Fourteen; Lágrimas

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[Yuji Itadori narrando]

EU AINDA TENTAVA golpea-lo, mas sem nenhum sucesso. Sukuna ria, me vendo fracassar. Eu odiava o modo como ele me subestimava.

- Então, sensei...você é burro?

- Desculpe, como é que é?

- Perguntei se você é burro, sensei

-Primeiro, não me chame de sensei. Eu não sou seu professor, além de que ser chamado assim me lembra do idiota do Gojo. Segundo. Não, eu não sou burro. Por que acha isso, moleque?

- Tipo, qual o sentido de eu ficar 24 horas socando o ar? Pelo menos me ensina uns golpes!

- Não acredita no meu potencial de te ensinar?

- Não?

- Doeu, tá

- É, eu sei. Por que não me manda logo pro Gojo-sensei? Pelo menos lá eu aprendo algo que preste!

- Beleza, garoto, vou te ensinar um golpe. Saca-rolhas.

- Era impossível eu pensar que uma maldição podia ter a cabeça no lugar. O que eu estava pensando?

- Exatamente. O que você estava pensando quando disse que sou maluco?

- Eu não disse isso

- Mas quis dizer isso! Escuta. O Saca-rolhas é uma arte marcial, idiota. Olha pra mim é não perde o foco

[Autora narrando]

Sukuna se deitou no chão, com a barriga para baixo e colocou as mãos em uma das pernas de Itadori, jogou sem corpo para frente, com os pés no peito de Itadori, o empurrando para baixo, finalmente o nocauteando.

- Meu pai eterno...quase quebrou minhas costas, doido!

- Eu te mostrei como fazer o Saca-rolhas, agora...sua vez

Itadori bufou, se levantando, pronto para jogar Sukuna no chão. Fazendo os mesmos movimentos, repetia e repetia várias vezes, mas sem sucesso, a não ser ter a cara estatelada no chão molhado.

Enquanto continuava fracassando, Sukuna revirava os olhos, debochando de Yuji. Ainda se perguntava porque quis ajudar o garoto, afinal, não era de sua conta mesmo. O que o fazia sentir que precisava proteger o moleque?

Sabia que o homem que fez Yuji comer o dedo ainda estava por aí, Ryomen sentia isso, então, não era um problema o garoto morrer. Logo que morresse, era apenas uma questão de tempo para ser "enviado" até outro corpo. Podia apenas ficar sentado, esperando o moleque se ferrar. Mas por que não o fazia?

Sempre que via Itadori se machucar ou entristecer, por mais que risse e debochasse da cara dele, sentia um aperto no coração. Um dor que nunca sentiu antes. Ele não sabia bem o porque de ter aquilo, mas tinha, e não gostava nem um pouquinho.

Em um momento de transe com seus pensamentos, escutou Itadori soltar um "Viva!" super alto e dar pulos, enquanto sorria, e só então se deu conta que estava deitado no chão, com uma tremenda de uma dor nas costas.

- Beleza, moleque- se levantou- próximo passo

[Nobara Kugisaki narrando]

Naquele momento, já estávamos na escola, e meu rosto ainda estava molhado das lágrimas recentes, foi um porre para conseguirem me separar do corpo sem vida do Itadori. Assim que vi o corpo dele todo ensanguentado no chão, quis morrer, não suportava ver aquilo.

Tivemos poucos momentos juntos, mas aquilo tinha sido o suficiente para eu passar a ver ele como um grande amigo, daqueles que somos inseparáveis.

Doeu tanto.

Itadori tinha um buraco no peito e o amague que antes transbordava em um hemorragia, já estava seco. Agora, eu continuava a chorar, ao lado do Fushiguro, que mantinha sua expressão neutra, como sempre, enquanto Gojo gritava com os superiores logo na frente.

[Megumi Fushiguro narrando]

Eu realmente queria chorar, mas só de ver Nobara se debruçar em lágrimas, me dava raiva, tanta, que queria sair dali. Queria socar aquele cara q matou Itadori. Queria matar ele. Só de ver Nobara triste daquele jeito, me ver daquele jeito e ver como Gojo-sensei se encontrava, me dava mais vontade de quebrar a cara daquele desgraçado.

Sentia que meus olhos perdiam a cor a cada minuto que passava, enquanto as imagens dos momentos que passamos juntos - meus e da Nobara; Gojo - , vinham a minha cabeça.

Sem perceber, uma lágrima escorreu pelo meu rosto, e logo minhas bochechas ficaram totalmente molhadas, pelo choro que se iniciou.

Nobara deitou em meu ombro, e neste momento não aguentei. Nos abraçamos chorando. Lembrando de Yuji.

Nem mesmo quando minha irmã entrou em coma ou quando papai me deixou,  chorei tanto

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Nem mesmo quando minha irmã entrou em coma ou quando papai me deixou, chorei tanto. Tsumiki era uma pessoa chata, mas ainda sim, agradável. Gostava dela. Ela cuidou tanto tempo de mim...e a única coisa que fiz quando vi ela naquele hospital foi fazer algumas lágrimas descerem e uma semana trancado no quarto, debaixo das cobertas. Nada mais. Mas aqui estou eu, chorando horrores, abraçado a uma...amiga(não acredito que a chamei assim. Hugh!), e pensando em Itadori.

Eu sei que ele tinha que morrer uma hora, e não demoraria muito, mas...com tão pouco tempo assim? Poxa! E ele ainda me fez ficar deprimido com isso! Tsk! E...eu vou sentir tanta falta dele...

Oh, Deus! Onde estou com a minha cabeça?!! Por que agora? Por que não...mais tempo? Por que não podia passar mais tempo com ele?...Me deixa frustado.

[Aoi Todo narrando]

- ...Até quando vai continuar chorando?- Mai cruzou os braços

- Vocês mataram meu Besto Friendo

- Que caralhos é Besto Friendo?

- Você sabe bem

- Qual é, cara! Ele morreu. Era nossa missão, digamos assim. Fomos ordenados para isso, não tínhamos escolha! Além disso, ele é um garoto que come os dedos da maldição Ryomen Sukuna, não tem como ser boa pessoa. Se liga, hein!

- Você não viu o que eu vi. Além disso, você sabe que eu consigo sentir essas coisas. Eu senti que ele era um bom rapaz, e eu não erro!

- Tá, tá, bolinha de cristal! Ok, você sentiu. Blá, blá, blá! Ah, por Deuses! Dá pra calar a boca? Ainda temos que dar explicações a advogados, repórteres, médicos...geral tava lá! Não sei como ou quem, mas alguém chamou eles, e agora querem saber por que matamos ele, antes que nos prendam!

- Eu vou dar um jeito...como sempre

Continua.

Straight in the Throat|Jujutsu KaisenOnde as histórias ganham vida. Descobre agora