Capítulo 9

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Olá, pessoal! Cá estamos nós com mais um capítulo neste famigerado domingo!

[Wolf] Antes de tudo, gostaria de dar um alerta de GATILHO de violência capítulo. É um assunto delicado, não sei se algum de vocês já foi vítima de algo semelhante, logo, caso se sintam desconfortáveis, não leiam. Ele está intenso e ENORME, então respire antes! Na música que possuir um "2x" significa que ela deverá ser repetida duas vezes.

[Vamps] Não queremos ofender ninguém, tudo que é escrito vem com intuito de discussão e conscientização. Aliás, a história como um todo contém uma construção que aos poucos será revelada! Tenham paciência e continuem conosco!

Músicas do capítulo se encontram já na playlist "Over The Dusk Oficial" no Spotify.

Não esqueçam de comentar, compartilhar e favoritar!

Peguem um bom fone, uns lencinhos e boa leitura!

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Estudantes de Medicina aprendem, nos longos anos de curso, que sua principal função como profissionais é costurar feridas e juntar partes humanas novamente. Ou seja, salvar um organismo que estava prestes a perecer e oferecer uma nova chance de vida. No entanto, existem certas situações tão instáveis e ruins que são impossíveis de reparar, situações que foram longe demais. É a famosa "Tríade da Morte", uma condição letal em que uma pessoa criticamente traumatizada desenvolve hipotermia, coagulopatia e acidose metabólica. Nesses pacientes, o óbito decorre do choque provocado pela tríade irreversível e não da incapacidade de reparar lesões graves presentes, como se pensa. A culpa é da situação inconvertível e principalmente dos fatos que levaram até ela. Se o acidente não ocorresse, se o trauma não fosse desenvolvido... possivelmente aquilo nunca teria acontecido... possivelmente o desfecho imutável seria outro.

Miami (1986) – Terça, 2 de Setembro – Universidade de Miami

Banheiro – 13h:17min

Jogando um pouco de água no rosto, Camila utilizava o reflexo no espelho grande e retangular para notar as gotas pingando de seu queixo. Apoiada no granito escuro enquanto arrumava seu óculos de grau novamente no rosto, ela ladeou a cabeça se estudando agora mais nitidamente pelas lentes. Aquela era uma das poucas vezes que não odiava tudo o que enxergava ali, na verdade, sentia-se estranhamente bem e recompensada. Preocupada? Sim. Mas leve e corajosa. Um sorrisinho bobo começou a nascer em seu rosto, mas que logo se desmanchou porque seus pensamentos foram interrompidos ao ouvir um barulho de descarga, seguido do som da trava da cabine do banheiro se abrindo.

A latina fez uma careta ao ver e reconhecer a garota alta de cabelos pretos saindo de uma das cabines. Era Jennifer Ward, uma das minions de Kristina e estudante de Arquitetura. Por sorte, era a mais inofensiva do trio, que apenas seguia o fluxo para socializar. A famosa "Maria vai com as outras", ela julgou com um semblante de ranço durante os instantes em que a encarava por meio do reflexo no espelho. Jennifer era provavelmente a garota mais burra que Camila já viu. Esta, uma vez no ensino médio, se sentou ao seu lado e simplesmente perguntou como se escrevia "Laranja".

Sem se dar conta da presença da estudante de Medicina ao seu lado, Jennifer abriu uma nécessaire rosa cheia de glitter e começou a retocar sua maquiagem, cantarolando uma música do Black Sabbath.

Que garota esquisita, Camila pensou com as sobrancelhas arqueadas. Nada fazia sentido quando se tratava de Jennifer.

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