Capítulo 37

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Acordei em um hospital, minha cabeça doía. 

Olhando atentamente tudo a minha volta pude vê o senhor Torres ao meu lado, mas ele parecia estar chorando. 

— Onde estou? Oque o senhor esta fazendo aqui? O senhor esta chorando?

— Senhor? Ágata, você sabe quem eu sou?

— Sim! O senhor é meu chefe, senhor torres! 

Ué que pergunta boba.

— Ágata, você não lembra de nós? — sua voz era aflita e começava a me assustar.

— Nós oque, senhor Torres? Sofremos algum acidente? É por isso que estou no hospital? 

— Não! Não! Não! — ele levantou exasperado — O senhor quer me castigar? É isso? — disse olhando para o teto de braços abertos.

— O senhor esta bem? — sussurrei — Com quem esta falando? 

— COM QUEM? COM O DONO DESSA PORRA DE MUNDO QUE INSISTE EM ME PROVAR QUE NÃO SOU DIGNO DE SUA ATENÇÃO. — gritou e senti minha dor piorar.

— Aí! — levei a mão a cabeça. 

Saindo no corredor ele gritava que nem um louco.

— CADÊ O MÉDICO? CHAMEM A PORRA DO MÉDICO!

— Senhor? — chamei-o com a voz fraca, fazendo ele voltar sua atenção para mim e entrar no quarto. 

— Oque sente?— seu olhar era preocupado.

— Acalme-se senhor. Não grite, por favor, minha cabeça doe. 

As pressas entrou no quarto um médico e uma enfermeira, falavam em espanhol.

Estava a cada minuto mais confusa e com dor. 

O médico, que era um senhor, me examinou e fez algumas perguntas, o senhor Torres me ajudou traduzindo boa parte que eu não entendia.

Eu não lembrava de muita coisa, exceto que esta semana era minha primeira semana sozinha, sem ajuda de Judith. 

O doutor conversou um pouco mais com o senhor Torres, mostrando alguns exames de imagens. 

Após longos minutos de conversa, o senhor Torres pareceu falar ao telefone com alguém e logo em seguida desligou.

A enfermeira que ainda estava no ambiente fez uma medicação e saiu.

— Senhor Torres, poderia me explicar oque esta acontecendo? Eu sofri algum acidente? Já sei, deve ser aquele mal súbito que senti ontem na escada. É isso, eu senti novamente? 

Pude ver tristeza em seus olhos, mas ele não me respondia.

— É grave, senhor Torres? — uma lágrima correu no canto de seu olho.

— Linda...— franzi o cenho sem compreender — Digo, Ágata, nós estamos na Argentina, a trabalho. O fato que você se recorda de estar trabalhando e ser a sua primeira semana sem Judith... Enfim, desde essa sua lembrança, até hoje, já passaram-se meses, e nesse período muita coisa aconteceu.

Eu estava confusa, minha cabeça doía.

—Você é uma ótima profissional, se destaca em tudo que faz. — sorri ao saber — Nos tornamos grandes amigos, e você me contou oque aconteceu com você e seus pais no passado. — senti vontade de chorar. — O seu abusador lhe achou na cidade que mora agora, mas consegui uma pista e no momento tenho uma pessoa de minha confiança em seu encalço, breve será pego. Por questão de segurança você não mora mais só, no quartinho alugado...

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