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Samuel

Dor e alívio me consumiam ao mesmo tempo. Estou nos braços da única pessoa que faz meu coração bater mais forte, que fez meu coração feliz e triste ao mesmo tempo, posso dizer que Andras fez meu coração degustar todos os sentimentos possíveis desde que o conheci. Quando me acalmei com seu carinho Andras me deu um beijo calmo e olhou em meus olhos.

-Perdão pelo que te fiz passar?!-sussurrou ele.-Eu tinha tanto medo de perder a Manu. . .

-O que te fazia pensar que eu poderia tirar algo tão importante da pessoa mais importante da minha vida?

-Meu pai me pediu pra eu não contar nada a ninguém, me pediu pra que eu não deixasse a mãe de vocês saber onde ela estava, com medo de que ela fosse criada como uma bastarda qualquer, ele não queria que eu ficasse só e que não abandonasse ela e foi o que fiz, me tornei pai dela a pedido dele e não me arrependo de tê-la registrada e nem ter passado todas as 24hrs do dia, dos últimos anos dedicado a ela.

-Você é tão jovem ainda . . .

-Eu jamais amarei alguém em minha vida como eu amo você Sam, mas eu não posso viver sem a minha Manu e se me ama como diz, não vai contar sobre ela a ninguém, nem aos seus irmãos.

-Não contarei meu amor, não te trairia dessa maneira. -Falei voltando a me ajoelhar na frente dele e segurar seu rosto, aqueles olhos úmidos. Os olhos azuis mais lindos que eu já vi em minha vida. -Mas . . . não me deixe mais de fora da sua vida. . . eu . . . eu quero ficar com você pra sempre. . . quero te ajudar com a criar a Manu. . . quero acordar com você em meus braços. . .

-Como poderíamos viver assim sem seus irmãos ficarem sabendo dela. . . sua mãe. . .

-Eu me desligo deles!

Andras sorriu com amargura. Passou a mão em meu rosto.

-Não posso pedir isso a você!

-Não precisa pedir, eu deixaria tudo!-olhei sério e o mais profundo que eu conseguiria para lhe mostrar o quanto eram verdadeiras minhas palavras.-Eu deixaria absolutamente tudo para trás por você, meu nome, minha família. Andras você é tudo o que eu preciso!

Havia uma lágrima em seus cílios grossos que relutava em cair. Então ele sorriu. Um sorriso verdadeiro e lindo que aqueceu meu coração.

-Faria mesmo. . .

-Casa comigo?

Ele agora me olhava em choque.

-Eu faria um pedido melhor caso eu não tivesse tanta pressa em ter você em meus braços.

Andras me abraçou forte, mas não me respondeu.

-Por favor?!-implorei.

-Sim!-sussurrou ele.

Me afastei para olhar em seus olhos.

-Sim. . . eu me caso com você!

-Por Deus. . .-o beijei com todo o meu amor, voltei a olhar em seus olhos eu ainda não crendo.-Sim?

-Sim!-sorriu ele.-Sim...Sim...

-Eu. . .  uau. . .  sinceramente, meu coração não ta cabendo dentro de mim neste momento!-peguei sua mão para que sentisse meu coração disparado.

-Fique calmo Sam . . . quer me deixar agora que me achou?

-Não. . . e deixar esses olhos dando sopa por ai? -brinquei com ele.

Andras se levantou me puxando pelas mãos. E o abracei novamente.

-Você esta tão lindo!-comentei analisando suas feições mais maduras.

-Você também Sam, mudou muito pouco.

Andras acariciava meu rosto enquanto eu o mantinha firme com meus braços em volta da sua cintura, Andras me deu um beijo casto e bem na hora Manu entra chorando e o solto.

-Papai. . .-Ela se abraça nas pernas dele.

O rapaz que trabalha na livraria entra correndo com os pulmões em frangalhos. Andras a pega no colo.

-O que foi filha?

-Manu o tio falou que comprava outro sorvete pra ti!-disse ele.

-Mas eu queria aquele!-chorou ela e eu ri.

-Desculpe Andras . . . ela deixou o sorvete cair e . . .

-Está tudo bem Larry, deixa comigo, obrigado.

Ele saiu segurando o peito tentando respirar. Fechou a porta. Manu limpava as lágrimas com os punhos.

-Filha não pode chorar por um sorvete!-disse Andras a colocando sentada na mesa e tirando as mãos do rosto dela.

-É que. . . a minha amiga disse que . . .aquele sorvete era espe-especial . . . e . . . que ele me . .  . me deixaria feliz. . .  e eu . . .deixei. . . deixei cai!-chorava ela.

-Mas meu amor, olha pro papai?-eu me derreti assistindo o carinho que ele tinha por ela e nossa é inacreditável que ela seja minha irmã. -Chorar trouxe o seu sorvete de volta?

-Não!-disse ela ainda tentando parar de chorar.

-Então, pra que chorar se isso não vai resolver seu problema?! -Ele limpou as bochechas dela e lhe deu um beijo no nariz e ela sorriu. -Essa é a Manu do papai.

Ela por fim olhou pra mim e eu lhe sorri.

-Papai o meu amigo é seu namolado?

Andras sorriu corado.

-Não sei, você acha que eu deveria namorar com ele?

-Eu acho que sim!-tentou sussurrar ela.-Ele é bonito papai.

-E seu eu me casar com ele?

Os olhos dela ficaram enormes e seu sorriso se alargou, Manu cobriu a boca e começou a rir.

-Por que ta rindo Manu? -Perguntou ele.

-Porque eu vo te mais um papai!-riu ela.

Me abaixei na frente dela.

-Você deixa eu casar com seu pai?-Perguntei.

-Só se vai se meu papai também!

-Claro que vou, e sabe o que mais?

-O quê?-perguntou entusiasmada, com os olhos parecendo o gato de botas.

-Eu vou fazer de tudo pra vocês dois serem felizes!-falei tocando o nariz dela e ela pulou no meu pescoço me abraçando forte e eu retribui me debulhando em lágrimas.

-Papai novo!-disse ela segurando minhas bochechas.-Não sola, isso não vai resolve o pobema, eu pometo te faze feliz também. . .

-Eu. . . Estou muito feliz . . . por ter ganho uma filha . . . uma filha linda e inteligente como você!

Meu coração só tinha espaço para o amor daqueles dois e nada além. Me levantei com ela no colo e Andras nos abraçou.

-Que tal um sorvete novo e também especial?!

Manu sorriu. Peguei a mão de Andras e ele entrelaçou os dedos nos meus sorrindo, era o mesmo sorriso da Manu. Ela era fisicamente nossa filha mesmo, pois tinha muito de nós dois.

-Vamos!-disse Andras abrindo a porta.

Saímos pela livraria agora com menos pessoas.

-Larry vou sair sem hora pra voltar, você fecha pra mim?

-Claro!-sorriu Larry ao nos ver de mãos dadas.

Quando sai na porta da livraria respirei fundo, Manu ainda em meu colo com o braço em volta do meu pescoço sorriu e me deu um beijo. De mão com Andras deixei ele me conduzir pela rua até a sorveteria.

Os irmãos da minha irmãWhere stories live. Discover now