era uma sessão com livros de bruxaria e de voodo. Gente tem isso? Olhei as capas achando interessante, mas sem itere-se pela matéria.

-Olá precisa de ajuda? -Era a voz daquele homem pai da Manu.

-Ah, não eu . . . - ao me virar vejo aqueles olhos azuis que tanto amo. Não consigo mais falar e creio que ele também não porque não tira os olhos dos meus e ouço o sussurro.

-Sam. . .?

-Eu. . . uau. . . 

Meus braços adormeceram eu acho que eu vou desmaiar, meu coração ia sair pela boca.

-Sam, tá passando mal?!

-E-Eu não sei! -fiquei confuso com o que estava acontecendo ali, Andras não era mais o jovem que conheci, ele era um homem feito, representava ter a minha idade.

-O que faz aqui?-perguntou me jogando um balde de água fria.

-Eu. . .Eu não sei. . . Andras é. . . é você mesmo?-levei a mão para o seu rosto e a garotinha Manu o abraça e seus olhos parecem querer sair das órbitas, com medo.

-Papai posso toma sovete?

-Claro . . . pe-pede pro tio Larry levar você!-disse ele lhe dando 10 dólares.

-Oi, goto do livo?

-Ca-Claro Manu, eu. . . adorei!

-Fi-Filha pode ir amor, pede pro tio te levar na praça!

-Obaaaa. . .

Andras pegou-me da mão me levando a uma salinha. Enquanto isso minha pele ficou eletrizante, meu coração acelerando a um ritmo assustador. Ele fechou a porta e me abraçou. Eu vou cair, não sinto minhas pernas.

-Não tira ela de mim por favor!-suplicou.

Não entendi o que ele quis dizer com isso eu só queria beija-lo e entender tudo depois. Meu peito parecia não comportar ar o suficiente. Me afastei apenas para segurar seu rosto e o beija-lo. Ah senhor obrigado por isso. Sentir os lábios quentes e úmidos, sua língua em uma carícia sem fim. Eu poderia morrer agora que eu morreria feliz.

-----------------------------------

Andras

Noto um homem loiro arruinado, sozinho na sessão de magia. O perfume dele fez eu viajar para os braços do meu Sam. Quando vi aqueles olhos meu coração se debateu dentro de mim.

Medo. Saudade. Medo. Desejo. Medo. Amor e mais medo percorriam por mim. Quando Manu abraçou minha perna me chamando de pai na frente dele eu quase chorei e implorei ali mesmo. E quando ele falou com ela, o único sentimento que prevaleceu foi o medo de que ele tenha vindo tirar ela de mim. Mas quando toquei sua pele para tirar ele dali senti a paixão ascender como um papel em uma lente potente sendo queimada pelo sol. Então supliquei. Eu me humilharia por ela. Mas ele me beijou ao invés de brigar ou me ameaçar. Eu esqueci até o meu nome. Esqueci onde estava. A ternura era a mesma, a carícia de sua língua na minha era ainda mais apaixonada do que antes e com um suspiro senti seu corpo se afastar e lentamente se ajoelhar diante de mim segurando minhas mãos ele começou a chorar.

-Sam?!-me abaixei e segurei seu rosto.-O que houve Sam?

-Estou sonhando e não quero acordar!

-Não está sonhando meu bem. . .

-Então por favor não me expulsa mais da sua vida, não me jogue fora, não me abandone outra vez.-implorou.

-Sam eu não . . . não te expulsei da minha vida. . . eu tive . . . motivos . . .

Ele levantou o rosto olhando em meus olhos.

-Deus!-disse ele cobrindo a boca.-Me-Me perdoe você. . . Você se casou?

-Quê? 

-Vo-Você tem uma família eu. . . eu . . . que vergonha.-Ele se levantou e o segurei pelas mãos.

-Sam para, me olha!

-Você tem uma filha. . .

-Sam. . . ?

-Espere. . .  por que me pediu pra não tirar ela de você?

-Calma, fica calmo!-falei segurando seu rosto o fazendo me olhar e eu quase perdi o fio da meada. -Sim, Manu é a única família que tenho e eu achei que estava aqui para tirar ela de mim. . .

-Por que eu tiraria sua filha. . .

-Sam, Manu é minha irmã de sangue!

Ele ficou sério, suspirou profundamente, mas ele parecia não entender.

-Ela é filha de sangue do meu pai. . .

-Por Deus!-sussurrou ele cobrindo a boca.

-Ela é sua irmã de sangue. . .-Eu queria arrancar meu coração com medo que ele dissesse que a queria pra ele.

-Andras . . .  co-como isso é possível?

-Simples, sua mãe não a quis, tenho documentos assinado por ela.

-Espere. . . Então você está só. . . -Ele apertou a ponte do nariz tentando arrumar os pensamentos.-Digo, você não. . . tipo. . . não existe uma mãe da Manu . . .

Sorri nervoso vendo-o atrapalhado com as palavras. Ele estava preocupado se eu estava com alguém. Passei as mãos por seu rosto ainda lindo para mim. Sam derreteu em minhas mãos fechando os olhos com lágrimas escorrendo. Limpei-as com os dedões.

-Como eu poderia ter alguém se meu coração pertence a outro. . .-Ele voltou a me olhar. -Eu jamais colocaria outra pessoa em seu lugar Sam. . . eu jamais tive coragem de olhar nos olhos de outras pessoas com medo de esquecer o que tivemos, apenas a Manu me mantem vivo Sam. Eu vejo os seus olhos nos dela e fico feliz sabendo que o seu olhar não se perdeu pra mim.

-Eu. . . te amo tanto!-chorou ele e o abracei.-Tanto que meu peito dói. . . meu coração sangra quando acordo e não tenho você pra amar.

-Shiii. . . se acalme meu amor!

Não aguentando mais os joelhos, me sentei no chão e o puxei para o meu colo. Sam não me soltava e eu não queria solta-lo tampouco.

Os irmãos da minha irmãWhere stories live. Discover now