Desde que se entende por gente, Maya é apaixonada por futebol e pelo Manchester City, por principal influência do pai. Dividida entre a ambição de uma jovem estudante de publicidade e sua tremenda insegurança devido a traumas passados, Maya não espe...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Maya Bernardi London, 10:34am.
─ Não. Não, não e não! Vocês ficaram malucos.
Repito pela milésima vez para Helena e Ethan, sentados na minha frente tentando me convencer que aquela ideia maluca daria certo.
Já faz alguns minutos que me livrei do blazer que vestia, isso porque consegui fazer a proeza de derrubar um pouco de suco nele. Óbvio e esperado. Depois de um corte na testa, saltos quebrados e um bad hair day era apenas aquilo que faltava. Mas além da mancha horrível, o calor por conta da tensão e do nervosismo instaurado em mim também me fez pensar em abandonar a peça minutos antes do acidente.
Paro de caminhar de um lado para outro por alguns instantes e encaro a maquiadora e o publicitário parados na minha frente. Eles se entreolharam antes de dirigirem seus olhares para mim.
─ Parem com isso.
Peço, quase manhosa.
─ Darling, escute-nos.
Ethan segura minhas mãos e me puxa até que nós três estejamos sentados no sofá vermelho de veludo. O camarim é enorme, há uma arara com as roupas da marca logo ao nosso lado e uma mesa gigante com frutas, sucos, sanduíches naturais e alguns doces, direcionados a Mason.
Já faziam pouco mais de trinta minutos que estávamos ali dentro da sala, fazendo algumas ligações para agências conhecidas mas nada dava certo. Não encontrávamos ninguém do perfil de Isabele e era tarde demais para entrar em conversa com os clientes.
─ Você é igual a essa garota. A diferença são apenas os olhos azuis. ─ ele apontava para foto da modelo estampada no aparelho, de campanhas passadas.
Minha risada sai fraca enquanto nego desacreditada.
─ E que Isabele é uma modelo famosa. ─ completo, o óbvio. ─ Sem chances, Ethan. Nós só temos o branco do olho parecido, e olhe lá.
Comparar Isabele comigo é uma ofensa. Ofensa a ela e ofensa a mim pela injustiça. A garota parecia ter nascido para fazer aquilo, e ela conseguia ser ainda mais atraente pessoalmente. Digo isso porque nós nos encontramos na semana passada para acertar tudo.
Helena revira os olhos.
─ Olhe o corpo dela.
Eu mostro o celular para os dois com a foto da garota de biquíni.
─ Isabele é modelo profissional, ela deve seguir uma dieta rígida e viver vinte e quatro horas na academia.
Helena tenta justificar mas só reforça ainda mais meu argumento e é por isso que eu assinto antes que ela conclua sua frase.
─ Exato. Isabele é profissional, acho que encerramos esse assunto.
Me levanto rapidamente deixando-os sentados, bufando.