Capítulo 158

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— Passageiros do voo 590 com destino ao Rio de Janeiro. Por favor, verifiquem os cintos e siga as instruções do comissário de bordo.

Já havia ouvido aquilo umas três vezes desde que entramos no avião. Kate estava sentada na poltrona ao lado da janela, Marcel no meio e eu na ponta, tendo Thomas em meus braços.

E sim! Viajar com três crianças não era fácil à ninguém, ainda mais sem a ajuda de Micael. Sem contar na mala que estava levando... Pesada e grande. Não, não era fácil!

Horas depois.

Rio de Janeiro - Brazil.

— PAPAAAAAAAI. — Kate correu até Micael, após vê-lo no meio do aeroporto. Subiu no colo do pai, que a encheu de beijos.

— OI, MEU AMOR MAIS LINDO DO MUNDO! — Encheu Kate de beijos. — Como você está? O papai morreu de saudade, sabia?

— Eu bem, papai. — Sorriu. — A gente vai na praia agora?

— Agora? — Caminhou até mim. — Só depois que chegarmos na tia Lua e cochilarmos um pouquinho. — Optou à Kate que entristeceu um pouco. — Depois vamos à praia, amor!

— Oi. — Dei meio sorriso à Micael, sendo simpática porém não dando muita confiança.

— Oi. — Sorriu. Segurou a mala em outra mão. — Você está bem?

— Sim. E você? — Andamos pelo aeroporto.

— Estou bem! — Pausou. — Kate, vá um pouco no chão. Eu vou ajudar a mamãe com seus irmãos. — Pediu à Kate que saiu do colo de Micael, indo ao chão novamente.

O mesmo teve Marcel em seus braços, enquanto carregava a mala.

— Viagem tranquila? — Puxou assunto.

— Só o Thomas que teve algumas cólicas, nada demais. — Respondi, calma. — Lua veio com você? — Não iria ser tão ruim assim.

— Ah, não... Ela me emprestou o carro. — Explicou.

Passamos na porta automática, saindo do aeroporto. Avistei o Jeep de Lua estacionado bem perto.

Entramos no veículo, Micael ajustou a mala no porta-malas atrás. Verificou Kate na cadeirinha, seguida de Marcel. Fui na frente com Thomas, que dormia agora.

— Meu pequeno. — Micael entrou no carro, observou a feição de Thomas tranquilo. Tocando seu rostinho.

Fiquei em silêncio o caminho todo, até chegarmos na casa de Lua.

Que por sinal, estava nos esperando alegremente.

— E aí, miss Seattle! — Abracei a mesma. — Como você está?

— Bem, entre fases. Sim, estou bem! — Sorri leve. — Tia Claudia. Como está? — Fui de encontro com ela.

— Perfeita, meu bem. Você está bem? Eu sei que não.

— Seus chácaras nunca erram. — Rolei meus olhos. Avistei Lua abraçar Kate. — Esse é Thomas, tia Claudia. Acho que a senhora não chegou a ver!

— Não mesmo. — Aproximou-se de Thomas, fazendo uma cruz pequena em sua testa. Sorrimos. — Que você seja muito abençoado, pequeno menino!

— Amém. — Disse calma.

— Aposto que estão com fome! — Lua soltou, indo até à cozinha, junto dos outros.

Fiquei na sala com Thomas.

E Micael.

— Ainda irritada com aquele negócio? — Micael sentou-se no sofá.

Me agachei no tapete, colocando Thomas deitado no sofá. Iria trocá-lo.

— Eu gostaria de não falar sobre isso. — Sorri falsa à ele.

— Tudo bem. — Deixou passar. — Eu só não quero que fique esse clima entre a gente. Sério!

— E existe algum clima entre a gente? — Retirei o body de Thomas, passando por suas perninhas.

— Você me tratando desse jeito. Sim, existe!

— Eu só não quero. — Pausei. — Acabar... Me dando mal. — Abri a fralda de Thomas.

— Por que você se daria mal? — Micael franziu o cenho.

Lua voltou da cozinha, estava alegre com a casa cheia.

— Como vão os assuntos na sala? — Ajuntou as mãos, sorrindo.

— Nada demais. — Busquei uma fralda limpa, Micael me ajudou. — O que você fez pro almoço? — Mudei de assunto, afinal, não queria um clima péssimo na casa de Lua.

Apesar de já estar tendo.

— Minha mãe fez bacalhoada. — Vibrou. — Você come, não come? — Parecia preocupada com a minha resposta.

— Claro que sim. Eu amo bacalhoada! — Assenti, sorrindo leve.

Terminei de trocar Thomas que mordia desesperadamente o mordedor em sua mão, salivando. Micael achou graça, brincando com o mesmo.

— Vem cá, garotão do papai. — O mesmo saiu com Thomas, me deixando sozinha com Lua.

Guardei as coisas rapidamente dentro da bolsa, ela sentou-se no sofá, me esperando.

— Berlinda?

Nem é. — Fechei a bolsa. — Ainda brava com ele!

— E tem motivo pra você ficar brava com ele?

— Ele anda me traindo, Lua. — Rolei meus olhos, sem paciência.

— E você sabe? — Fez uma cara de deboche. — Você tem provas? Alguém te contou?

— Eu não sou idiota. — Me levantei. — Estamos falando de Micael Borges, o popular...

— Do colégio. E blá, blá, blá. — Lua revirou os olhos. — Isso já faz anos, Sophia. Supera!

Optei pelo silêncio.

— Você acha que ele me trai? — Tinha medo em minha voz e sim, eu não queria saber a resposta de Lua, mesmo sendo negativa. Eu não queria!

— Você ficando louca, sabia? — Semicerrou os olhos.

— Acho que eu preciso de um emprego. — Caminhamos até o jardim. O dia estava lindo!

— Você precisa parar com essa coisa de livro científico idiota. — Soltou. — acabando com você.

— Livro científico idiota? — Me senti ofendida. — Você não sabe da metade da história.

— E você acha que vai ganhar o que com isso, Sophia?

— Samantha me ligou, de novo. — Engoli seco. — Estou escrevendo a história em um site agora. — Sorri animada. — Wattpad.

— Wattpad? — Lua silabou, reprovando a ideia. Sua cara não era nada boa! — Quantos anos você tem, Sophia?

— É crime escrever por lá? — Ri em deboche, não entendendo.

— Caraca! Você fica em casa, escrevendo em um site de quinta categoria? — Achou o cúmulo. — Cadê a Sophia? Onde enfiaram o cérebro inteligente dela? Hein?

Fiquei em transe vendo sua desaprovação. Era lamentável ao meu ver, minha própria amiga, desacreditando de tudo.

— Meninas? Venham almoçar! — Tia Claudia saiu, nos chamando. O clima não era nada bom.

— Estamos indo, mãe. — Lua ainda me observava, quieta. Retirou-se do jardim, entrando novamente.

Deveria ter ficado em Seattle.

Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada Where stories live. Discover now