𝘁𝘄𝗼.𖦹

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꒰🧦꒱ 𝘀/𝗻 𝗺𝗮𝗴𝗮𝗹𝗵𝗮𝗲𝘀 ˎˊ-   ⇄﹕as she ⪩ ?

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꒰🧦꒱ 𝘀/𝗻 𝗺𝗮𝗴𝗮𝗹𝗵𝗮𝗲𝘀 ˎˊ-
  ⇄﹕as she ⪩ ?

tuesday, 2026.

Já era de noite, o dia havia passado depressa e agora eu me encontrava nos braços de Pedro. Suas mãos me envolviam com certa brutalidade enquanto assistimos à um filme qualquer.

Após ir ao parque com Lucca, brincamos um pouco e logo depois, Pedro foi me buscar com a desculpa de que estava preocupado comigo e que sentia muito ao gritar comigo na noite anterior, mas achou certo fazer pois me amava muito. Eu perdoei, ainda me sentindo culpada por sair sem lhe avisar. Mas ele assentiu e não disse mais nada, apenas ligou o rádio do carro para preencher o silêncio que estava entre nós, e assim que chegamos em sua casa, subimos diretamente para o seu quarto.

Ele estava estranho, mais do que o comum. Mal tentei preencher o silêncio ensurdecedor que estava entre nós porque ele mal ligaria para qualquer coisa que eu fosse falar, era sempre assim. Mas eu o amava e ele era o único a retribuir o gesto. Sentia-me presa a ele e de certo, dependente. Ele me amava, de verdade, e eu podia ver pelo modo como se preocupava comigo quando eu estava fora ou a forma como seus abraços e beijos eram brutos. Eram sua forma de carinho, afinal.

Ouvi seus batimentos cardíacos, aqueles que me davam calma em dias de chuva, mas que agora, apenas me davam certo desespero. Algo estava errado em mim e eu mal sabia o quê.

Ele se levantou de repente, dizendo que precizava comer e eu fui logo em seu encalço para a cozinha.

Pedro esquentou fatias de pizza no micro-ondas e pediu que eu colocasse nossos refrigeranges, ele analisava meus gestos com cautela, como se estivesse julgando cada passo e parte do meu corpo. Por fim, suspirou, insatisfeito.

── Por que está assim?

── Assim como?

── Estranha. ── Sussurrou, um brilho travesso rompendo suas íris azuis e vazias.

Pedro era assim, vazio.

── Apenas estou confortável.

── Está feia. Deveria se arrumar, o que os outros vão pensar ao me ver com você assim?! ── Era uma pergunta retórica, ele obviamente não qieria que eu lhe respondesse. ── Sabe que eu te amo, não é? ── Assenti. ── Por isso me preocupo como você se veste. ── Afirmei, sentindo um bolo na minha traquéia.

Engoli a saliva como um bloco de concreto, sentindo-a rasgar-me por dentro, mas talvez o bolo de saliva não fosse o culpado disso. As palavras amargas de Pedro me preenchiam de culpa e vergonha.

── Desculpe.

── Tudo bem, vamos. ── Sua mão segurava o prato com fatias de pizza enquanto subia as escadas.

Eu o segui, as pálpebras úmidas e o coração se partindo. Era difícil ama-lo, mas eu suportava a dor, era como a inflamação em minha garganta, impossível de cicatrizar e viver sem.

𝗜 𝗪𝗔𝗡𝗧 𝗬𝗢𝗨 ︱ 𝗹𝗼𝘂𝗱 𝘁𝗵𝘂𝗿 + 𝘆𝗼𝘂Onde histórias criam vida. Descubra agora