Capitulo 18

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-Achamos ela - falaram em coro.
-Tudo bem garota, venha- falou Brian enquanto a puxava pelo braço - você tem algum objeto perigoso?
Madeline o encarava sem dizer absolutamente nada. Brian, perdendo sua escassa paciência, a puxou pelo cabelo enquanto falava:
-Você pode responder ou eu posso procurar, o que acha?
-Não tenho nada - ela sussurrou.
-Precisamos algemar você ou irá cooperar?
-Não é necessário.
-Nick, mande um comando para o poderoso chefão.
-Poderoso chefão?
-Éric seu idiota, Éric.
-Ah, claro, tudo bem.








-Já parou pra pensar que tipo, estamos no meio do nada, facilmente seríamos abduzidos, eu acredito em aliens, você acredita?
-Anthony se não calar a boca não vamos achá-la!
-Desculpe, só estava divagando - ele respondeu, no mesmo momento que receberam o recado.
-Acharam ela primeiro - Éric falou.
-Que merda.
-É, que merda.
- Bom, agora podemos falar sobre os aliens?
-Ah pelo amor de Deus.
-Por que não?
-Por que falaríamos?
-Porque qualquer outro assunto é um porre.
-Detesto te decepcionar mas esse também é.
-Não acredita em aliens?
-Acredito, só não acho que vão perder tempo conosco.
-Ok, vamos pensar coerentemente, quem seremos daqui a dez anos?
-Tudo bem, eu quero falar sobre as abduções.
-Estraga prazer.
-Você é muito chato.
-E você vive em negação com medo do futuro.
-Essa foi de graça Anthony.
-Sou um cara realista!
-É claro que é.







-Ali estão eles - disse Nick
-De fififi como sempre -respondeu Brian, entediado.
-Ótimo trabalho Nick -Éric falou enquanto se aproximava
-Eu que achei!
-Não me importo Brian.
Éric parou frente a frente da garota.
-Está ferida? Com fome?
-Não senhor.
-A levaremos para colheita, onde você será preparada para uma nova...
-Vida, eu conheço o discurso.
-Bom, então não vamos perder tempo com formalidades, entre, Anthony, você vai atrás com ela.

Os soldados se acomodaram, enquanto Anthony e Madeline sentaram atrás.
-Eu sinto muito - ele disse, solenemente.
A garota olhou confusa do soldado para a frente do carro.
-Eles não conseguem ouvir, está tudo bem.
-Eu não sou covarde.
-Nunca pensei o contrário.
-Mas e oque pensam, não é? Aquele Brian disse.
-Olha a primeira regra da colônia é: ignore o Brian.
-Ele parece ser insuportável.
-Ele é.
-Bom... eu posso, posso te perguntar uma coisa?
-Claro!
-Eu tinha uma amiga, eu acho que talvez ela esteja lá... nossa idade é parecida e origem também.
-Tem várias garotas lá.
-O nome dela é... peculiar.
-Sou todo ouvidos!
-Pandora Falgar?
-Fulgur?
-Sim! Isso.
-Ela está sim.
-Conhece bem ela?
-Ah, só o básico, baixinha, cabeça quente e intrometida.
-Então estamos falando da mesma Pandora!
-Estamos... olha, acho que ela está num quarto sozinha.
-Acha que poderíamos ficar juntas? Você faria isso?
-Bom, eu não tenho poder pra isso.
-Ah.
-Mas ele tem - Anthony sorriu enquanto gesticulava para Éric.






Acordei ouvindo passos pesados no corredor, ah que diabo de lugar, segundos depois a porta do meu quarto começa a se mexer.
-Pandora? - Madeline chamou.
-Não acredito! - levantei e corri para abraçá-la - você está bem?
-Eu vou ficar! Ele deixou ficarmos no mesmo quarto.
Olhei por cima de seu ombro e vi Éric e Anthony parados no corredor, me cumprimentavam com os olhos.
-Obrigada -sussurrei.


-Isso aqui me lembra a escola - Madeline falou, enquanto penteava seu cabelo.
-E você ainda não viu as panelinhas.
-E eu achando que tinha conseguido fugir desse pesadelo.
-Queria que tivesse conseguido.
Ela parou de repente e segurou minha mão.
-Estamos juntas!
-Estamos juntas.
-Ah não faça isso P, eu tentei, não deu certo, vamos passar por isso, ficaremos bem e vamos pra casa no final.
-Tenho medo de não conseguirmos.
-Se não tivermos esperanças, não temos nada.
-Vai ficar tudo bem...
-Vai, agora me conta, tem alguma distração nesse lugar ou só ficamos paradas esperando o marido perfeito?
-Peraí, marido perfeito? Eu sou a única pessoa aqui que não sabia da colheita antes de estar nela?
-Eles tentam enfiar isso na cabeça das pessoas, na última colheita começaram a ter problemas, isso tudo começou a ser mau visto.
-Em algum momento foi bem visto?
-Fingiam que era um favor, garotas jovens com soldados promissores, a família perfeita, mas a verdade é que quem não se casa aqui perde os filhos.
-Como assim?
-Pandora, somos jovens, férteis, mas existem mulheres que não são, e elas querem e precisam de um filho.
-Então quem não estabelece laços...
-Nao sei se isso é de todo ruim, sabe?
-O que quer dizer?
-Bom, não queríamos isso, pra início de conversa, então a criança ir para uma família que realmente a queira não seja ruim.
-Você tem razão.
-Acho que devíamos dormir.
-Amanhã será um longo dia.
-Juntas.
-Juntas.
Em silêncio, Madeline deita em minha cama comigo, como sempre fazíamos quando crianças, melhores amigas pra sempre, juramos debaixo daquela árvore, melhores amigas pra sempre.

Aquele OutonoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora