7.Rainha

522 44 5
                                    

Esperei o anoitecer e fui para o quarto de Erick. O quarto estava aberto, porém ele não se encontrava.

Ao lado de sua cama havia uma mesa com armamentos.

Fui à frente de seu guarda-roupa e abri suas gavetas na esperança de encontrar a chave, procurei também no meio de suas roupas, mas não encontrei.

— Alice? — ouvi sua voz, fechei a porta do guarda-roupa e as gavetas e então me virei para ele. Sua testa estava franzida, e suas mãos estavam em cima do cabo da espada que descansava na bainha.

— Erick — falei sorrindo.

— O que faz aqui?

— Estava procurando um arco para manter comigo.

Erick encarou sua mesa e disse.

— As únicas armas que tenho estão na mesa.

Erick deus as costas para mim e então percebi que haviam chaves no bolso de sua calça, essa era minha chance.

— Certo, desculpe-me por entrar em seu quarto sem avisar.

— Tudo bem.

Ainda de costas Erick tirou sua camisa, mostrando seus ombros largos e braços fortes. Erick virou-se para mim sorrindo, engoli em seco, sabia que estava provocando-me.

— Deseja algo a mais? —perguntou.

— Sim — respondi sem pensar.

— O que seria? — Erick aproximou-se de mim, tão próximo que podia sentir o calor que emanava de seu corpo e seu hálito gelado. Fiquei na ponta dos pés, minha boca próxima a sua.

— Desejo seus lábios — falei por fim.

Erick sorriu e seus lábios encostaram-se aos meus, seu beijo doce e sedutor. Minhas mãos acariciaram suas costas e desceram para sua calça, alcancei sua chave, mas Erick empurrou-me para a parede, beijando meu pescoço e depois voltando para meus lábios. Suas mãos prendiam as minhas contra a parede enquanto seus lábios brincavam percorrendo pelo meu pescoço.

Apenas precisava pegar as chaves — pensei.

Forcei meus braços e ele me soltou, o empurrei e o deixei cair sobre sua cama, fiquei por cima dele, e percorri minha língua pelo seu abdômen até chegar em seus lábios. Deixei Erick ficar sobre mim e novamente consegui segurar suas chaves, ele puxou meus braços e os estendeu na cama. Erick encarou meus olhos e então perguntou.

— Por que está tentando pegar as chaves?

— Você sabe.

— O que eu sei?

— Há demônios naquela sala e vocês os torturam.

— Você está aqui apenas pelas chaves?

— Sim — falei. Depois balancei a cabeça em negativo e voltei a dizer. — Não, talvez eu esteja aqui por mim e por você.

Erick ainda estava sobre mim e apertava meus braços contra o colchão.

— Alice, não posso permitir que você os liberte.

— Eu sou um demônio, então me leve como os levou. Torture-me.

Erick soltou-me e eu me levantei. Ele permaneceu sentado na cama.

Fiquei de costas para ele encarando as armas em cima da mesa.

— Alice, eu jamais a machucaria.

Peguei uma arma, me virei em sua direção e apontei para seu ombro.

— Mas eu o machucaria — dei o disparo e ouvi seu grito de dor. Peguei suas chaves que estava no bolso de sua calça e corri em direção ao subsolo.

Quando estava prestes a descer as escadas para o subsolo, ouvi o grito de Zoe.

— Eu ordeno que pare!

Olhei em minha volta e havia muitos caçadores com arco apontados em minha direção, prontos para disparar a flecha. Erick logo chegou, e ficou ao lado de Zoe, usava uma jaqueta que cobria seu ombro ferido.

— Você está aqui como uma convidada, não tem direito de machucar qualquer caçador que vive nessa morada! — Zoe estava irritada.

— Você está protegendo os seus e eu devo proteger os meus!

— Largue a arma! — ouvi Sebastian gritar.

Ele se aproximou de mim e muitos caçadores o advertiram.

— Cuidado!

— Confia em mim princesa? — ele perguntou e eu assenti colocando a arma no chão.

Sebastian segurou sua pedra ônix e então a arrancou jogando-a no chão.

Os olhos se tornaram vermelhos, sua jaqueta fora arrancada e suas asas negras apareceram causando espanto para muitos caçadores.

Sebastian me puxou para seus braços.

— Vamos desaparecer, feche os olhos — fiz o que ele pediu. Apenas demorou um impulso, ainda de olhos fechados ouvi Sebastian dizer. — A rainha voltou! — abriu meus olhos e visualizei milhares de criatura como aquela que me transformou, estavam todas de joelhos em minha frente. Sebastian virou-se para mim sorrindo, ele pegou uma de minhas mãos e beijou as costas da mesma. — Vida longa à rainha — sussurrou.

Criatura da NoiteDonde viven las historias. Descúbrelo ahora