Capítulo 15

178 27 15
                                    

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ₁₅﹕ A sᴏʟɪᴅᴀ̃ᴏ

×>

×>

Durante exatamente uma semana que os dois vizinhos não poderam se comunicar. O jovem carmim teria guardado o próprio número do loiro pela boca do melhor amigo esverdeado, mas nem mesmo por este meio o próprio lhe atendia as chamadas ou as mensagens.

Na verdade, nem mesmo Bakugo sentia vontade de sair de casa. Era como se seu corpo fosse obrigado a permanecer assim, escondido do mundo sob cobertas negras. De vez em quando para se entreter, iria compor canções e se aventurar em sonhos que fora antes nunca realizados. Em algumas dessas ilusões, se imaginava perto ou entre os braços do menino carmim.

Contudo, quando se recordava de memórias durante o dia, com satisfação parecia sorrir antes de girar sua mente para algo mais a leste.

Felizmente naquele certo dia, um telefonema teria mudado a vida aborrecida do loiro. Por muito que Bakugo não desejasse conversar com seus pais, teria noção de que precisaria deles.

_: Katsuki! Tu deverias era arranjar logo um trabalho, não podes estar pendente por mais tempo sobre o dinheiro que eu e o teu pai te  oferecemos.

Bakugo_: *Tch* Vocês é que me estão a oferecer eu posso arranjar emprego facilmente por aqui se assim o desejarem.

_: NÃO FAÇAS CHANTAGEM COMIGO SEU PIRRALHO DE MEIA IDADE!

Como sempre, o loiro pretendia ignorar as falas por detrás do telemóvel, mas se encontrava à rasta sobre possuir dinheiro no bolso. Aquela conversa terminou com um pedido reles de sua mãe sobre ele se encontrar o mais depressa possível num banco ou numa caixa.

Em gestos lentos e aborrecidos, o dono se concertou. Vestiu roupa meio desportiva, pois pretendia estar o mínimo de tempo possível na rua, não se podendo dedicar sequer aos acontecimentos alheios.

Fazia pouco tempo desde que abria a porta de casa. Parecia meio que anos apesar da consciência plena. Sentia um pouco de receio de poder ver alguém atrás daquela porta. Seus supostos amigos de infância estariam ocupados, possivelmente juntos e o vizinho... Bem, provavelmente ausente também.

A boca respirou fundo, mais que a mente podesse imaginar e com isto se referiu à maçaneta, num comprimento delicado e lento para a forçar a ceder.

Do outro lado então, se encontrava um doce vazio. Um corredor iluminado e por baixo, sob o tapete, uma carta, com o nome do jovem carmim ali inserido.

Por momentos, os intintos egoístas do jovem o obrigavam quase que a deitar aquele papel todo fora, se não fosse o coração a rever as horas de esforço e de dedicação por parte de seu amigo do lado em preparar algo tão inútil e inocente.

Bakugo guardou sob a mesa de cabeceira do quarto as supostas anotações e partiu rumo ao centro de cidade.

Incríveis e magníficos sons e acontecimentos se espalhavam de novo pelos ouvidos do loiro, como nostalgia de uma música.

A mesma sintonia na qual se permitia existir, sem que ninguém desse conta de sua figura na rua.

A restante gente o encarava com preocupação ou surpresa mas nenhuma se autorizava a invadir o caminho do estranho de óculos de sol e capuz sobre os loiros fios de cabelo.

Katsuki anseava já sobre poder chegar a casa e desperdiçar sua maravilhosa tarde com canções e sons de guitarra tocados por si.

Apesar da brisa leve do dia e das gigantescas energias transmitidas para seu corpo, o mesmo não desejava as sentir. Queria tanto ele se esconder novamente por debaixo daquelas cobertas negras de sua cama, ou talvez não.

A fileira de indivíduos na sua frente parecia meio breve com os diversos e diferentes assuntos por resolver.

Por esse mesmo motivo que o loiro se obrigava a encarar o redor, imaginando também por conta de sua própria vida, diversos momentos, alguns já passados, outros ainda por existir.

Se recordava de quando à uma semana caminhava por ali junto do vermelho vizinho. Mal saberia aquele Katsuki o que estaria por vir mais à frente.

Enxergar também o sorriso falso do outro jovem tornava o clima por ali mais frio e intenso. Porém, também causava uma certa saudade e arrependimento.

Uma lamentação sincera por um mal cometido, afastou o real motivo de saída do jovem Katsuki. Seu coração palpitava um pouco acelerado por novamente enxergar aquele rostinho bonito. Seus olhos brilhavam, mesmo que tudo aquilo fosse uma simples ilusão.

E mais que as emoções interiores, seu corpo tremia por conta da intensa saudade.

Mulher desconhecida_: Oh desculpe! Mas o senhor está na fila?

Um som oriundo e meigo foi o suficiente para cortar aquele momento de vida nada adiante. O jovem a fixou, logo se apercebendo de que ninguém se encontrava na sua frente.

Não retomou os passos com um pedido de lamentação mas consentiu com a cabeça, indicando que se teria distraído facilmente.

Após receber o susposto dinheiro mensal dirigido por sua própria mãe, logo se afastou do local, não tardando a se sentir novamente sozinho.

Um sentimento a que já aparentava achar conhecer, mas a verdade era que nunca se apresentou assim. As mentiras do passado o fizeram entender que de sempre estaria sozinho. E agora o real motivo por pensar seria apenas por uma base de descuido seu.

Talvez seu vizinho não esteja a fazer nada de errado. O próprio coração do loiro sente-se bem por cada vez que a mente prevê memórias passadas. Isso significaria que talvez nada de mal tivesse acontecido.

Por entre os passos até sua suposta casa, por fim o corpo se limitou a contornar por outro caminho. As vozes ao redor se tornaram mais altas por conta das canções já repetidas e sem a falta de atenção pelas mesmas letras e significados.

A mesma atenção que ponderava o loiro a ver aquele simples e vermelho sorriso como as cerejeiras que comprou e ofereceu de comida a seu vizinho. Ou até mesmo o vinho doce e gentil a escorrer por sua garganta, o mesmo sabor a licor que talvez semelhante ao jovem Eijirou.

Com tanto destes pensamentos oportunos, era quase que imprescindível sobre não verificar uma simples fotografia. Porém, não foi somente isso que os olhos feitos de rubi encararam. Em seu histórico, para além de inúmeras mensagens, uma outra agora mesmo se teria surgido pela mesma pessoa. Eram palavras do tipo de saudade.

Discursos sobre como alguém sentia falta de sua pessoa, algo que o mesmo não estaria habituado a sentir.

"Bakubro, podemos nos encontrar? Eu tenho algo que te quero mostrar. Porfavor..."

Uma oração feita de amor e de euforia. Lágrimas contadas quase que como por uma história mal contada. Um sentimento que desde então Katsuki daria só mais uma chance.

Com as mãos trémulas e os fones já arrastados de seus ouvidos, levou o aparelho electrónico a seu mecanismo de audição, por onde agora anseava escutar uma última vez o som do vizinho do quarto do lado.

O tempo se desvaneceu depressa enquando o mesmo perdia o desejo. Sua boca ainda teve que suspirar e respirar fundo para se sentisse ainda preparado para o momento. O retorno em que novamente estaria de frente com a cor vermelha.

_: Alô? K-Kacchan?

Bakugo_: Oi...Onde está Eijirou?

° Tɑke me further ° KiribɑkuWhere stories live. Discover now