CAPÍTULO TREZE

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  Não sei se vocês já passaram por isso, mas sabe quando de repente a sua mente simplesmente não está mais ali? É uma espécie de autossabotagem. E foi o que aconteceu comigo. Eu sabia que Elena estava falando alguma coisa e que em seguida ela me chamava na sua direção, mas eu não conseguia assimilar essa informação com tanta clareza. Então eu fiquei ali... Congelada ao lado do palco, recusando-me a mover meus noventa e dois quilos para onde quer que fosse.

Não adiantou muito. Elena veio na minha direção e me puxou em direção ao centro do palco. Ela era uma mulher forte, afinal, são noventa e dois quilos! Quase o dobro do que ela pesa! E eu não consigo parar de usar exclamações! Enfim. Lá estava eu, pálida feito o Edward − não o mãos de tesoura, o de Crepúsculo mesmo − diante daquela multidão que nos aplaudia. Epa! Aplausos? Por qual motivo? E como se lesse meus pensamentos, Elena respondeu.

− A Nina não sabe, mas ela está usando um vestido desenhado por mim para a La Boutique − ela disse e era perceptível o orgulho estampado em sua voz altiva. − O Nico, meu filho mais velho, sempre gostou de mulheres grandes, e certa vez ele chamou a minha atenção para a dificuldade dessas mulheres de encontrar roupas bonitas que as vestissem bem. A La Boutique é uma loja inclusiva, que pretende vestir e ressaltar a beleza de todas as mulheres.

Mais aplausos. Encarei novamente aquele vestido, incrédula com tudo que estava acontecendo; com tudo que ele representava. Eu estava servindo de modelo sem nenhum conhecimento prévio. Elena pediu que eu desse uma "voltinha" e eu obedeci meio que no automático. Os aplausos aumentaram quando ela chamou a atenção das pessoas para a transparência nas costas... Quando dei fim à "voltinha" em questão, meus olhos encontraram os do Nico no meio do aglomerado. Ele também estava orgulhoso e sorria com cada músculo do corpo. Sua cabeça assentia de leve, enquanto seus aplausos eram intensos e ininterruptos. Elena veio na minha direção e eu me senti acuada. Não importava que eu fosse quase o dobro dela, eu estava dormindo com o seu filho, e isso bastava. Mas essa mulher maravilhosa, esse ser humano ímpar que mal conheço, mas já amo, simplesmente me abraçou e sussurrou um "muito obrigada" em meu ouvido, acompanhado de um "você está maravilhosa". Eu quero essa mulher como minha sogra! Eu PRE-CI-SO dela como minha sogra! Ela nem é tão grande... Será que cabe na mala?

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O buffet daquela festa era maravilhoso. Eu devia estar abusando, mas era incontrolável. Nico e Noah também não ajudavam, cada hora apareciam com algo novo para eu provar. Eu não podia simplesmente recusar. Então, não recusei. Comi bife de chorizo e quase morri quando aquela carne derreteu na minha boca. E então vieram as empanadas... Cada uma com um recheio mais maravilhoso que o outro. E sabe o que tinha também? Medialunas! Com doce de leite. E com nutella! Eu sairia rolando daquela festa. Rolando, porém feliz e alimentada.

− Os convidados começaram a ir embora... − Nico sussurrou contra o meu ouvindo, me abraçando por trás e colando seu corpo ao meu. Noah não estava longe de nós, mas fingia não estar vendo os assédios do seu irmão contra mim. Cumplicidade masculina!

− Você está me expulsando? − perguntei, jogando meus braços para trás, envolvendo a sua cintura também.

− De forma nenhuma − emendou rapidamente. − Estou convidando-a para o andar de cima. Mais precisamente, para o meu quarto.

− Não estou com sono − falei de forma dissimulada.

− Ninguém falou em dormir − completou pressionando o meu corpo de forma agradável contra o seu.

Nós escapulimos do primeiro andar do apartamento em direção ao quarto que começava a se tornar familiar para mim. Era estranho, mas eu começava a me sentir bem naquele pequeno universo que criamos para nós. Nico entrou no banho assim que chegamos ao quarto e não demorou para que ele gritasse, exigindo que eu me juntasse a ele. Eu não tinha levado nenhuma roupa para lá, mas já não era um problema. Eu abri seu armário e sequestrei uma de suas camisetas de banda. Uma bem larga e confortável. Fui até o banheiro e quando o vi debaixo do chuveiro não consegui reprimir os pensamentos impróprios e absurdos que surgiam na minha mente. Céus! Aquele homem era uma visão da completa perfeição humana... E nem precisava de um tanquinho para isso!

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PODER EXTRA G JÁ TEM MAIS DE CINCO MIL LEITURAS ♥ Dizer que vocês estão superando TODAS as minhas expectativas é pouco, sério mesmo. Muito obrigada pela confiança de cada um de vocês. Obrigada por dedicarem um tempinho para acompanhar o rumo dessa história. Obrigada por suas estrelinhas e comentários. Obrigada pelo carinho e pelas mensagens de apoio. Cada vez que recebo uma mensagem dizendo que a Nina, ou algum outro personagem, tem ajudado um leitor, meu coração transborda de tanta satisfação.  Eu não me envergonho do meu manequim 48 (às vezes 50 ou 52), a Nina não se envergonha e ninguém deve se envergonhar. Eu expresso também aqui o meu apoio a todos os transexuais, travestis, homossexuais, bissexuais e todo tipo de GENTE que alguma vez precisou lutar pelo direito de ser feliz sendo quem é. Aproveito para deixar aqui embaixo nos comentários, mais uma conquista dos trans e travestis. Fiquei muito feliz quando vi e encheu o meu coração de ESPERANÇA... Rumo a um futuro melhor! Acho que é isso. Já falei MUITO! Desculpem a empolgação misturada com desabafo. Pra quem é novo por aqui... Preparei marcadores de página da Nina com muito carinho para vocês. Quem quiser é só entrar no link que deixarei também aqui nos comentários!

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