Bônus

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Decidimos parar em um restaurante para almoçar, antes de chegar na casa do vagabundo. Também decidimos não chamar reforços pra ir com a gente para não chamarmos atenção.

— Como é bom comer, céus. – Kylie disse antes de pôr uma colher cheia de arroz na boca.

— Admito que essas batatas fritas estão um delícia. – Caio gemeu. Ri e comi algumas batatas fritas também.

— Preciso voltar a minha rotina de academia, estou me sentindo obesa.

— Até parece, um corpo desse. – Kylie revirou os olhos – Quem precisa mesmo sou eu que já engordei uns vinte quilos.

— Exagerada. – Dei risada.

Quando acabei de comer, Caio e Kylie ainda não haviam acabado, então decidi ir ao banheiro.

Urinei, lavei minhas mãos, ajeitei meu cabelo preso num coque, e saí do banheiro. Até que me surpreendi com um homem que me olhou rápido antes de entrar no banheiro masculino em minha frente. O seu rosto parecia um pouco familiar. Estranhei. Como minha intuição não costuma falhar, decidi esperar ele sair do banheiro. Então me encostei na parede do banheiro masculino.

Contei em meu relógio no pulso que cinco minutos se passaram e nada dele sair do banheiro. Ou ele está defecando ou alguma coisa aconteceu. Escutei o barulho da descarga e em seguida a tampa sendo fechada. Esperei ele sair do banheiro, mas ele não saiu, então por impulso entrei no banheiro. Peguei minha arma do cós da calça e comecei a andar de passos lentos pelo banheiro. Abria as portas, não vendo ninguém. Então, segui o barulho da descarga que foi feita a poucos minutos, vendo uma pequena janela no alto da parede, aberta. Merda, ele fugiu, e se ele fugiu é porque algo tem. Rapidamente saí do banheiro correndo, de volta pra mesa onde estava.

— Caramba Liz, por quê demo...

— Vamos, vamos, tem um suspeito aqui fora, ele fugiu. – Falei tudo de uma vez, afobada, cortando a fala de Kylie. Caio deixou algumas libras em cima da mesa e a gente começou a correr pra fora do estabelecimento.

— Pra qual lado ele foi? – Caio perguntou.

— Ele pulou a janela, então com certeza foi pra lá. – Apontei pra direção de um beco. Começamos a correr para o beco o mais rápido que conseguíamos.

— Sem vestígios dele. – Kylie disse quando parou de correr pra tomar fôlego. Ela colocou as mãos nos joelhos e eu parei de correr também.

— Se ele foi mesmo nessa direção, ele deve estar por perto. – Caio disse com a respiração pesada, parando em seguida. Paramos perto de dois mercados e um bar, ambos pareciam sem movimento.

— Sabem aquele cara que a gente conseguiu ver nas imagens das câmeras de segurança? A parte do nariz, da boca e dos olhos? – eles assentiram – eu tenho quase certeza que é ele.

— Então vamos procurá-lo aqui, se o encontrarmos será de grande ajuda pra nós. Eu vou no bar e vocês vão nos mercados. – Caio falou.

Assentimos e tomamos direções diferentes. Entrei no primeiro mercado. Vejo um rapaz no caixa, sentado na cadeira e dormindo. Aí quando acontece assaltos por vacilos como esse, sobra pra nós. Revirei os olhos.

Andei por todo o mercado e não encontrei ninguém, o que me fez bufar. Ao resolver sair do mercado, me assusto por um barulho que escutei vindo de uma porta velha. Ou é depósito, ou é banheiro. Franzi o cenho e cheguei mais perto da porta. Com a arma na mão, dei um chute com força na porta e logo vejo o homem parado em minha frente com a expressão de medo, ele estendeu as mãos pro alto da cabeça como se estivesse se rendendo. Apontei a arma pra ele e fechei a cara.

O meu novo vizinho Where stories live. Discover now