Capítulo 77

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- Marcelo Narrando -

Eu tinha ido buscar a Brenda na faculdade e percebi que ela estava estranha, ficou quieta o tempo todo e assim que entrou em casa foi tomar banho. Assim que desceu ficou andando de um lado pro outro, eu sabia que ela queria me contar algo, só não sabia o que.

- Fala logo, Brenda - falei e ela parou de andar

- Como você sabe que eu quero falar algo?- perguntou desconfiada

- Só de olhar o seu jeito qualquer um percebe - falei desligando a televisão - Agora fala

- Promete que não vai brigar comigo e nem ficar bravo? - perguntou sem me olhar e eu já estranhei aí

- O que você fez? - perguntei sério mas tentei ficar calmo

- Só promete, amor - pediu tentando segurar o choro

- Eu prometo - falei e ela respirou mais aliviada

- Você prometeu e não pode mais voltar atrás - falou séria

- Brenda, para! Me diz logo o que é - pedi nervoso

- Já está ficando bravo e quando eu falar vai piorar - falou se levantando mas eu puxei

- Eu prometi - falei firme e ela respirou fundo

- Eu resolvi brincar de Deus, digamos assim, você sabe que eu sempre quis ser mãe, né? Não acho que esteja na hora mas você sabe do meu problema - deu uma pausa me olhando e falou rápido - Eu fiquei 3 meses sem tomar a injeção do perlutan

- Que porra é essa? - perguntei sem entender

- É a injeção pra impedir a gravidez - falou baixo - Eu fiz um monte de teste hoje, porque atrasou uns três dias e eu sou certinha

- Continua - pedi e ela já estava chorando, ela ficou quase uns 10 minutos em silêncio e tentando controlar o choro.

- Eu não sirvo pra ser mãe - falou de repente

- Como é? - perguntei confuso

- Eu fiquei três meses com você gozando dentro e não engravidei, tem mulher que o cara joga dentro uma vez e vem gêmeos - falou se levantando

- Brenda, calma - pedi e ela negou com a cabeça

- Calma não, Marcelo, pra você é fácil pedir calma que já tem três filhos e um neto - falou soluçando

- Deixa eu falar - falei alto e ela ficou quieta

- Fala então - falou cruzando os braços

- Não fica com raiva de mim - falei e ela concordou - O problema não é você, o problema sou eu

- Você? Você tem três filhos - falou sem entender

- Eu operei, amor. Tem dois anos que eu fiz vasectomia - falei e ela me olhou sem acreditar

- E você me deixou criar esperanças porquê? - perguntou alto - Você tem algum tipo de retardo?

- Deixa eu terminar - falei sério

- Termina ué, não tô tampando a sua boca - falou sem me olhar e eu revirei os olhos

- Eu falei que vamos ter filhos se você quiser porque vamos - falei e ela me interrompeu

- Vamos adotar? - perguntei menos brava

- A cirurgia é reversível - falei e ela me olhou na hora

- É sério? - perguntou e eu afirmei - Então o problema não sou eu?

- Eu não sei se a cirurgia deu certo mas só me vem na cabeça que o problema sou eu - falei sincero

- Ai meu Deus - falou me abraçando

- Eu vou operar pra reverter - falei simples e ela me soltou

- Eu não quero - limpou o rosto e se levantou

- Como? - perguntei confuso - Desde o início você sempre disse que queria ser mãe

- Não assim - riu fraco

- Não estou te entendendo - passei a mão no rosto - Eu juro que estou tentando, Brenda, mas realmente não estou entendendo

- É o meu sonho - sussurrou - Você está com a vida feita, filhos criados e curtindo neto

- Essa sempre foi a questão deu negar - falei olhando pra ela - Mas agora eu estou te falando que vamos ter e você vai realizar o seu sonho. Qual o problema?

- É um filho, Marcelo - falou baixo - Não é uma bolsa que você vai lá comprar e me dá - riu sem humor e eu suspirei - Você não quer ser pai novamente, você está fazendo isso porque é a minha vontade, né?

- É ué - falei simples

- Por isso que eu não quero - sussurrou - Eu queria que você tivesse vontade de ter filho comigo e não que fosse desse jeito - limpou a lágrima que escorreu - Não é filho que você queria? Toma aí - engrossou a voz e eu fiquei sério

- Não é assim também - falei sério - Acha mesmo que eu teria filho e não cuidaria ou desse atenção?

- A questão é a vontade - se levantou - Eu não quero um filho ao menos que o pai queira realmente ter um, querendo já imagino que seja difícil, imagina não querendo

- Brenda - tentei falar mas ela não deixou

- Me deixa sozinha - pediu e eu percebi que ela quase chorando

- Tá terminando? - me levantei e as lágrimas voltaram a cair pelo rosto dela

- Vai embora - falou baixo e simplesmente subiu

Meu Coroa Where stories live. Discover now