Capítulo 25

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*RECADO DA AUTORA*
Oi pessoal, talvez vocês estejam achando um pouco confuso, mas estou fazendo com que os personagens sejam cativantes para vocês! A partir de agora as coisas vão se encaixar, muitas coisas vão acontecer, como me dediquei a apresentar os personagens, creio que ficará fácil de entender. Obrigada pelo apoio, boa leitura.





-Eu preciso de paredes novas, aqui é uma demonstração do inferno -reclama o presidente se abanando com papeis importantíssimos.

Lotter controla o impulso de lhe meter um soco no nariz e o questiona:

-Uma reforma? que tal?

-Seria excelente, EXCELENTE - responde ele, mas é cortado por leves batidas na porta - entre!!

Erica entra na sala com uma pilha de livros, e ali Lotter viu a carranca derreter, se existia alguém que conseguia amolecer o homem era sua filha caçula, apesar de já ter seus vinte e um anos, Erica nunca deixou de ser o xodó do seu pai.

- Papai, eu atualizei algumas planilhas, gostaria que você olhasse

-Certo, amor - respondeu ele, enquanto se virava pra Lotter - providencie minha reforma e peça a Miguel que me arranje uma sala naquele galinheiro.








*Pandora*

Estou deitada em minha cama enquanto Madeline passa maquiagem copiosamente, desde que recebemos a notícia que a tragédia aconteceria hoje tivemos reações diversas, duas ou três meninas surtaram, começaram a gritar e precisaram ser contidas por guardas, Madeline está a duas horas se maquiando e sinceramente, parece um boneco de cera a essa altura. Saio de meus devaneios quando ouço leves batidas na porta.
-Você atende, eu tô igual a Anabelle.
-Anabelle?
-É um filme de terror - ela respondeu revirando os olhos
-Terror é essa merda de colheita -respondi enquanto abria a porta
-Que tipo de filme de terror que se preze chama Anabelle? - Éric perguntou, assim que a porta foi aberta
-É uma boneca amaldiçoada, e por que raios estava ouvindo a conversa?
-Você tem uma voz estridente Madeline.
-Pro inferno - ela retrucou enquanto se trancava no banheiro comicamente, era engraçado como eles se deram bem em tão pouco tempo.
-Bom, como você está? - ele perguntou enquanto mexia distraidamente no meu cabelo
-Não sei oque pensar, achei que surtaria, mas estou sentindo uma aceitação estranha, não é como se eu gostasse do que vai acontecer, mas acho que não sei bem como reagir...
-E isso é totalmente justificável, queria poder te poupar disso, mas...
-O que foi?
-Então, tem alguns guardas passando e recolhendo nomes, cada uma de vocês fica designada a um soldado até o fim do período fértil... eu percebi que você e uma das poucas garotas que não se vinculou a ninguém, queria te avisar para se preparar... eles virão e estarão com pressa. Espero que já tenha alguém em mente, se não te colocarão com alguém aleatório.
-Você não vai participar? - a pergunta sai da minha boca antes que eu possa segura-la, merda. Um lampejo de surpresa passa pelos seus olhos e depois certo entendimento.
-Bom, Pan, eu sou o soldado chefe, eu não preciso participar ativamente da fase... reprodutória
-Não e como se eu fosse escolher você, relaxa
-Claro que não, eu entendo, e sinceramente odiaria que nossa primeira vez fosse dessa forma, foge do que eu imaginei.
-Você anda imaginando primeira vez comigo? - perguntei, um sorriso surge em seu rosto, fazendo meu estômago revirar.
-Não flerte comigo senhorita, eu não posso.
-Não pode flertar?
-Não posso te amar. - ele respondeu, o sorriso já havia sumido de seu rosto.
-Por que não?
-Amor é pra sempre, Pandora.
-Nos podemos ser pra sempre.
Um sorriso de rendição surge em seu rosto, lentamente ele se aproxima, nossos narizes se tocam e no pior momento possível, Madeline grita no banheiro.
-Merda - Éric pragueja enquanto entra no quarto -Madeline, Madeline? Tudo bem?
-Tem uma porra de uma barata aqui!
-Tá de sacanagem? - nos dois falamos em coro.
-Eu só não quero ter uma barata nojenta no único lugar onde tenho paz nesse inferno.
-Ok, certo, eu mato a barata 
-Você atrapalhou uma coisa importante, Madeline.
-Você não vai declarar amor eterno pra um cara que conheceu a poucos dias - ela cochichou
-Eu não declarei amor eterno.
-Pouco importa!
-Meninas, não tem barata, pelo menos eu não achei.
-Éric precisamos de um momento sozinhas, você viu se o Anthony tomou banho?
-Como eu saberia disso?
-METE O PÉ!
Olho pra ele em concordância, eu realmente não posso fazer muita coisa.
-Eu vejo você depois - ele diz fechando a porta
-Por que quer saber do banho do cara? - perguntei
-Escolhi ele.
-Ele sabe disso?
-Deve ter sido comunicado.
-Não falou com ele antes?
Ela me olhou com cumplicidade.
-Cara, você é doida.



