Conto - O Policial - Parte 2

975 120 21
                                    

6

O capitão pediu por ajuda, o salvei de salgar o molho e descobri que o prato é para um concurso. Ele está participando de uma competição beneficente da polícia de LA. Os valores arrecadados serão doados para instituição selecionadas.

- É um evento aberto a comunidade. – Ele comentou.

Estamos conversando por ligação, acho que o capitão não é muito fã de mensagens de texto.

- Ótimo, integrar a comunidade é importante. – Sentei-me, jogando os pés para cima do sofá.

- Tem algum plano para amanhã? – Indagou.

A voz de Gina, dizendo que tudo não passou de uma desculpa, ecoou em minha mente.

- Não, eu não tenho. – Pensei em passar o sábado trabalhando, mas decidi arriscar e ver o que ele pretende.

- Ótimo, venha participar do evento. Será bom ter minha mentora culinária ao meu lado. – O tom dele seguro e um pouco divertido.

Não contive o riso, felizmente soou suave.

- Espero poder ajudar. – Respondi animada.

Não sei o que esse convite significa. Porém tenho vontade de saber mais sobre ele, o capitão Porter me intriga. Sou uma jornalista, além de naturalmente curiosa, preciso de respostas.

Escolhi uma saia leve e sapatos confortáveis.

O local tem um bom público, as pessoas realmente se engajando por aqui. Caminhando um pouco avistei o capitão, vestido como no dia em que me salvou. Ele está conversando com um grupo de pessoas, entre eles uma mulher negra linda. Os dois parecem muito próximos, talvez sejam mais que amigos.

Retirando os óculos escuros caminhei até o grupo, o capitão logo me viu.

- Olá, senhorita Brown. – Seu tom gentil.

- Olá. – Respondi.

- Deixe-me fazer as apresentações. – Ele se prontificou. – Esses são Roger, Jace e Amber. Eles são diretores das instituições que estamos ajudando.

- Muito prazer, Diana Brown. – Falei educada.

- A Diana Brown? Editora-chefe da revista Style? – A mulher falou cheia de entusiasmo.

- Sim, sou eu. – Sorri.

- Capitão, você é cheio de surpresas, essa mulher é uma lenda. – Ela exagerou. – Muito prazer, sou sua fã. Você é tão elegante e bonita.

Fiquei sem reação, ninguém nunca disse ser meu fã.

- Obrigada, você também é bonita. – Ela realmente é.

- Você é famosa, senhorita Brown? – O capitão curioso.

- Não exatamente, a revista em que trabalho é bastante conhecida.

- Sério capitão? Nunca leu Style?

- Ler não, apenas folheie algumas páginas. – Ele olhou para mim, está embaraçado. – Acho que devo adicionar o próximo exemplar a minha lista de leitura.

- Envio uma para você, capitão. – Falei em tom delicado.

Deixamos o grupo, e a tietagem inesperada, de lado. Caminhando entre toda aquela gente, muitas crianças.

- O trabalho que fazem aqui é importante. Mostrar a essas crianças que existe mais que conflitos e diferenças. – Comentei.

- Nosso trabalho sempre foi servir e proteger, mas creio que o integrar deva fazer parte. – Algumas crianças estão recebendo aulas de defesa pessoal. – Sou a terceira geração de policial na minha família. Para o meu avô a realidade foi outra, para meu pai também. Agora, na minha vez, quero fazer diferente.

Coletânea Fardados - ContosOnde histórias criam vida. Descubra agora