X - Lívia

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Chegamos em casa minutos depois, minhas mãos tremiam é eu ainda não sabia o que estava acontecendo, a Tv estava ligada e no sofá um copo e uma coberta sinal de que minha mãe havia saído de casa correndo.

- Acorda todo mundo, quero geral na atividade, ninguém de folga, reforço aqui na casa do chefe é na contenção do morro, ninguém sobe e essa é a ordem - Cadu falava no celular dentro de casa, o caminho todo até aqui ele veio em silêncio nem sequer olhou na minha cara, cruzo os braços é me sento no sofá o encarando, ele me apenas me ignorava e focava no celular.

- O que tá acontecendo? - Pergunto mais não tenho resposta, respiro fundo e me deito no sofá observando o teto, sinto as lagrimas descerem pelo o meu rosto, choro em silencio imaginando o que possa ter acontecido com o meu avô de tão importante que fez o meu pai sair daquela forma.

- Você tá chorando? - Ele desliga o celular e se aproxima rapidamente, me levanto na mesma velocidade e começo a subir as escadas pro meu quarto - Lívia...

- Agora de repente você quer conversar? - Ele fica em silêncio, respiro fundo, olho ao redor antes de o encara-lo novamente - Não vai me dizer o que aconteceu com o meu avô?

- Não tem como eu te dizer o que não sei - Ele se senta no sofá, e eu respiro fundo, ele sabe, eu sei que ele sabe, cadu não consegue esconder as coisas nem de si mesmo, quanto mais de mim, ele só não quer me falar, é se ele não quer me falar é porque o papai pediu.

- Carlos Eduardo - Ele não me olha continua olhando para a estante, quando de repente ele se levanta é vai até um quadro, o mais alto da estante é o pega.

- Você realmente estava falando sério quando disse que iria me remover da sua vida né? - Ele me mostra o quadro onde estava apenas eu GM é Isa, no meu aniversário de 19 anos, quando de surpresa eles foram para São Paulo, já se fazia um ano que eu tinha falado com o Cadu, é um ano que eu não tinha notícias dele. Respiro fundo, é vejo quando ele coloca o quadro de volta no lugar pucha o rádinho do bolso é me encara - Seus pais saíram do morro porque o seu avô sofreu um atentando, não se sabe ainda de qual facção ou se foi uma coisa da Milicia, todos os morros comandados pela FPD estão em estado de alerta, principalmente aqueles onde...

- Se tem herdeiros - Falo em voz baixa, me sento do degrau da escada e coloco as mãos entre os cabelos, ele não diz nada, o que significa que eu estou certa. Meus pais não tiveram outros filhos, nunca nem pensaram nessa possibilidade, o que significa que a herdeira sou eu - É o vovô ele está bem? - Quando não escuto sua resposta, levanto a cabeça rapidamente, ele olhava para os lados não fazia a mínima questão de me olhar - Cadu...

- Em estado grave Lívia, não sei ao certo o que aconteceu com ele, o que eu posso te dizer é que foi feio - Me levanto rapidamente respiro fundo contanto até três para controlar a crise de ansiedade que queria me atingir, subo as escadas em direção ao meu quarto, escuto os passos do cadu atrás de mim, abro a segunda gaveta da cabeceira e tiro uma foto, uma foto antiga, de quando crianças, não fazia três meses que a mamãe havia voltado do sequestro quando tiramos ela, era eu, cadu é o vovô, meu pai estava atrás distraído com um espeto de carne na mão, enquanto a mamãe brigava com ele por algo.

- Eu nunca removi você da minha vida, não se remove alguém da própria vida como se ela fosse uma figurinha, eu só me afastei, você fez uma escolha naquele dia cadu, é cada escolha tem uma consequência - Ele estava parado na porta do meu quarto, não se atreveu a dar nenhum paço para dentro, mais focou o olhar na imagem a minha mão - eu deixei você tomar uma decisão naquela dia, é chegou a minha vez de tomar uma decisão - vejo quando ele faz uma leve careta, caminho até ele é o entrego a imagem, ele observa por alguns minutos quando finalmente entende o que eu quis dizer me encara.

- Não... - Ele tenta dizer mais eu sou mais rápida.

- Essa decisão é minha, eu não o impedir quando disse o caminho que iria seguir - ele coloca a foto na estante ao lado e coloca as duas mãos no meu ombro, me encarando nos olhos.

- Sua mãe lutou durantes anos, para que ninguém seguisse o caminho dela, tia Mari não seguiu, tia Evilyn que todo mundo achou que iria seguir não seguiu, você não vai - Vejo quando sua voz sai entredentes, me afasto dele é respiro fundo, sabendo que minha mãe não iria aceitar facilmente, mais era uma decisão minha, eles teriam que aceitar, de um jeito ou de outro - Você não tá preparada pra isso Liv, isso não é pra você...

- Essa decisão é minha - Empurro ele pra fora do meu quarto que nem se move, cruzo os braços frustada é ele continua me encarando.

- pela mãe que você tem, você sabe muito bem que essa decisão não é sua...

- Cadu, quem lida com a minha mãe sou eu beleza? - Ele respira fundo, me olha de cima a baixo e vira as costas pra começar a descer as escadas.

- Não te dou uma semana Liv, uma semana - Fico boquiaberta com o que ele acaba de falar, é respiro fundo, se ele queria me fazer desistir acabou de arruinar a única chance que tinha de fazer isso, me sento na cama e deixo as lágrimas rolarem mais uma vez. Espero que todos estejam bem, é que o vovô também.


*Avisa que eu voltei meus amores, não se esqueçam da estrelinha e do seu comentário.

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