feelings in the taxi

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POV KARA

Ela estava usando um vestido vermelho curto com alguns botões abertos na parte da frente.

Entendi onde ela queria chegar. Olhei para o seio esquerdo e vi a renda preta do sutiã aparecendo.

– É bom te ver – eu disse para seu decote. – Tive um dia cheio. Posso mergulhar meu rosto em você?

– Nada de sexo no meu táxi! – gritou o motorista. – Para onde vamos agora?

Olhei para Lena esperando uma resposta, mas ela apenas ergueu uma sobrancelha e sorriu.

– Continue em direção ao parque – murmurei. – Ainda não sei direito para onde vamos.

Ele deu de ombros, virou a direção e murmurou alguma coisa que não consegui ouvir.

– Você está linda – eu disse para Lena, me inclinando para beijá-la.

– Você sempre diz isso.

Eu sorri e lambi seu pescoço. Meu Deus. Ela tinha o sabor de chá de ervas e laranjas.

– Venha para casa comigo.

Ela balançou a cabeça, rindo.

– Não. Tenho ingresso para um show às oito.

– E você vai com quem?

– Comigo mesma – ela disse, endireitando-se e olhando para a janela. Busquei sua mão e entrelacei nossos dedos.

– A banda vai tocar outro dia. O que significa que você deveria ir para casa comigo e cavalgar no meu pau.

Os olhos de Lena se arregalaram enquanto ela olhava rapidamente para o motorista. Ele olhou para nós pelo retrovisor, mas não disse nada.

– Não – ela sussurrou, com os olhos procurando os meus. Ela tentou soltar minha mão, mas eu não deixei. – Mas posso pedir uma coisa?

Com uma mecha de cabelo atrás da orelha e parecendo tão pequenina ao meu lado no banco de trás, senti um pânico totalmente estranho: será que nossa relação era algo errado para ela?

Nos momentos em que se mostrava vulnerável, ela parecia tão inocente.

– Qualquer coisa – eu disse.

– Estive pensando sobre isso. Por que você é tão famosa por aqui, afinal? Sim, você é linda e bem-sucedida. Mas Nova York está cheia de lindas e bem-sucedidas. Por que os fotógrafos perseguem você pela rua numa terça-feira qualquer?

Ah. Eu sorri, percebendo que, embora tenha pesquisado sobre mim na internet, ela não tinha cavado muito fundo.

– Pensei que você tinha feito a lição de casa.

– Fiquei entediada depois de três páginas com fotos de você vestindo smoking rodeada de mulheres.

Tive que rir.

– Eu garanto, não é por isso que eles me perseguem, eu me mudei para cá já faz quase sete anos  e, cerca de um mês depois de chegar, conheci uma mulher chamada Cecily Abel.

Suas sobrancelhas se juntaram.

– Conheço esse nome… Eu conheço essa pessoa?

Dei de ombros.

– Talvez conheça, mas não me surpreenderia se não conhecesse. Ela era famosa na Broadway, mas, como é frequente com os atores do teatro nova-iorquino, sua fama não se estendia muito para o resto da América.

Estranha irresistível - [ Supercorp / Karlena ] Where stories live. Discover now