CAPITULO 11

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-Você é um imbecil, sabe que tem que reportar quando isso acontece - disse Anthony, sem acreditar na ladainha do outro soldado.
-Bom, eu temi pela vida dela.
-Porra nenhuma.

Éric avistou de longe os dois soldados conversando, andou calmamente em direção a eles, Brian o olhou com seu sorriso carregado de ironia, mas não durou muito, Éric o arrancou com um soco.








Minha cabeça lateja e já não consigo distinguir se a dor que sinto é física ou emocional, fiz uma tala no meu braço e isso me ajuda a pensar, não faz nem vinte e quatro horas que estou aqui, mas já fui traída e quase abusada, meu Deus é assim que vai ser a minha vida? Não, não posso aceitar que este seja meu futuro, me olho no pequeno espelho, pareço cinco anos mais velha, ouço passos no corredor, Éric deve estar trazendo minhas coisas, inutilmente tento arrumar meu cabelo com as mãos, ora, claro que não quero estar bonita pra ele, é apenas vaidade. Ouço leves toques na porta, corro com certo excesso de empolgação para abrir, e logo me decepciono, não era ele.
-Fulgur, eu trouxe suas coisas - disse o guarda, enquanto me entregava a mala, olhou desconfiado para o meu braço - e trouxe sua refeição também.
-Obrigada soldado...
-Nick.
-Obrigada Nick.
Com um aceno de cabeça, ele se retira.
Abro a bandeja que ele me entregou, arroz, sopa de legumes e um pudim, ok, estou realmente faminta.




Anthony assobiava enquanto Éric e Brian se atracavam no chão, só iria separar se Éric estivesse apanhando, e esse não era o caso.
-Sai fora - Brian berrou, enquanto empurrava Éric
-Por que? Você só é bom batendo em mulher?
-Eu não bati nela!
-Mentiroso.
Éric pegou o braço de Brian e começou a torcê-lo.
-Bom, até que eu sou teatral, mais uma gracinha sua com ela e eu arranco seu braço.

Sem mais nenhuma palavra, Éric solta o braço do outro soldado e começa a ir embora, com Anthony ao seu lado.

-Já entendi, essa você que vai comer - gritou Brian

-Esquece Éric, você já deu seu recado - disse Anthony para o amigo, deixando Brian sozinho.



Após comer percebo que preciso de um banho, pra minha surpresa esse quarto contava com um pequeno banheiro, peguei o sabonete que mamãe havia colocado na mala, baunilha, ela o fizera pra mim, não consigo conter as lágrimas que ameaçam sair de meus olhos, que saudade eu estava de casa.
Começo a me despir e ligo o chuveiro, ótimo, é quente, tomo banho por longos minutos esperando que ele lavasse o dia de hoje.


-Vou pro meu apartamento, não estou com cabeça. - disse Éric enquanto se despedia do amigo e ia para sua casa.
Cansado ele abre a porta, que droga de dia, ele repetia, e amanhã não seria melhor, ele lembra das palavras de Miguel, vão marca-las, ele levanta a blusa e olha sua própria marca, o quanto aquilo havia doído, ele mal conseguia imaginar o porque de submetê-las a isso, enquanto preparava algo congelado para comer, seus pensamentos se voltaram ao rosto de Pandora, e em como ele queria a ver de novo.

Aquele OutonoWhere stories live. Discover now