Capítulo 122

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Deixei Thomas com a babá recebendo um pouco de reclamação de Micael. O mesmo me levou no trabalho naquela manhã, estávamos românticos demais, o que era bom. Era ótimo! Fazia tempo que não ficávamos desse jeito.

Micael parou a Range Rover em frente ao prédio espelhado.

— Está entregue. — Sorriu.

— Obrigada. — O beijei. — Irei voltar de táxi, não se preocupe.

— Sabe. — Pausou. — Já está na hora de você se matricular em uma autoescola. — Soltou, me observando. — Eu quero tirar a sua saia. — Deu um riso sarcástico, ao mesmo tempo sexy.

— Para com isso! — Bati leve em suas mãos, ele riu. — Você tomou Viagra? — Segurei meu riso.

— Você é meu Viagra. — Micael estava impossível! — Não vá trabalhar hoje, vamos ao motel aqui perto, eu quero comer a sua bocetinha de novo. — Mordiscou minha orelha, passando as mãos em meu corpo.

Fiquei boquiaberta mas também tentada. Tive que pará-lo, iria me atrasar na frente do trabalho.

— Preciso ir. — Arfei. Me desfiz do cinto de segurança, abrindo a trava da porta. — Até mais tarde! — Mandei um beijo o vendo sorrir.

— Eu te amo!

— Eu também te amo! — Acenei, vendo Micael sair levemente da vaga com a Range Rover, sumindo pelos carros da avenida.

Passei pela porta giratória me encontrando com Samantha. Tinha um copo de Starbucks nas mãos, o seu headset portátil no ouvido esquerdo e sua roupa perfeitamente passada e de grife.

— Bom dia, Samantha! — Sorri.

— Está atrasada mas eu não ligo. Só não faça isso de novo! — Sugou o líquido pelo canudo. — Você leu os livros? — Caminhamos juntas até o elevador.

— Eu já estou acabando, quer dizer. — Era pra ter terminado na noite de ontem, porém... — Eu vou acabar, juro!

— Não jure nada, Sophia. A última que jurou está vendendo roupas na Forever 21 do shopping aqui perto. — A porta se fechou. — Preciso desse livro até o fim da semana, combinado?

— Perfeitamente. — Assenti, engolindo seco.

Saímos do elevador, fazendo o trajeto até a sua sala. Samantha se pôs ao seu lugar, iniciando uma conversa em seu headset. Me sentei no meu lugar, ajustando os livros na mesa e continuando o meu trabalho insano.

Já Micael, estava mais ocupado em despistar Aubrey quando colocou os pés no hospital, o amigo lhe seguia, irritante e querendo explicações.

— A polícia virá amanhã. — Disse à Micael, apressado.

— E? — Continuou andando até o elevador, indo para sua sala.

— Preciso das fitas, Micael.

— Não, você não precisa. A polícia precisa! — Aubrey lhe irritou. — Você está querendo insinuar o que, Aubrey? — Franziu o cenho, esbravecido. — Está insinuando que eu sumi com Melanie?

— Não disse isso.

— Mas está querendo dizer. — Entraram no elevador, juntos.

— Eu só estou aflito, Micael. Apenas isso!

— Você está sofrendo por uma vagabunda que dorme com diversos homens na mesma noite. — Encarou o amigo. — Não venha colocar a culpa em mim, se ela sumiu, não voltará tão cedo.

Aubrey ficou em silêncio.

— Você está diferente, Borges. — Encarou o próprio pé esperando a porta do elevador se abrir.

— Estou cansado de tanta confusão. Apenas isso! Ainda mais essa pra contrariar. — Saíram do elevador, caminhando até à sala de Micael.

— Doutor Borges? — A auxiliar lhe parou.

— Bom dia, Lena! — Sorriu.

— O obstetra faltou e eu estou com uma paciente em trabalho de parto, no 415. — Mexeu em seus dedos, um pouco nervosa.

— Já estou indo. — Avisou. Ela assentiu, saindo.

Aubrey bufou, dando as costas à Micael.

— Trabalhe duro, Aubrey! Assim você irá parar de pensar em Mel.

Não obteve uma reposta, tinha deixado o amigo irritado o bastante.

Micael desceu novamente até o quarto 415. Conseguia escutar os gritos da paciente, desesperada. Lembrou-se de mim automaticamente, o que lhe fez rir leve antes de passar pela porta.

— Bom dia família querida. — Micael sorriu. — Quem vai ganhar um bebê hoje? — A auxiliar lhe entregou a prancheta, Micael verificou.

— EU NÃO AGUENTO MAIS. — A mulher cerrou os dentes, suada. Estava deitada na maca confortável, com os pés encaixados no suporte apropriado.

— Você é forte, tenho certeza disso! — Micael sentou-se em sua frente. — Com licença, pai. — Observou o marido da paciente, que riu leve.

Colocou as luvas de látex, verificando a dilatação da mulher.

— Em uma escala de zero à dez. Quanto de dor você está sentindo? — Encarou a mulher.

— HUMMM... SETE. OITO. É OITO! — Gritou novamente, fazendo força.

Micael encarou a auxiliar atrás de si.

— Ela está com nove de dilatação. — Avisou. — Chame a doutora Alina, por favor! — Pediu, vendo a auxiliar sair rapidamente da sala.

— O senhor não irá fazer o parto dela? — O homem quis saber, um pouco preocupado.

— Pai, não se preocupe. Eu sou apenas cirurgião. — Explicou. — Chamei uma excelente obstetra, a doutora Alina. Ela foi responsável pelo parto da minha mulher. — Sorriu leve. — Sua esposa está em ótimas mãos, não se preocupe.

O homem assentiu, cedendo.

— Doutor Borges, me chamou? — Alina apareceu na sala, sorriu à todos.

— Ah sim, claro! Preciso da sua ajuda. — Ela havia entendido quando observou o desespero da mulher em sua frente. — Ela é toda sua! — Micael sorriu, saindo de fininho.

— Tudo bem, vamos ao que interessa. — Sentou-se na frente da mulher, preparando-se para o parto a seguir.

Tinha acabado meu livro, finalmente, depois de horas. Samantha estava roncando em sua poltrona confortável, capotada pelo sono. Me espreguicei, procurando por outro título quando a porta se abriu, revelando Stella.

— Sophia? Uma tal de Lua Blanco está lá em baixo. — Avisou.

— Lua? — Franzi meu cenho, me levantando. — Já estou indo! — Dei impulso, saindo dali.

Aproveitei o cochilo de Samantha e desci até o hall do prédio, Lua estava no sofá de espera, junto com...

Minha mãe.

— O que estão fazendo aqui? — Questionei, me aproximando.

— Antes que você me xingue, eu fui obrigada a vir aqui. — Lua rendeu as mãos.

— Oi mãe. — Respirei fundo, me preparando.

Sua face esbravecida dizia tudo.

— Oi mãe? Que tipo de pessoa você se tornou? — Queria explicações.

— Podemos conversar depois? Estou em meu horário de trabalho. — Expliquei, querendo fugir.

— Eu não quero conversar depois, Sophia. Eu quero conversar agora! — Decretou. — Você passou de todos os limites.

— Mãe, por favor! — Pedi.

— Eu vou denunciar você, ou eu não me chamo Branca Abrahão.

Young and the Restless: A Vingança de Rayana - 3ª Temporada Where stories live. Discover now