Desde que se entende por gente, Maya é apaixonada por futebol e pelo Manchester City, por principal influência do pai. Dividida entre a ambição de uma jovem estudante de publicidade e sua tremenda insegurança devido a traumas passados, Maya não espe...
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Maya ainda tinha na memória a primeira vez que pisou no Etihad Stadium com seu pai. Sua mãe nunca fora tão fã de futebol, o que levava ela a pensar como seus pais eram casados a tanto tempo desde que seu pai era absurdamente apaixonado pelo Manchester City.
Havia sido hereditário. Gargalhava toda vez que sua mãe lhe contava a história de o quanto seu pai ficou bravo por ela não ter deixado que ele vestisse a recém-nascida com roupas adeptas do clube para sair da maternidade.
Agora com 21 anos, Maya mantinha essa paixão mais intensa quanto antes. Não importava onde o Sky blues jogassem, ela estaria lá. Uma folga do estágio e uma brecha na faculdade e ela estaria pegando um trem para a cidade que eles iriam. A estudante de publicidade realmente não media esforços em acompanhar o time.
─ Não irei poder ir no próximo jogo. ─ suspirava, derrotada. ─ Estou atolada com algumas coisas na faculdade, diversas matérias atrasadas e eu realmente não quero me dar mal. Preciso de férias.
─ Achei que estivesse triste por não poder nos visitar, Maya. ─ a voz da mais velha soou do outro lado da linha arrancando uma risada dela.
─ Mãe! ─ dizia risonha. ─ Claro que também é por isso. Estou morrendo de saudades de vocês e Mila me contou que irá fazer aquela lasanha amanhã para o almoço. ─ choramingou ao lembrar do sabor do seu prato preferido que não comia a alguns meses.
─ Ainda continuo achando que o jogo seria mais importante que nos ver ─ disse. ─ Seu pai pediu, sabe que ele não me deixa em paz até que eu faça.
─ E onde ele está? ─ perguntou.
─ Golfe com o pessoal do trabalho. ─ o tom de voz fez Maya sorri, já pudia imaginar sua mãe revirando os olhos naquele momento. ─ Ô esporte sem graça, viu? Pior que futebol.
Maya sorriu, negando com a cabeça. Era tão irônico que a brasileira odiasse futebol.
─ Ele nos obrigou a ir da última vez. Foi horrível.
A voz de Mila invadiu a ligação de repente, irmã caçula de Maya.
─ Não sejam tão más. Não deve ter sido tão ruim assim. ─ o defendeu ouvindo as risadas irônicas semelhantes em seguida.
─ Claro. Claro.
Maya sorriu, culpada. Sentia falta do pai em todos os aspectos e ouvi-lás reclamar sobre fez seu coração apertar um pouco já que daria tudo para tá no lugar delas. Desde que saiu de Manchester, cidade natal da garota, para Londres onde iniciou sua faculdade de Publicidade, Maya sentia falta da família quase o tempo inteiro. Os almoços de família agora tinham se tornado almoços solitários na bancada da sua cozinha, as vezes acompanhada de uma de suas amigas. E a lasanha da sua mãe com um belo toque brasileiro havia se tornado lasanha congelada de supermercado.
