62 - SE PERDER, VAI SER BEM FEITO!

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HENRIQUE

Até pensei em correr atrás de Amora, mas preferi deixá-la ter seu tempo a sós. A situação no geral era uma grande merda, então sabia que precisaria digerir.

Apertei novamente o andar de seu quarto e fui de encontro com meus amigos, que esperavam por alguma resposta sobre o que de fato havia sido decidido dentro daquele elevador.

Quando percebem que estou a sós meu retorno, a lamentação soa como coral. Sinto-me honrado de ter pessoas ao nosso que nos apoiam tanto.

- Ela não acreditou? - pergunta Dani, de braços cruzados, recostada na porta do quarto.

- Ela ficou mexida, mas, pelo que pude perceber - faço careta -, está precisando de um tempo a sós para digerir tudo isso.

- Cara, em que merda você foi se meter, em? - pergunta Janna, revoltada.

- Não adianta jogar isso na minha cara agora, Janna. A merda já foi feita, cabe a nós resolvê-la

Mahmoud solta uma risada psicótica, coloca as mãos na cintura e se aproxima de mim, incrédulo com o que havia acabado de ouvir.

- Você só pode estar de sacanagem, né? Porra, Henrique! Vai se fuder! - fala entredentes.

- Por que esse xingamento gratuito? - pergunto, confuso.

- Voce é um egoísta do caralho, é isso que você é! - suspira - Faz a merda toda, e espera que resolvamos no seu lugar? Não acha que já fizemos demais?! - revoltado.

Até abro a boca para respondê-lo, mas sou interrompido por Janna.

- Ele tem razão, Henrique! Está quase na casa dos quarenta, tem idade o suficiente para resolver as porras dos seus B.O's, principalmente quando poderiam ser evitados com tanta facilidade.

Daniele observava os dois em silêncio.

- Sabe o que acontece? - Mahmoud fala novamente, puto - Você ficou mexido com o retorno dos mortos de Ingrid. Aceitou essa merda por puro impulso, e agora está aí, na merda, a ponto de perder a mulher da sua vida. E quer saber?! - eleva o tom - SE PERDER, VAI SER BEM FEITO! - dá de costas.

- Olha, - Janna se aproxima, coloca a mão em meu ombro direito e diz de forma compreensiva - ele pegou pesado, mas... - suspira - tem razão - dá de costas e segue Mahmoud.

Encaro Daniele com os olhos mais que marejados e ela entende que preciso de um abraço, sem que precise soltar qualquer palavra.

- Vai ficar tudo bem. O amor supera! Sempre supera! - acaricia minhas costas.

- Dani... - suspiro - e se não superar dessa vez?

- Não vamos pensar nessa possibilidade, ok? - ela abre a porta e adentra o quarto.

- Eu não vejo saída para essa situação, Dani! - a sigo e jogo-me na cama.

- Eu sei por onde você pode começar, meu amigo! - ela encosta a porta e joga-se ao meu lado.

- O que? - cruzo os braços e encaro seu rosto de perto.

- Colocando aquela imbecil da Ingrid - revira os olhos, sem conseguir esconder a feição de nojo - ela ao menos tentou - em seu devido lugar. Você deixou ela crescer demais nessa situação, Henrique. Já passou da hora!

Ela tinha razão. As coisas tinham passado do ponto faz tempo, e, por mais que não quisesse admitir, o Mahmoud tinha razão. A volta de Ingrid me tirou completamente da caixinha, e acabei vacilando da pior forma possível.

Mas tinha fé de que conseguiria por as coisas no lugar. Precisava acreditar nas palavras de Dani... O amor tinha que superar.

- Eu só vou tomar um banho - suspiro - e vamos atrás dela para colocar os pingos nos i's.

Doce como Amora ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora