— Passageiros do voo 590 com destino ao Rio de Janeiro. Por favor, verifiquem os cintos e siga as instruções do comissário de bordo.Já havia ouvido aquilo umas três vezes desde que entramos no avião. Kate estava sentada na poltrona ao lado da janela, Marcel no meio e eu na ponta, tendo Thomas em meus braços.
E sim! Viajar com três crianças não era fácil à ninguém, ainda mais sem a ajuda de Micael. Sem contar na mala que estava levando... Pesada e grande. Não, não era fácil!
Horas depois.
Rio de Janeiro - Brazil.
— PAPAAAAAAAI. — Kate correu até Micael, após vê-lo no meio do aeroporto. Subiu no colo do pai, que a encheu de beijos.
— OI, MEU AMOR MAIS LINDO DO MUNDO! — Encheu Kate de beijos. — Como você está? O papai morreu de saudade, sabia?
— Eu tô bem, papai. — Sorriu. — A gente vai na praia agora?
— Agora? — Caminhou até mim. — Só depois que chegarmos na tia Lua e cochilarmos um pouquinho. — Optou à Kate que entristeceu um pouco. — Depois vamos à praia, amor!
— Oi. — Dei meio sorriso à Micael, sendo simpática porém não dando muita confiança.
— Oi. — Sorriu. Segurou a mala em outra mão. — Você está bem?
— Sim. E você? — Andamos pelo aeroporto.
— Estou bem! — Pausou. — Kate, vá um pouco no chão. Eu vou ajudar a mamãe com seus irmãos. — Pediu à Kate que saiu do colo de Micael, indo ao chão novamente.
O mesmo teve Marcel em seus braços, enquanto carregava a mala.
— Viagem tranquila? — Puxou assunto.
— Só o Thomas que teve algumas cólicas, nada demais. — Respondi, calma. — Lua veio com você? — Não iria ser tão ruim assim.
— Ah, não... Ela me emprestou o carro. — Explicou.
Passamos na porta automática, saindo do aeroporto. Avistei o Jeep de Lua estacionado bem perto.
Entramos no veículo, Micael ajustou a mala no porta-malas atrás. Verificou Kate na cadeirinha, seguida de Marcel. Fui na frente com Thomas, que dormia agora.
— Meu pequeno. — Micael entrou no carro, observou a feição de Thomas tranquilo. Tocando seu rostinho.
Fiquei em silêncio o caminho todo, até chegarmos na casa de Lua.
Que por sinal, estava nos esperando alegremente.
— E aí, miss Seattle! — Abracei a mesma. — Como você está?
— Bem, entre fases. Sim, estou bem! — Sorri leve. — Tia Claudia. Como está? — Fui de encontro com ela.
— Perfeita, meu bem. Você está bem? Eu sei que não.
— Seus chácaras nunca erram. — Rolei meus olhos. Avistei Lua abraçar Kate. — Esse é Thomas, tia Claudia. Acho que a senhora não chegou a ver!
— Não mesmo. — Aproximou-se de Thomas, fazendo uma cruz pequena em sua testa. Sorrimos. — Que você seja muito abençoado, pequeno menino!
— Amém. — Disse calma.
— Aposto que estão com fome! — Lua soltou, indo até à cozinha, junto dos outros.
Fiquei na sala com Thomas.
E Micael.
— Ainda tá irritada com aquele negócio? — Micael sentou-se no sofá.
Me agachei no tapete, colocando Thomas deitado no sofá. Iria trocá-lo.
— Eu gostaria de não falar sobre isso. — Sorri falsa à ele.
— Tudo bem. — Deixou passar. — Eu só não quero que fique esse clima entre a gente. Sério!
— E existe algum clima entre a gente? — Retirei o body de Thomas, passando por suas perninhas.
— Você me tratando desse jeito. Sim, existe!
— Eu só não quero. — Pausei. — Acabar... Me dando mal. — Abri a fralda de Thomas.
— Por que você se daria mal? — Micael franziu o cenho.
Lua voltou da cozinha, estava alegre com a casa cheia.
— Como vão os assuntos na sala? — Ajuntou as mãos, sorrindo.
— Nada demais. — Busquei uma fralda limpa, Micael me ajudou. — O que você fez pro almoço? — Mudei de assunto, afinal, não queria um clima péssimo na casa de Lua.
Apesar de já estar tendo.
— Minha mãe fez bacalhoada. — Vibrou. — Você come, não come? — Parecia preocupada com a minha resposta.
— Claro que sim. Eu amo bacalhoada! — Assenti, sorrindo leve.
Terminei de trocar Thomas que mordia desesperadamente o mordedor em sua mão, salivando. Micael achou graça, brincando com o mesmo.
— Vem cá, garotão do papai. — O mesmo saiu com Thomas, me deixando sozinha com Lua.
Guardei as coisas rapidamente dentro da bolsa, ela sentou-se no sofá, me esperando.
— Berlinda?
— Nem é. — Fechei a bolsa. — Ainda tô brava com ele!
— E tem motivo pra você ficar brava com ele?
— Ele anda me traindo, Lua. — Rolei meus olhos, sem paciência.
— E você sabe? — Fez uma cara de deboche. — Você tem provas? Alguém te contou?
— Eu não sou idiota. — Me levantei. — Estamos falando de Micael Borges, o popular...
— Do colégio. E blá, blá, blá. — Lua revirou os olhos. — Isso já faz anos, Sophia. Supera!
Optei pelo silêncio.
— Você acha que ele me trai? — Tinha medo em minha voz e sim, eu não queria saber a resposta de Lua, mesmo sendo negativa. Eu não queria!
— Você tá ficando louca, sabia? — Semicerrou os olhos.
— Acho que eu preciso de um emprego. — Caminhamos até o jardim. O dia estava lindo!
— Você precisa parar com essa coisa de livro científico idiota. — Soltou. — Tá acabando com você.
— Livro científico idiota? — Me senti ofendida. — Você não sabe da metade da história.
— E você acha que vai ganhar o que com isso, Sophia?
— Samantha me ligou, de novo. — Engoli seco. — Estou escrevendo a história em um site agora. — Sorri animada. — Wattpad.
— Wattpad? — Lua silabou, reprovando a ideia. Sua cara não era nada boa! — Quantos anos você tem, Sophia?
— É crime escrever por lá? — Ri em deboche, não entendendo.
— Caraca! Você fica em casa, escrevendo em um site de quinta categoria? — Achou o cúmulo. — Cadê a Sophia? Onde enfiaram o cérebro inteligente dela? Hein?
Fiquei em transe vendo sua desaprovação. Era lamentável ao meu ver, minha própria amiga, desacreditando de tudo.
— Meninas? Venham almoçar! — Tia Claudia saiu, nos chamando. O clima não era nada bom.
— Estamos indo, mãe. — Lua ainda me observava, quieta. Retirou-se do jardim, entrando novamente.
Deveria ter ficado em Seattle.
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Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada
RomanceDepois de anos, Rayana descobre a verdade sobre Sophia e Micael. O pior está por vir: sua doce e terrível vingança!