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~ Sigo achando que deveríamos retomar a história de que você tem enoclofobia para que não te coloquem em lugares com muitas pessoas... E falo que eu também tenho, você sabe que eu odeio lugares com muita gente. ~

Kageyama não deixava em paz Yamaguchi dizendo que deveriam fazer algo. Tadashi apreciava sua preocupação, já que sempre que tinha um ataque de pânico era Tobio que ficava com ele e tentava buscar soluções ou alternativas pra fazer que não voltasse a acontecer.

Então outra vez a caminho da escola, foi quando Tobio falou disso, já que no dia anterior não queria conversar sobre.

— Mesmo que diga que "minha" enoclofobia voltou. — Disse fazendo aspas com as mãos, nunca gostou de fingir isso, tampouco queria lembrar as sessões de terapia que era obrigado a ir. — Você sabe que as escolas não fazem muito a respeito, já que não é uma doença, é só uma fobia... O máximo que fariam é me dar uma mesa separada dos demais. — Disse soltando um suspiro cansado, pois quando estava na primária e secundária sua mãe falou com a escola sobre a fobia que tinha, mas as escolas sempre diziam que não tinham protocolos para esses casos, e por ser só uma fobia, não a levavam muito a sério.

~ Mais ao menos te colocariam em um lugar separado. ~

Yamaguchi olhou seu amigo, tinha as sombrancelhas franzidas e os lábios apertados, como um menino fazendo birra.
— Sei que você está preocupado, mas sabe o quanto me custou para que não dissesse nada a escola sobre minha fobia... Eu só quero ser tratado como alguém normal... — Disse meio cabiz baixo, por que na sua primária e secundária era tratado como um estranho, e seus companheiros de classe não se aproximavam e evitavam falar com ele.

Por isso implorou para sua mãe que não dissesse nada sobre a fobia a escola, quando entrou na preparatória, sua mãe no começo negou, mas logo que viu que na secundária já quase não tinha ataques, cedeu, e aceitou com uma condição, que se voltasse a ter um ataque de pânico, ele falaria com a escola. Por sorte sua mãe não sabia do ataque que teve ontem, já que por sorte deixaram que Kageyama o levasse e sua mãe chegava muito tarde do trabalho, então ela não sabia do ocorrido.

~ Você é normal, alguém voltou a dizer que não era normal? Porque se sim já sabe que eu posso bater neles. ~

Kageyama olhou o sardento levantando seu punho e com o olhar sério, ele realmente havia levado muito a sério o papel de melhor amigo e quando os meninos o zuavam Yamaguchi dizendo que ele era estranho, ele lhe defendia.

Yamaguchi negou, ainda que apreciasse a preocupação de seu amigo, Tadashi nunca gostou de violência.

— Não, não. São coisas minhas... — Disse com um sorriso. — Certo, espero que podemos almoçar com seus amigos hoje. — Mudou de assunto, pois estava querendo muito conhecer os amigos de Tobio, e ontem ele teve uma desilusão por não ter conseguido conhece-los.

— São meus companheiros de sala, não são meus amigos. — Bufou Kageyama.

— São as únicas pessoas que você fala além de mim, então eu acho que são seus amigos sim. — Disse divertido vendo seu amigo fazer um bico, já que tinha razão.







Yamaguchi entrou na sala, atraindo olhares de curiosidade por parte de alguns alunos.

~ Esse é o garoto que desmaiou ontem? Coitado... O que será que aconteceu com ele...? Está doente? Pelo jeito que é magro não me surpreenderia se estivesse. ~

Não tinha muitas pessoas, mas ainda assim encolheu os ombros nervoso. Até que seu olhar de fixou em um loiro, ele não percebeu, mais um sorriso se formou em seu rosto só de vê-lo.

Pode me ouvir?Where stories live. Discover now