Acordei em um hospital, minha cabeça doía.
Olhando atentamente tudo a minha volta pude vê o senhor Torres ao meu lado, mas ele parecia estar chorando.
— Onde estou? Oque o senhor esta fazendo aqui? O senhor esta chorando?
— Senhor? Ágata, você sabe quem eu sou?
— Sim! O senhor é meu chefe, senhor torres!
Ué que pergunta boba.
— Ágata, você não lembra de nós? — sua voz era aflita e começava a me assustar.
— Nós oque, senhor Torres? Sofremos algum acidente? É por isso que estou no hospital?
— Não! Não! Não! — ele levantou exasperado — O senhor quer me castigar? É isso? — disse olhando para o teto de braços abertos.
— O senhor esta bem? — sussurrei — Com quem esta falando?
— COM QUEM? COM O DONO DESSA PORRA DE MUNDO QUE INSISTE EM ME PROVAR QUE NÃO SOU DIGNO DE SUA ATENÇÃO. — gritou e senti minha dor piorar.
— Aí! — levei a mão a cabeça.
Saindo no corredor ele gritava que nem um louco.
— CADÊ O MÉDICO? CHAMEM A PORRA DO MÉDICO!
— Senhor? — chamei-o com a voz fraca, fazendo ele voltar sua atenção para mim e entrar no quarto.
— Oque sente?— seu olhar era preocupado.
— Acalme-se senhor. Não grite, por favor, minha cabeça doe.
As pressas entrou no quarto um médico e uma enfermeira, falavam em espanhol.
Estava a cada minuto mais confusa e com dor.
O médico, que era um senhor, me examinou e fez algumas perguntas, o senhor Torres me ajudou traduzindo boa parte que eu não entendia.
Eu não lembrava de muita coisa, exceto que esta semana era minha primeira semana sozinha, sem ajuda de Judith.
O doutor conversou um pouco mais com o senhor Torres, mostrando alguns exames de imagens.
Após longos minutos de conversa, o senhor Torres pareceu falar ao telefone com alguém e logo em seguida desligou.
A enfermeira que ainda estava no ambiente fez uma medicação e saiu.
— Senhor Torres, poderia me explicar oque esta acontecendo? Eu sofri algum acidente? Já sei, deve ser aquele mal súbito que senti ontem na escada. É isso, eu senti novamente?
Pude ver tristeza em seus olhos, mas ele não me respondia.
— É grave, senhor Torres? — uma lágrima correu no canto de seu olho.
— Linda...— franzi o cenho sem compreender — Digo, Ágata, nós estamos na Argentina, a trabalho. O fato que você se recorda de estar trabalhando e ser a sua primeira semana sem Judith... Enfim, desde essa sua lembrança, até hoje, já passaram-se meses, e nesse período muita coisa aconteceu.
Eu estava confusa, minha cabeça doía.
—Você é uma ótima profissional, se destaca em tudo que faz. — sorri ao saber — Nos tornamos grandes amigos, e você me contou oque aconteceu com você e seus pais no passado. — senti vontade de chorar. — O seu abusador lhe achou na cidade que mora agora, mas consegui uma pista e no momento tenho uma pessoa de minha confiança em seu encalço, breve será pego. Por questão de segurança você não mora mais só, no quartinho alugado...
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Recomeçar
RomanceÁgata Andrade, 18 anos, é uma linda jovem com marcas profundas e cruéis para sua pouca idade. Nascida numa pequena cidade do interior, filha única de Mário Andrade e de Dona Marina. Um trágico acidente põe fim na vida dos pais da jovem garota, mas...