Não sei dizer, mas o sentimento que me tomou desde que o Nick compartilhou comigo uma parte de sua vida beira a felicidade.
Não estou feliz por ele ter perdido seu pai, tão pouco por tudo que ele sofreu com o uso de álcool e drogas, somado ao trabalho que foi obrigado a exercer numa facção criminosa, mas ele venceu as diversidades da vida.
O Nick que conheço é um homem integro, de caráter, capaz de reestruturar sua vida e ainda assim da continuidade ao trabalho de seu pai, transformando a empresa na melhor em seu setor nos últimos anos.
Ele conseguiu, eu também posso, só preciso lutar para deixar o passado para trás.
É isso o que farei.
— Bom dia! — Falei ao descer as escadas e encontrar o Nick sentado na mesa, tomando seu café da manhã.
— Bom dia, minha linda! Oque faz fora da cama? — Perguntou ao se levantar e puxar uma cadeira para que me sentasse ao seu lado.
— Ué... Tomando o café da manhã com meu namorado, antes do trabalho.
— Não precisa ir hoje, eu não irei demorar, vou apenas resolver algumas questões inadiáveis, mas antes do almoço estarei aqui para nossa breve viajem. Claro, se ainda estiver de pé.
— De forma alguma ficarei na cama, não estou doente, Nick. — Falei enquanto tomava um gole de suco.
— Eu sei, meu amor, mas acontece que...
— Nick, por favor. Eu estou bem! — Sorri e segurei sua mão.
— Está bem! É impressão minha ou a senhorita acordou mais animada hoje? — Disse enquanto depositava um beijo na minha mão.
— Hum... talvez. — Sorri envergonhada — Graças a nossa conversa de ontem, eu percebi que independente do problema sempre podemos traçar novas rotas, tentar novos caminhos, sua força, sua história de vida me mostrou isso, obrigada.
— Que bom, apesar de não me sentir exemplo para ninguém. Ontem eu senti muito medo. — Confessou pensativo.
— Medo? Porque?
— Medo que você não me quisesse mais, ou que talvez tivesse medo de quem eu fui, na verdade de quem sou, Ágata. — Falou ao soltar minha mão.
— Não sinto medo de você, me sinto protegida ao seu lado. — Falei com sinceridade.
— Eu continuo treinando, preciso manter minha energia focada e meu corpo em movimento, mas consigo lhe dá melhor com a raiva. Além do mais, parei de beber e não uso mais drogas. — Suspirou — Vou ao escritório, pegar minha pasta. — Levantou e saiu.
Mudando bruscamente de assunto ele saiu da mesa.
Lhe entendo perfeitamente, eu também tenho o habito de fugir quando me sinto desconfortável com o assunto. Não deve ser fácil para ele se abrir com alguém após tantos anos.
Após ele retornar, peguei minha bolsa e fomos para o escritório.
Hoje o Nick veio dirigindo, deixou o Ryan a serviços de Antônia que faria o mercado.
Quando finalmente estacionamos na sede da empresa, fomos surpreendidos por um burburinho.
Alguns funcionários se aglomeravam e pareciam falar sobre algo, não dando importância seguimos em direção ao elevador, mas logo os olhos das pessoas estavam em nossa direção.
— O que está havendo aqui? — Nick perguntou a um dos seguranças.
— Desculpe senhor, mas não pudemos evitar, parece que fizeram durante a madrugada, mas a imagem da câmera de segurança não captou o rosto, estava encoberto com capuz. — Disse ao apontar em direção as portas de vidro do hall de entrada.
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Recomeçar
RomanceÁgata Andrade, 18 anos, é uma linda jovem com marcas profundas e cruéis para sua pouca idade. Nascida numa pequena cidade do interior, filha única de Mário Andrade e de Dona Marina. Um trágico acidente põe fim na vida dos pais da jovem garota, mas...