III - Lívia

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Acordo com o som do alarme, e passo a mão no rosto me sentando na cama, estou com a mesma roupa de ontem, tive nem vergonha na cara de tomar banho.

Me levanto sentindo uma dor nas costas, fiz gol pra caralho ontem eu contra meu pai, foi até engraçado, esse povo leva os bagulho pro coração sabe nem brincar.

Principalmente meu pai e o Crika, da até graça deles.

Tomo um banho rápido porque provavelmente eu vou me atrasar, visto o macacão folgado que não marcava nada do meu corpo era folgado pra caralho.

Pego meu celular que estava no carregador e desço as escadas encontrando minha mãe debruçada sobre o balcão, e meu pai fazendo misto quente.

Durante anos esse foi o meu café da manhã, minha mãe não sabe cozinhar e nem quer aprender, e tá muito cedo pra pedir comida na vó, então meu pai fazia e ainda faz o que ele sabe de melhor, misto quente e achocolatado.

Me sento ao lado da minha mãe que levanta o rosto me encarando feio.

— Mau humor logo cedo dona Vivian?

Pequena: Se fode — Ela volta a deita sobre o balcão e eu encaro meu pai que tava rindo da minha cada.

Rd: Você sabe que é praticamente impossível falar com sua mãe de manhã — Ele diz me entrando um prato com dois misto quente minha caneca da serie de TV once upon a time eu amava tanto essa série, fiz todo mundo assistir comigo.

Rd: Vai trabalhar aonde?  — Diz se encostando no balcão, e tomando café na caneca de dias dos pais que eu dei pra ele, e a caneca favorita dele.

— No Ary Franco — Meu pai para por um estante, pensei até que ele ia cair, o cara ficou branco, minha mãe levanta a cabeça me encarando por um tempo.

Princesa: Já sabe quem são seus pacientes lá? — Balanço a cabeça cabeça negação.

— Vou pegar a ficha de geral hoje, ainda não sei de nada praticamente — Minha mãe assente é encara meu pai rapidamente.

Princesa: Toda vez que eu lavava essa caneca eu lembrava de você — Ela diz pegando minha caneca e bebendo o resto do meu achocolatado — Essa serie chata pra caralho, sem nem como eu aceitei assistir sete temporadas disso com você.

— Mãe por favor não vamos brigar essa hora da manhã — Me levanto pegando o prato e a caneca, lavando tudo e colocando no secador — eu preciso ir, mais volto pra janta — Ainda é na casa da vó?

Princesa: Sim, a menos que você queira cozinhar — Reviro os olhos e dou um beijo na testa do meu pai que continuava quieto olhando pro nada, caminho até a minha mãe dando um beijo nela também.

Pego a minha bolsa e ia saindo de casa. Quando escuto o grito do meu pai e ele vindo atrás de mim.

Rd: To cuidado com meu carro Lívia — Assinto pegando a chave da mão dele,mais eu to ligada que não era so isso, meu pai queria me falar alguma coisa ou tava me escondendo alguma coisa, eu conheço esse velho.

— Fale pai? — Ele faz uma careta — Se o senhor não quer falar nada, tá me escondendo alguma coisa, o que é? — Ele coça a cabeça e o Tio Silas aparece naquela moto barulhenta dele.

Silas: Aí patrão, tão metendo o loco lá na boca, passei o rádio pra princesa e ela só me esculachou po, mereço isso não, depois de um plantão de seis horas — Meu pai respira fundo e me encara, me dando um beijo na testa.

Rd: Vai com Deus meu amor, e toma cuidado — Ele monta na garupa da moto do tio Silas — E com meu carro também Lívia.

Tio Silas sai catando pneu com ele na garupa. E eu entro no carro dando partida, daqui ao presídio é mais ou menos meia hora de estrada, gora e só resar para o trânsito estar bom.

Saio do morro e pego meu caminho, juro que quando eu estava ali na faixa dos meus dezesseis anos de idade eu não sabia o que fazer, não tinha ideia.

Falava que queria ser policial só pra irritar meu pai e minha mãe, mais não era isso que eu queria, não me indificava nada com essa área, e também se eu entrasse poderia dizer tchau mãe e tchau meu pai, tchau família toda porque todo mundo é envolvido.

Então eu pulei no barco da medicina, procurei algo mais fácil e que realmente da dinheiro, então foi ai que surgiu a psicologia na minha vida, e bom, posso dizer que eu gosto de verdade.

Chego no presídio e deixo meu celular dentro do carro pra não ocorrer nenhum problema, e eles acharem que eu tô levando para algum bandido.

Trago somente o necessário, até porque Eu tô ligada que qualquer coisinha vira um coisão quando se trata disso.

Entro pela porta de funcionários com o meu mais novo crachá, comprimento todos ali e passo pela revista, sim até eu tenho que passar por isso.

Depois de tudo um policial me acompanha até a sala do diretor bato duas vezes e escuto um "Entre".

Vagner: Infelizmente não vou poder te ajudar com isso, são regras, todos os detentos tem que passar — Ele diz a uma mulher alta que usava um terno feminino, provavelmente advogada. Quando ela se vira eu quase caio para trás.

— Tia Mary? — Ela Abre um sorriso, não vi ela no churrasco de boas vindas ontem, minha mãe disse que ela virou uma mulher ocupada agora, que só não saiu da favela porque se casou com o tio Silas, sim eles se casaram, todo ano a família do meu pai se reúne em algum lugar para passar as festa de final de ano junto.

E na primeira vez que a gente foi ele pediu ela em casamento, e no dia seguinte se casaram, com o Tato como padre, foi aquilo né? Tato e muito brincalhão e um dos meus tios favoritos, apesar do pai gostar muito dele, nunca entendi essa richa entre os dois.

Mariana: Meu anjo? Você aqui — Ela me abraça forte,quase que perco a respiração, sim ela tem essa mania de tia de abraçar a gente forte de mais, ou de dar Tapinha na cabeça as vezes, isso irrita muita gente mais eu já me acostumei.

Vagner: Bom, você já conhece a psicóloga então sabe que ela é competente — Ele se senta na cadeira e minha tia encara ele na hora.

Mariana: Ela vai atender meu cliente? — minha tia pergunta surpresa e eu fico sem entender o porquê dessa surpresa toda.

Vagner: Sim, algum problema? — Minha tia exita? Ela exitou na minha frente? Ela não acha que eu sou competente e isso?

Mariana: Não, tudo certo — Ela da um sorriso forçado e beija o topo da minha cabeça.

Vagner: Então o assunto está encerrado certo?

Mariana: Sim — Ela da mais um beijo na minha cabeça — Te vejo mais tarde okay? — Assinto ainda meio bolada pela atitude dela e ela sai da sala.

*Não se esqueça do seu fav e do seu comentário.

Inexplicável Where stories live. Discover now