Má sorte.

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Eu havia conseguindo alcançar o Biller e despistar os policiais. Por conta da velocidade que corri com o carro, Liz gritou pra caralho sem entender nada. Eu não sabia que desculpa dá pra ela. Seu olhar continuava em mim, e eu tomava fôlego. Vi quando Biller também parou o seu carro e saiu de dentro. Ele vinha em minha direção.

- Caralho Jus... Dustin – Corrigiu assim que viu a Liz – Liz? – Perguntou, chocado.

- Obrigado por atrapalhar minha noite. – Fui frio, deixando ele sem graça.

- Eu quero saber o que está acontecendo. – Com raiva, ela perguntou, e seu olhar ainda estava sob mim. Bufei.

- Esquece o que você viu aqui. – Disse sem paciência.

- Esquecer? Você tá louco? Como acontece uma porra dessa e você me pede pra esquecer?

- O que aconteceu foi que eu estava dirigindo em alta velocidade, daí os policiais começaram a me seguir, e então tive a idéia de ligar para o Dustin.

- Foi só isso? – Arqueou as sobrancelhas.

- Sim, foi isso. – Biller suspirou. – Foi mal brô, vai levar sua mina pra casa, depois te ligo.

Não me importei pelo "Sua mina" e continuei calado. Assenti, em seguida liguei o carro. Biller se afastou e eu pisei fundo no acelerador. Estava puto.

- Você não viu que Biller quase foi preso? Dirige devagar Dustin!  – Reclamou, e eu ignorei. – Vai ficar me ignorando agora?

- Dá pra você calar o caralho dessa boca?

- Estava demorando de voltar, Dustin. – Seu tom foi irônico.

- Demorando de quê?

- A voltar a ser o ogro que você é.

- Eu sempre fui, e sempre vou ser um ogro. Não se iluda se eu te tratar bem, são poucas as vezes que eu tento ser gentil. Agora para de encher a porra da minha paciência.

- EU TE ODEIO, SEU IMBECIL. – Berrou, fazendo meus tímpanos doerem. 

- Pode apostar que eu te odeio mais ainda. – Fui firme em meu tom, sem tirar os olhos da estrada.

- NINGUÉM TEM CULPA DO SEU PASSADO, VOCÊ NÃO PODE TRATAR AS PESSOAS FEITO LIXO, DUSTIN!

- O que você disse? – Fervi de raiva, e olhei pra ela apertando ainda mais o volante na tentativa de me controlar.

- NINGUÉM TEM CULPA DE VOCÊ NUNCA TER SIDO AMADO, AS PESSOAS NÃO TEM QUE PAGAR POR ISSO.

- VOCÊ NÃO SABE DE NADA SUA VAGABUNDA, LAVE SUA BOCA PRA FALAR DE MIM.

- SEU LIXO, EU TENHO NOJO DE VOCÊ.

- NÃO É ISSO QUE VOCÊ DIZ QUANDO ESTÁ IGUAL UMA VADIA GEMENDO PELO MEU NOME.

- PARA ESSE CARRO AGORA.

Gargalhei com sarcasmo e continuei dirigindo.

- PARA AGORA DUSTIN, PARA ESSE CARRO. – Continuava a gritar, e eu freei bruscamente o carro. A rua que estava era toda deserta, ela iria querer voltar para o carro.

- DESCE. – Gritei de volta, e assim ela fez. A porta fez um barulho alto por ter sido fechada brutalmente. Liz começou a andar, e eu fiquei com mais raiva ainda. Ela era muito desacreditada. Abri a porta e desci do carro.  Fui andando atrás dela.

- ENTRA NAQUELA PORRA AGORA LIZ BECKER.

- VAI PRA PUTA QUE PARIU, ME DEIXE EM PAZ. – Respondeu no mesmo tom, sem deixar de andar. Cheguei perto dela e puxei seu braço com força.

O meu novo vizinho Where stories live. Discover now