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"A verdade virá à vista; assassinato não pode ser escondido por muito tempo"
- William Shakespeare

Dulce María

— Eu odeio você. — eu disse novamente enquanto eu comia.

Christopher revirou os olhos, colocando os arquivos na frente dele.

— Nós estamos em público, querida.

— Eles podem se foder com essas máscaras entediadas. — eu olhei em volta do restaurante encontrando pelo menos dez pares de olhos olhando para nós como se fôssemos algum tipo de estrelas de cinema.

— Cuidado, eles podem parar de te ver como a queridinha da América. — ele sorriu, bebendo seu café com desdém. — Paciência, amor.

— Para o inferno a paciência. Já se passaram quatro meses desde o casamento deles. Desde então, eles queimaram metade dos nossos campos no México, mataram sete dos nossos homens na Itália, e cortaram trinta por cento da nossa maconha no leste. Que nos custa cerca de uns cem milhões a cada semana. Eu quero a cabeça deles em uma estaca.

Beliscando a ponta do meu nariz, eu tentei respirar. Os últimos quatro meses tinham sido uma guerra total. Os Valero estavam vindo até nós com tudo o que tinham. Esperávamos por isso. Mas com os policiais na nossa cola, nossas ações eram limitadas. Os Valero deveriam estar por trás disso também, e ao invés de eu estar pronta para bombardear a delegacia de polícia, matar Valero, e seguir em frente, eu estava em um restaurante, esperando as donas de casa de Chicago para alguma merda de caridade.

— Nós vamos encontrar uma abertura em breve. Mas, vamos seguir com o plano que fizemos noite passada.. — ele sorriu.

— Eu estava doida pelo sexo e não conseguia pensar direito — eu rebati, bebendo o café.

— Mas esse é o lugar onde todos os nossos melhores planos são criados.

— Sério? Foi assim que você veio com o plano de bombear mais heroína em Boston? Agora o prefeito está envolvido.

— Sim, mas só porque sua filha idiota usou e teve uma overdose. Ele está ocupado demais culpando os distribuidores. Para eles, a culpa é nossa. Prefeito ou não prefeito, isso foi uma boa ideia. A demanda está crescendo.

— Christopher. — eu suspirei, apertando a ponte do meu nariz. — Se nós continuarmos assim, vamos nos esticar demais. Não podemos lutar por Chicago e Boston com Valero ainda na nossa cola. O prefeito vai reforçar mais seus esforços para nos rastrear.

— Tudo bem. — ele sussurrou, se inclinando. — Nós permanecemos neutros por enquanto. Mas no momento em que os Valero estiverem fora, vamos fazer de tudo.

— Combinado. Nesse meio tempo, nós podemos mexer só com a erva. — maconha era tão boa como o ouro agora. Nós vendíamos para farmácias onde era legal, e pequenas gangues de rua.

— Então está resolvido... — ele fez uma pausa me fazendo olhar para a porta onde o delegado Andrew Patterson veio em nossa direção.

— Quem você chama quando é a polícia que está te perseguindo? — eu suspirei, olhando por cima de Christopher, que olhou para o homem que se aproximava.

Delegado Patterson colocou dois distintivos em cima da mesa, fazendo com que Liam e eu olhássemos um para o outro rapidamente.

— Brilhante. — Christopher riu, tomando um gole de café. — Existe uma razão pela qual você está colocando essa imundície na minha mesa?

Patterson parecia que tinha envelhecido pelo menos dez anos nos últimos quatro meses.

— Os oficiais que seus homens mataram hoje eram novos na academia.

Ruthless People - Livro 1Where stories live. Discover now