sempre é a sua vez

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POV KARA

ela ficou na ponta dos pés e suas mãos pousaram em minha toalha enrolada na cintura, a qual ela puxou a jogando para fora, e logo fez o mesmo com meu top.

senti sua mão se esticar atrás de mim e ligar o chuveiro, deixando a água quente escorrer pelas minhas costas.

– você quer fazer isso aqui?

Ela respondeu sem usar palavras, tirando a camisa e depois a calça. acho que isso é um sim.

– Meu apartamento é logo ali… – eu disse, tentando fazê-la ir mais devagar.

eu podia imaginar como seria transar com ela ali, escutar seus gritos ecoando pelas paredes.

mas pelo menos uma vez eu não queria nada além do seu corpo nu na minha cama, com os lençóis e cobertores atirados numa pilha ao lado.

Talvez com suas mãos amarradas acima da cabeça e presas
na cabeceira da cama.

Ela me ignorou, agarrando meu pau e se inclinando para morder meu ombro.

tentei clarear minha mente, lembrando de sua expressão enquanto entrava pela porta.

Não era incomum ela evitar minhas perguntas, mas agora não parecia durona e nervosinha como de costume.

ela parecia selvagem pelos motivos errados.

Seus olhos estavam vazios, seu rosto não mostrava
expressão. ela tinha vindo apenas em busca de distração.

Minha garganta secou de repente e passei a língua em meus lábios, sentindo o sabor de cereja de seu batom.

Eu estava um pouco surpresa pelo catálogo de informações sobre Lena que compilei sem nem perceber.

eu sabia como seu rosto ficava quando gozava, a maneira como seus mamilos endureciam e como suas pálpebras fechavam apenas no último segundo.

eu sabia qual era a sensação de sua mão curvada ao redor da minha cintura, suas unhas enterradas nas minhas costas e arranhando para cima e para baixo.

eu sabia os sons que ela fazia e a maneira como sua respiração falhava quando eu movia meus dedos do jeito que ela gostava.

e havia coisas novas, coisas que eu notava e queria ver de novo e de novo.

O pequeno sorriso quando ela sabia que tinha acabado de dizer algo engraçado e esperava eu perceber.

era uma coisa muito sutil, apenas um leve movimento dos lábios e dos olhos. era um desafio.

a maneira como mordia docemente o lábio inferior enquanto lia.

a maneira como me beijou naquele dia na cobertura,  devagar, preguiçosamente, como se não existisse mais nada no mundo, mais nenhum outro lugar para se estar.

mas eu não conhecia esta Lena.

sempre suspeitei que aquele jeito briguento que eu adorava
tanto era uma forma de autopreservação. mas nunca imaginei como eu me sentiria quando percebesse que esse jeito já não estava mais lá.

era como um soco no estômago que tirava todo o ar dos meus pulmões. Juntei suas mãos e dei um passo para trás.

– O que está acontecendo? – perguntei, estudando sua expressão. – Converse comigo.

ela se inclinou em mim novamente.

– Não quero conversar.

– Lena eu não me importo em ser sua distração, mas ao menos seja honesta comigo sobre isso. algo está errado.

Estranha irresistível - [ Supercorp / Karlena ] Where stories live. Discover now