Capítulo 47

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- Marcelo Narrando -

Minha cabeça estava girando e tudo começou a se ligar. Entrei no escritório com a Brenda e me joguei em uma poltrona. Eu sentia o olhar dela sobre mim mas a mesma se mantinha quieta.

- Você sempre soube? - perguntei baixo

- Descobri no dia do jantar - falou e eu me lembrei das coisas que ela falou

- Por que não me contou? - perguntou sério - Eu podia ter evitado muita coisa, a surra que ela tomou as nojeira que ela falou de você

- Não era uma coisa que eu tinha que te contar, Marcelo - falou se agachando na minha frente e começou a contar as coisas que sabia

- O seu amigo bateu nela daquele jeito? Eu quero a cabeça dele, Brenda. Quem é ele? - perguntei sério

- Não vou falar, eu não concordei com o que ele fez mas eu não vou fazer isso - falei séria - Foi muito errado o que ele fez mas a Thaís sabia muito bem o que iria acontecer com ela, infelizmente isso é menos pior que acontece com quem se envolve com eles - se levantou e passou a mão no rosto

- Sabe o que é pior? Saber que você sempre fez de tudo pelo filho, sempre deu tudo do bom e do melhor, sempre deu amor e atenção pra descobrir que a sua filha levava porrada de vagabundo - falei respirando fundo e ela passou a mão limpando meu rosto

- Não fica assim, para de querer se culpar - falou calma e eu puxei ela pra sentar na minha perna - Eu tenho certeza que toda vez que você passava a mão na cabeça dela era pensando que estava fazendo o certo

- As coisas vão mudar e muito por aqui, Brenda - falei sério

- Já tinham que ter mudado - falou dando um beijo na minha testa - Se resolve aí e quando estiver mais calmo me liga

- Nós ainda vamos sair hoje - avisei passando a mão nos arranhões que ficou no braço dela

- Não precisa - falou sorrindo fraco

- Precisa sim e você merece - falei dando um selinho nela

Fiquei mais um tempo ali com ela tentando me acalmar mas eu ainda estava puto com a Thaís e iria me resolver hoje com ela. Entrei no quarto dela e estava tudo revirado e quebrado, ela ainda se acha no direito de ficar revoltada. Respirei fundo e tranquei a porta no quarto, ela estava deitada na cama chorando.

- Engole a porra do choro e senta - falei puxando uma cadeira e me sentei

- Pai, eu posso explicar - falou gaguejando enquanto se sentava na minha frente

- Explicar as posições que os vagabundos te comiam? - perguntei tirando meu cinto e ela arregalou os olhos - Explicar como é levar porrada de bandido? - gritei me levantando

- Não é assim, eu posso explicar - pediu soluçando

- Devia ter me falado tempos atrás - falei dando uma cintada nas pernas dela

- Para, por favor - começou a chorar mas eu sentia nojo só de olhar pra cara dela

- Ele parou quando você pediu? - perguntei sério - Responde

- Não - falou chorando cada vez mais alto mas eu não parava de dar as cintadas nas pernas dela

Dei mais umas cintadas nela e só parei quando ela começou a se tremer e ficar branca, eu sabia que não era de dor e sim medo misturado com surpresa porque eu nunca tinha batido nela.

- Vai tomar um banho, arruma esse quarto - falei me afastando dela

- Pai - chamou chorando quando eu estava saindo

- 10 minutos e eu volto - falei saindo

10 minutos em ponto eu voltei no quarto e ela estava sentada na cama e chorava em silêncio.

- Me dá a chave do carro - estendi a mão e ela se levantou pra pegar

- Vai me mandar pra minha avó? - perguntou me entregando

- Sua avó? Não - ri baixo guardando a chave - Agora é comigo

- O que você vai fazer? - perguntou baixo

- Você vai começar a levar sua faculdade a sério, vai arrumar um estágio pra bancar os seus luxos e carro só se você tiver dinheiro pra manter. Eu não vou te dar nem mais um real, Thaís. Acabou mesada, acabou festinha e acabou compras - falei sério - Minha única responsabilidade com você vai ser alimento e remédio - terminei de falar seco

- Como eu vou pra faculdade sem carro? - perguntou desesperada

- Você vai andando, se conseguir um estágio remunerado você começa a ir de ônibus - falei despreocupado e me levantei

- Não faz isso comigo - pediu voltando a chorar

- Um mês é o prazo pra você levar a faculdade a sério, se eu não enxergar mudanças eu tiro você da faculdade e vai ter que correr atrás de emprego - falei e ela se levantou tentando se aproximar mas eu me afastei dela - E você está devendo desculpas pra Brenda - terminei de falar e sai

Meu Coroa Where stories live. Discover now