Suspense.

143 14 53
                                    

Meu corpo fico gélido sem querer sair do lugar. Meus olhos encheram de lágrimas pelo medo que me percorreu. Olhei pra Dustin que estava com as sobrancelhas cruzadas, e o seu olhar perdido. Eu só queria acreditar que aquilo era um pesadelo.

- EU NÃO ACREDITO NISSO, COMO VOCÊ FOI CAPAZ DE SE DESONRAR ASSIM?

- Mãe, pa-pai, eu posso explicar. - Segurava com força a toalha para que ela não caísse do meu corpo. Dustin estava com a toalha apenas em volta da sua cintura. Eu estava vermelha de tanta vergonha.

- EXPLICAR? EXPLICAR O QUÊ? QUE VOCÊ É UMA VAGABUNDA? - Ele soltou as malas das mãos.

- Não fala dela assim, o que tem demais em fazer sexo? Ela tem 17 anos. - Dustin desdenhou.

- E QUEM É VOCÊ PRA ESTÁ SE INTROMETENDO SEU ENDIABRADO? - Meu pai estava tão nervoso que parecia que desmaiaria de raiva. O olhar de minha mãe sobre mim era de puro desprezo.

- Endiabrado? - Gargalhou - Que porra é essa?

- Dustin vai pra casa, por favor. - Sussurrei pra ele, e o mesmo negou com a cabeça.

- Eu não vou sair daqui, eles são loucos, vão querer te espancar.

Eu já não controlava minhas lágrimas de desespero.

- SAI DA MINHA CASA AGORA. - Mãe gritou, olhando para o Dustin.

- Dustin, por favor. - Pedi entre o choro.

- Como quiser. - Disse entredentes, e pegou suas roupas do chão. Ele nem vestiu as roupas e saiu andando depressa. Minha mãe fechou a porta com força e colocou as mãos na cintura, me encarando.

- COMO VOCÊ TEVE CORAGEM? A GENTE TE SUSTENTA, FAZ TUDO POR VOCÊ, E É ASSIM QUE NOS AGRADECE? CONFIAMOS EM VOCÊ LIZ, A GENTE SÓ QUERIA TIRAR UMAS FÉRIAS, E QUANDO VOLTAMOS VOCÊ SE TORNA UMA VADIA?

Abri a boca pra responder, mas acabou que não saiu nada. Eu estava mais que nervosa e não parava de chorar.

- ONDE ESTÁ ROCHELLE? - Pai perguntou, andando na sala, procurando pela minha tia. Oh droga, agora ela também iria se ferrar por minha culpa. - ELA NÃO ESTÁ AQUI?

- Ela teve que sair. - Disse com a cabeça baixa.

- ELA É OUTRA IRRESPONSÁVEL. - Minha mãe grita.

- VOCÊ VAI FICAR SEM CELULAR ATÉ O FINAL DO ANO, NÃO IRÁ SAIR MAIS PRA CASA DE NINGUÉM, E A SUA AMIZADE COM A ROSE E ASHLEY ACABOU. NÃO QUERO VOCÊ FALANDO COM ELAS. SUA MESADA TAMBÉM ACABOU. SUA VIDA SERÁ DO COLÉGIO PRA CASA, DA CASA PARA O COLÉGIO. - Meu pai falava apontando o dedo em minha cara, foi ai que eu não aguentei mais.

- EU NÃO VOU OBEDECER VOCÊS, EU NÃO SOU PRISIONEIRA, SE ISSO ACONTECEU DESSA FORMA FOI CULPA DE VOCÊS QUE NÃO ME DEIXAM VIVER. - Berrei, e no mesmo instante que acabei de falar recebi um tapa forte no rosto do meu pai. Olhei pra ele incrédula, querendo descontar da mesma forma, mas me controlei.

- VOCÊ É UMA VAGABUNDA.

- E VOCÊ É LOUCO! VOCÊS DOIS SÃO LOUCOS, EU OS ODEIO. - Berrei entre lágrimas. -  AQUI EU NÃO FICO NEM MAIS POR UM SEGUNDO.

- E PRA ONDE VOCÊ VAI? - Minha mãe gargalhou com deboche.

- NÃO TE INTERESSA, NADA DA MINHA VIDA TE INTERESSA MAIS A PARTIR DE HOJE.

Corri para as escadas e subi. Eles mandavam eu descer mas ignorei. Entrei no meu quarto depressa e tranquei a porta. Peguei a maior mala que tinha, e fui até o armário pegar minhas coisas. Coloquei tudo que a mala coube. Quando acabei, abri a porta novamente e fui descendo pelas escadas com certa dificuldade pelo fato da mala está pesada.

O meu novo vizinho Where stories live. Discover now