-Éric - Miguel chamou
-Oi, eu vou participar hoje - digo, enquanto procuro a ficha de Pandora, não tenho nenhuma pretensão sexual, colocando ela na minha papelada vai evitar qualquer confusão com outro guarda e esse é meu único objetivo.
-Não, não vai.
-O que?
-Você e soldado chefe, preciso da sua ajuda, será o primeiro dia de reprodução, não consigo lidar com tudo sozinho.
-Mas eu posso participar.
- Sim, mas não hoje.
- Brian! As atividades devem ser feitas no cômodo apropriado! - Miguel berra, olho na mesma direção e vejo Linda e Brian se atracando, faço o possível pra segurar o vômito.
-Coloque quem quer que você tenha separado pra outro soldado e venha comigo.
Miguel começa a andar sem nem esperar uma resposta, faço o possível pra esconder a ficha de Pandora, sigo Miguel e vejo os babacas de Brian mexendo nas fichas, Deus, por favor, se você ainda não me odiar, não coloque um desses idiotas com a minha garota.

*alerta gatilho : abuso sexual*

Um sinal totalmente diferente dos outros toca, esse é calmo e solene, eu e Madeline nos olhamos, estamos vestidas seguindo um padrão, vestidos brancos, sandálias baixas e cabelo solto, não sei qual é a ideia dessa regra ridícula, mas seguimos veementemente.
Éric e Miguel estavam puxando as filas de meninas, me pergunto se existem salas o suficiente para todas, minhas mãos estão formigando, suor escorre pelas minhas costas, Eric me olha, ele quer falar comigo, consigo perceber, nosso contato visual foi cortado quando ele precisou guiar as meninas para as respectivas salas, um guarda que nunca vi na vida me leva pra uma sala do outro lado do corredor, procuro Éric e não o vejo, provavelmente já está lá dentro me esperando.
Entro na sala vazia e encaro a cama enorme diante de mim, me viro assustada quando o guarda tranca a porta, nos dois aqui? Sozinhos? Onde Éric está? Não não não não não não não não.
-Então Fulgur, eu tenho uma péssima primeira impressão de você, acho que precisamos mudar isso.
-Eu nem conheço você.
-Brian falou de você.
-Por que exatamente você está aqui?
Ele me olha com escárnio.
-Por que eu não estaria? - ele responde, tirando o cinto e o colete - você não é de ninguém, então coloquei meu nome.
-Não, eu e Eric...
-Éric - ele estala a língua - deixa eu te falar uma coisa  - diz enquanto tira a calça, pânico surge em minha cabeça e ofusca meus pensamentos - até putinhas bonitinhas como você tem que começar por baixo, vire de costas e não me toque.

Aquele OutonoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora