9.Guerra

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As criaturas estavam em circulo, quando me aproximei visualizei que dentro do circulo havia algo no chão, e um dos demônios estava perto, entrei para entender o que estava acontecendo e visualizei uma pessoa no chão, o corpo estava do lado oposto da cabeça, o sangue dessa pessoa já havia formado uma poça.

— Rainha, você deve se banhar desse sangue — disse a criatura que pegava um pouco do sangue e passava em seu próprio corpo.

— Este é um humano, o que fizeram? — perguntei.

— É um caçador, deliciamo-nos com o sangue de um humano e ficamos ainda mais forte. Venha rainha — convidou animado.

Dei alguns passos para trás e visualizei Sebastian no meio da multidão, suas mãos também sujas de sangue.

Sebastian atravessou a multidão até se aproximar de mim e falou.

— Não se preocupe, você não precisa fazer isso, mas precisa entender que somos assim.

— Matam pessoas?

— Vamos para uma guerra, precisamos nos fortalecer.

— Não vamos para uma guerra! — gritei, fazendo todos os demônios me olharem.

— Mas precisamos estar preparados para uma — Sebastian se corrigiu e consequentemente os demônios balançaram a cabeça concordando. Sebastian limpou o sangue em suas próprias roupas e então entrelaçou suas mãos na minha. — Precisamos ficar juntos. Vamos nos teletransportar, assim nenhum humano nos vera.

Fechei meus olhos até que senti que fui impulsionada para cima, então abri meus olhos e visualizei que estávamos no gramado da morada da lua cercada por caçadores.

Todos os demônios estavam preparados para lutar, não iniciaram a batalham ao meu respeito.

— Quero falar com Zoe — anunciei.

Não demorou muito até que Zoe juntamente com Erick se aproximaram.

— Apenas Alice venha a frente — solicitou um dos caçadores.

Eu assenti e dei alguns passos para frente, mas fui puxada por Sebastian.

— Não.

— Está tudo bem, eu confio neles e você deve confiar em mim.

Sebastian soltou meus braços e eu me aproximei de Zoe.

— Diga — Zoe incentivou.

— Você sabe o motivo de termos vindo, e sabe também que não sairemos até liberar nossos irmãos.

Meus olhos estavam focados em Zoe, porém sentia que Erick me encarava.

— Alice, quero que saiba que apesar de tudo eu a perdoo, te aceito novamente — Zoe falou se aproximando ainda mais e segurando minhas mãos.

— Zoe, você é minha melhor amiga, mas dessa vez não estou querendo seu perdão. Eu quero que você liberte o meu povo.

Zoe respirou profundamente e se afastou ao gritar.

— Eles não são seu povo, e muito menos seus irmãos!

— Até quando vamos esperar? — ouvi um dos demônios falar.

— Não ainda — pediu Sebastian.

Eu não podia permitir essa guerra. Não podia permitir que meu povo e quem eu amasse corresse perigo.

— Zoe, você deve fazer isso por mim, por você e por todos aqueles que você se importa.

— Por que deveria? — Zoe estava irritada, eu até compreendia, mas ela tinha que entender o meu lado, eu sou um deles.

— Pois eu sei que você não quer que ninguém se machuque.

— Vá embora Alice! — Zoe gritou. — Não libertarei ninguém!

— Agora! — ouvi um dos demônios gritar.

— Não! — olhei para trás e as criaturas já estavam lutando contra os caçadores.

Uma flecha quase me atingiu, por sorte consegui desviar.

Zoe estava centímetros de mim, eu nunca pensei que faria isso, mas era preciso.

Pulei para cima de Zoe acertando um chute em seu abdômen, ela caiu no chão, mas agilmente ficou em pé. Ela deu um murro em minha cara e na próxima consegui desviar acertando com o impulso de meu corpo em sua cintura.

Erick me arremessou para longe de Zoe e veio em minha direção segurando sua espada. Todas suas tentativas de me acertar foram falhas, então não tinha mais certeza se era isso que ele realmente queria, pois Erick era bom o suficiente, ganharia facilmente de mim.

Zoe não estava mais em meu campo de visão. As criaturas estavam destruindo o local, seus poderem em conjuntos eram muito mais fortes do que os dos caçadores. Algumas ainda lutavam com correntes e espadas, mas os demônios mais fortes eram os que usavam poderes, esses deixavam rastros de corpos e um mar de sangue.

Eu não conseguia fazer Erick sofrer dano e ele falhava repetidamente em me acertar com sua espada.

Erick me derrubou e depois estendeu suas mãos para me ajudar a levantar. Aceitei sua ajuda, mas obviamente isso era apenas uma jogada,

Erick ficou atrás de mim e mobilizou meus braços e pernas.

Estava presa e sentia o respirar de Erick em meu pescoço.

— Chega! — ele gritou e todas as criaturas olharam assustadas para mim.

Sebastian correu em minha direção, mas Erick ameaçou me matar posicionando sua espada em meu abdômen, era só fincar que a magia dessa espada percorreria todo meu corpo e me mataria.

— Solte-a — gritou Sebastian.

— Eu ordeno que vão embora e esqueçam os demônios que estão aqui!

— Não iremos — Sebastian disse.

— Então a rainha de vocês morrera.

— Ele não vai me matar, Erick não teria coragem — avisei.

Nesse momento senti meu abdômen sendo perfurado. Erick havia fincado a espada em mim. A espada que me mataria.

— Não! — Sebastian gritou.

— Apenas nós temos o poder de curar sua rainha, se quer que ela viva, vá embora e nunca mais volte.

Sebastian olhou para os outros demônios e então desapareceram, deixando-me nos braços de Erick.

Ele retirou a espada, e me colocou no chão.

Sentia cada parte do meu corpo latejar, comecei a cuspir sangue, estava morrendo e dessa vez a morte parecia ainda mais próxima, e então meus olhos mais uma vez se abarcaram a escuridão.

Criatura da NoiteWhere stories live. Discover now