— CARAMBA, PARA DE SER ASSIM! — Lua segurou na cabeça de Micael, o chacoalhando enquanto gritava. Apartei a situação, tirando suas unhas médias de seu rosto.— PAREM DE BRIGAR, PAREM DE BRIGAR. — Gritei, ordenando. — Vocês vão ficar assim? Brigando? — Os observei.
— Eu deveria ter matado você quando tive oportunidade. — Micael soltou.
— E por que não matou? Senhor serial killer de merda. — Debochou.
— Você não está ajudando nada, Lua. — Disse, enquanto bufava. Tentei manter a calma dentro do carro mas não estávamos no clima.
Ficamos em silêncio por alguns segundos.
— Se sequestrarmos a Kate, será um tempo perdido. — Lua voltou a dizer, ficando em transe. — Se apresentem, mostrem a identidade, a mulher vai saber, Kate irá reconhecer.
— E se ela não reconhecer? — Rebati em pergunta.
— Não fizeram uma lavagem cerebral nela, isso eu tenho certeza. — Me encarou. — Vocês estão levando a sério demais, por favor.
— Eu queria ver se fosse o Acsa no lugar da Kate. Você estaria desse jeito também, não acha? — Micael perguntou, debochado e irônico. Trincou o maxilar enquanto abaixava a cabeça.
— Acontece que Kate está lá enquanto estamos aqui, discutindo, feito doentes. — Remexi meus ombros, desconfortável. — Acho melhor optarmos pelas palavras da Lua.
— Jura? — Micael arqueou uma sobrancelha, me encarando. Não ficou feliz com a decisão.
— Micael, por favor... — Cerrei meus olhos em cansaço. — Só vamos continuar o que temos que fazer, eu quero ir embora daqui. — Decretei.
Marina City. 69
Chicago.Eu e Micael saímos do carro, caminhando até o endereço indicado pelo mesmo. A porta extremamente nova sondou por meus olhos, antes do meu dedo afundar na campainha com um som agradável até demais.
Esperamos por alguns segundos até a porta se abrir.
— Pois não? — A mulher sorriu, simpática.
— Nós queríamos conversar com você. — Micael procurou palavras, estava nervoso. — Podemos entrar?
— É referente à...
— Viemos buscar a nossa filha. — Disse de uma vez, fazendo ela franzir o cenho.
— Filha? Quem são vocês?
— Somos Micael Borges e Sophia Borges, os pais de Kate. E eu sei que você está com a minha filha, não adianta mentir. — Micael irritou-se, fuzilando a mulher com o olhar.
— Olha, vocês devem estar...
— A gente não está nada. — Cerrei meus dentes. — Só queremos buscar a Kate e levá-la.
A mulher fechou a porta com tudo mas foi impedida pelas mãos fortes de Micael, que emperrou, impossibilitando que fizesse algo errado.
— Vamos ser compreensivos. — Foi automático ao observar ela, que estava com medo. — Nos dê a Kate e vamos embora, sem mais.
— Vocês não vão levar a minha filha. — Negou com a cabeça. — Os pais dela estão mortos!
— NÓS SOMOS OS PAIS DELA. — Me alterei. — ME DÊ A MINHA FILHA OU EU MATO VOCÊ.
— EI, EI, EI, EI. CALMA SOPHIA! — Lua apareceu atrás de mim, segurando meus braços. — Vamos ser... Legais com a senhora... — Encarou a mulher que estava com medo, atrás da porta.
— Ângela. — Silabou leve, os olhos nervosos nos observando. — Quero que saiam daqui!
— Senhora Ângela, se me permite, queríamos entrar e conversar sobre Kate. Por favor! — Lua pediu, calma até demais. — Temos uma ótima oferta para estarmos aqui.
A mulher se acalmou, assentindo, enquanto encarava o chão. Abriu a porta, nos dando passagem.
Nos levou até sua mesa de jantar, onde sentamos em respectivos lugares. A casa era agradável, nada de abundante ou coisa do tipo.
— Eu sou Micael Borges, médico do hospital de Seattle. A senhora não deve ter ouvido falar...
— Eu não conheço você. — Rosnou. — Afinal, eu não conheço vocês. — Nos observou como estranhos.
Afinal, éramos sim sob o olhar dela.
— Certo. — Pausou. — Eu e Sophia somos casados. Moramos em Seattle, tivemos o nosso segundo filho não faz muito tempo. — Continuou. — Creio que Rayana esteve aqui, estou certo?
Ela assentiu.
— Ótimo! Eu era marido da Rayana, antes dela forjar a própria morte, fingindo, criando um plano contra nós. É por isso que estamos aqui. — Trincou o maxilar, pouco tenso. — Sophia foi minha...
— Amante. — Lua soltou, sorrindo falsa.
— Calada, Lua Maria. — Micael lhe fuzilou. — Como eu estava dizendo, Sophia foi minha namorada clandestina por muito tempo, enquanto eu estava com Rayana, que atormentou a minha vida por longos anos. — Lembrou-se. — Parece coisa de filme mas essa mulher é cruel! Muito cruel!
— Eu tive Kate na adolescência, não tinha pra onde correr. Micael me ajudou muito, nós nos amamos e Rayana não entende isso. Ela é má! — Soltei. — Está fazendo essa vingança contra nós porque sabe de toda a verdade, ela soube de tudo e planejou isso.
— Colocou Kate na lista de adoção de Chicago, clandestinamente, mentiu à senhora que acreditou. — Lua concordou, resumindo.
— Somos os legítimos pais dela, eu posso lhe provar. — Micael vasculhou o bolso da calça, tirando alguns papéis dobrados.
Ângela os pegou, lendo a certidão de nascimento de Kate, uma cópia de seus documentos da escola e uma impressão de seu RG.
— Por Deus. — Colocou as mãos na boca, suas lágrimas caíram, os lábios tremeram. — Meu Deus! — Nos encarou. — Me perdoem, me perdoem. Não sabíamos de nada.
— Tudo bem. Tudo bem! — Sorri em alívio, mantendo transparência e tranquilidade à ela. — Ela nos enganou, Rayana é...
— Kate não está aqui. — Soltou em decreto, chorando mais ainda. — Ela não está aqui.
Puta que me pariu.
— E onde ela está? — Micael perguntou, irritado. — Em, onde Kate está?
— MEU MARIDO LEVOU ELA. — Abaixou a cabeça, fungando.
— E pra onde o seu marido levou ela? ME DIGA, ME DIGA, ONDE O SEU MARIDO LEVOU A MINHA FILHA? — Parti em cima do colarinho de sua blusa, lhe segurando com toda a força que tinha, chacoalhando. Micael me parou, segurando minhas mãos.
Ela estava com a minha filha! A minha doce Kate.
— Ela pediu. — Negou com a cabeça. — Ela pediu! Uma ligação de madrugada, dizendo que Kate precisava ir até o cartório de Michigan.
— MICHIGAN? — Micael arregalou os olhos.
Levantou-se, andando de um lado para o outro, colocando as mãos na cabeça. Iríamos perder Kate, nós iríamos!
— Eu sinto muito! — Ângela continuou.
— Não precisa se desesperar, está tudo bem. — Lua respondeu por nós, que estávamos em êxtase com as notícias recebidas. — O seu marido volta hoje?
— Eu não sei, eu ainda não sei. Não falei com ele!
— Certo. A senhora pode ligar ao seu marido, por favor? — Micael lhe encarou, pedindo.
Não sabíamos mais o que fazer.
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Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada
RomanceDepois de anos, Rayana descobre a verdade sobre Sophia e Micael. O pior está por vir: sua doce e terrível vingança!