Direto na garganta, vá direto na garganta. Desde pequeno tinha essa voz dentro de mim, que tentava me levar ao mal caminho assim que alguém fazia algo que eu não gostava, mas nunca caia em sua lábia.
Não, não, não, não engasgue, vá direto na gargan...
MESMO QUE ESTA autora saiba de muita coisa, ela não entende muito sobre os superiores da escola Jujutsu, então não sei dizer como Yuta conversou com eles, mas no momento...ele estava correndo. Por que? Yuji iria morrer.
Yuta tropeçava nos próprios pés, correndo sem fim, apenas para tentar salvar um amigo, alguém que Gojo pediu pra proteger, alguém que o entendia.
Suguru Geto era pai de Itadori, alguém que Yuta tentou matar anos antes. Como podia dizer algo para Itadori? "Seu pai? Uau, sabia que eu tentei matar ele? Sabe, ele é um cara maligno que queremos que apodreça no inferno". Ok, não era mentira, mas Yuji já tinha problemas demais, poxa!
Yuta podia não ter dito, mas se em algum momento Yuji soltasse isso perto de um professor ou de Maki...ele com toda certeza ia morrer, era melhor que Yuta desse um jeito. Todos concordamos, foi idiotice disse aos superiores, mas ele tinha que dizer, aquilo...era um avanço. Achar aquele homem...seria como um milagre para a escola! Gojo com toda certeza ficaria irado, mas fazer o que, era a verdade.
A porta foi escancarada, Yuta suando e branco de pavor, Yuji sentado, assustado, um homem ao seu lado. Então, tudo ficou preto.
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O estômago de Sukuna revirava, os olhos se enchiam de água, a pele ficava seca. Estava passando mal, mas...o que era aquilo? Não lembrava mais o que era ter dores assim, ficar doente...nada disso. Quando piscou novamente, estava em um gramado verde, no meio do nada, e estaria sozinho...se não fosse um homem um pouco à frente, virado de costas, cabelos rosas e uma túnica branca.
- Quem é você?- gritou.
O homem se virou, sorrindo, mas era só isso, ele não tinha um rosto, Sukuna não conseguia ver, era tudo...aquele sorriso, aquele maldito sorriso.
Ele conhecia aquele sorriso, não lembrava de quem, mas era de alguém. Alguém de quem ele queria lembrar...com todas suas forças, mas não conseguia. O homem sorriu e sorriu, mas não disse seu nome, apenas...o abraçou. Assim que era um abraço? Tão...caloroso? Tão quente...ele se encaixava perfeitamente em seus braços, como se fossem feitos um para o outro, duas peças se encaixando.
- Salve Itadori.
- Conhece Itadori?
- Salve Itadori...nos salve.
- O que?- sentiu seu ombro se molhar, e no segundo seguinte estava deitado sobre as águas vermelhas de seu domínio.
Conseguia ver. Um homem, olhos azuis, moreno, cabelos castanhos e um corte no lábio, ao lado de um Itadori assustado. Sem motivo, seu peito se encheu de raiva, sem motivo, se viu irritado, e sem motivo...trouxe o homem ao seu domínio.
O homem tinha um demônio no ombro, cruzava os braços, sem muita importância.
- Você quem guarda o garoto?
- Guarda...? Ahn, o que fazia com o garoto? Ele tava todo se tremendo, coitado.
- Ah, aquilo. Eu só...oh, não é importante.
Sukuna trincou os dentes, aparecendo bem na frente do homem, o segurando pelo pescoço.
- Acho que não iria querer fazer isso, Sukuna. Gojo quase não foi páreo para mim, então duvido que você será. Vou te engolir inteiro.- Sukuna ficou tenso. Como aquele homem sabia que ele era o temível Sukuna?- Posso te engolir, assim como Yuji fez e está fazendo.
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[Yuji Itadori narrando]
Aquele homem começou a olhar para o nada, eu estava com medo, e o rosto pálido de Yuta na porta não ajudava em nada. Aquele cara conseguiu me paralisar, ele tinha uma espada e um rosto que dizia que ele podia me matar à qualquer segundo. Eu sabia que iria morrer em algum momento próximo, mas...era realmente para ser agora? E por um maníaco, ainda por cima?
Senti uma mão segurar meu braço e fui puxado para trás. Uma onda elétrica me acordou para o que acontecia ao meu redor: O espaço. Estrelas cobriam minha visão, cores voavam por mim, azul, roxo, preto...todas elas me cobriam. Uma voz me chamou por trás, e então eu estava em uma cidade, bem antiga para falar a verdade. Parecia outra década.
- Olá?- chamei e então todos se viraram para mim.
- Como está vivo?- gritaram.
Estava tão confuso, e então me pegaram pelos braços, e eu não tinha forças para empurrá-los. Fui arrastado para o pé de uma árvore, e no segundo seguinte estava com uma corda no pescoço, um corpo ao meu lado. Aqueles cabelos rosas como os meus, aquela tatuagem no pulso...
- Sukuna?- E puxaram a corda.
Minha visão ficou turva, eu não conseguia respirar, meus olhos reviravam, minha boca se contorcia, não sentia meu sangue e...abri os olhos. Yuta estava ao meu lado. Meu corpo todo doía, se arrepiava e eu chorava baixo enquanto corria ao seu lado.
[autora narrando]
Os olhos de Gojo estavam arregalados e ele estava completamente sem palavras.
Ele tinha certeza, Geto havia morrido em sua frente após a luta contra Yuta, como era possível? Quer dizer, ele podia ser pai de Itadori, mesmo que não fosse do feitio engravidar...como ele dizia, macacos, por aí. Geto ainda era vivo quando Itadori nasceu, mas aí vinha mais uma bomba: Itadori tem um pai, e ele está vivo.
Geto vivo, Itadori conseguia suportar Sukuna dentro de si, até mesmo antes de Sukuna, Itadori tinha uma força anormal. Se juntarmos tudo...por que seria mentira? Geto era seu pai.
Os superiores discutiam entre si. O que fazer? Talvez fazer alguma merda atraísse Geto e ele o matariam? Essa era uma boa ideia, e essa ideia sem nenhuma aprovação de Gojo, surgiu:
