Fiveteen; Acordar de um pesadelo

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[Yuji Itadori narrando]

PORRA. AGORA ELE nem me olha na cara. Tô com a bunda molhada, sentado nessa água de esgoto vermelha a uma meia hora já, e ele continua com essa cara de bunda aí! Na moral, eu realmente não sei o que ele quer, afinal, por que ele iria me ajudar e ensinar essas coisas?

Parece que nunca vou conseguir entender o Sukuna, ele não abre um brecha! Não sei, parece que ao mesmo tempo que quer se aproximar de mim, também quer distância.

- Tá pensando em que, muleque?

- Nada que te interesse.- faço bico

- Grosso. Pode ir, muleque.

- Ir onde? Se tu não se ligou, a gente tá no meio de uma água com ossos sem fim.

- Voltar pros seus amigos, seu animal.

- Acabou o treinamento? Oxi.

- É, você me irrita demais, volta logo.

[Megumi Fushiguro narrando]

O corpo de Itadori foi levado para a escola, e só vimos ele quando chegou no laboratório. Nobara chorava no meu ombro sem parar, e quando viu o corpo de Itadori deitado na maca, eu realmente pensei que ela ia desmaiar de tanto chorar. Nobara continuava chorando enquanto abraçava o corpo do Itadori e neste meio tempo, Gojo-sensei chegou. Gojo-sensei estava branco igual papel.

- Gojo-sense-- Nem consegui terminar de falar que Nobara me interrompeu, gritando com Gojo.

- Gojo, onde diabos você estava??!- Nobara gritou segurando a camisa do professor.- Por sua culpa o Itadori morreu!- Naquela altura do campeonato Nobara nem sabia o que fazia mais, precisava chorar.- Se você estivesse lá...- Soluçou- ele estaria vivo...

- Nobara, acha que eu estou bem com isso? Está claro que os superiores fizeram isso. Mandaram matar Itadori por causa do que ele tem entro dele, sem se importaram com a vida ou em quem ele, por medo.

- E o que acha disso?- Pergunto.

- Se eu pudesse e tivesse poder o suficiente para isso, os mataria agora mesmo.

Gojo-sensei encostou no peito de Itadori, sentindo a sangue seco se esfarelar em sua mão, enquanto Nobara chorava mais e mais, agora no chão. Eu sabia que ele não estava bem, conhecia Gojo a anos para saber disso, e nunca o vi tão triste. 

- Quem o matou?

- Noritoshi Kamo.- Respondi.

- Claro...a marionete jujutsu, como não pensei nele antes?

- Aoi tentou impedir.- Falei irritado.

- O que?! Isso é novidade.- Riu fraco.

- Posso dissecar ele logo ou vão depressivos até dar o meu horário de sair?- Shoko Ieiri bufou.

- O que? Dissecar?! Ficou louca?!!- Nobara se alterou.

- Ordens dos superiores. Acham que com o corpo do seu amigo, podem descobrir algo novo a maldição e ainda o porque desse garoto aguentar tão bem Sukuna.

- Eu vou te matar!

- Pode tentar, vai até fazer um favor para mim.

[Yuji Itadori narrando]

Senti uma dor sem fim vindo do meu coração e se espalhava por todo meu corpo, me fazendo tossir sangue. Sukuna olhava com os olhos brilhantes para mim, como se se segurasse para não me lamber, o amor dele por sangue era insano. Eu me assustei. Não vomitei, nem ao menos tive vontade de o fazer, era como se o sangue não fosse nada, como se fosse água. Então Sukuna tinha realmente cumprido com sua parte do acordo? Sukuna era um homem de palavra ou era mais um joguinho dele? Antes que eu pudesse pensar nisso por amis tempo, abri meus olhos rapidamente e quase fui cegado por uma luz branca muito forte. Escutei um grito alto e assim que me sentei, senti um frio forte em todo meu corpo, até mesmo nas partes íntimas, o que me fez arregalar os olhos.

- Ih, to com o bingula de fora!

Havia uma mão grande em meu peito, e lá estava cheio de sangue seco. O meu sangue. Sorri vendo que até agora não havia me sentido enjoado.

- Pedofilia e Necrofilia é crime, sensei- falei vendo seu rosto assustado.

Gojo-sensei estava de óculos escuros, era algo novo que eu nunca pensei ver, mas era engraçado pensar assim, porque era para eu estar morto. Ele estava com os olhos marejados, e era a primeira vez que via seus olhos, o que eu achei muito lindo. Eram lindos um mar de cristais. Aff, estou com inveja.

- Ita-Itadori?- ouvi uma voz de baixo e lá estava Nobara no chão, descabelada e parecendo um emo com a cara toda preta de rímel.

- Holla~

Ela correu até mim, me abraçando tão forte que pensei que morreria de novo por falta de ar. Ela me abraçou e me bateu, me xingando de tudo que é possível, e por incrível que pareça, Megumi também me abraçou e chorou. Me sentia amado.

- Como está vivo?

- Fiz um acordo.

- Que tipo de acordo- Gojo-sensei me olhou irritado.- Não me diga com o Sukuna?!!

- Tá bom, eu não digo.

- Itadori, você enlouqueceu? Ele obviamente te enganou!

- Isso quem pode dizer sou só eu, então até lá, vou confiar.

- Confiar em uma maldição? Tá fumando rola?

- Olha, pode me chamar de louco se quiser, mas ele me ajudou e não é tão ruim assim. Tá, eu não gosto dele, mas ainda sim...consigo confiar nele pelo menos uns 30%, então vou confiar.

[Autora narrando]

Sukuna riu em seu trono, massageando a testa e sorrindo. Itadori era o primeiro que falava algo assim para ele. 

Itadori o lembrava ele. Aquele garoto que aparecia em seus sonhos.

- Idiota.

Continua

Sim, próximo cap. vai ter a vida passada do Sukuna. Se não gostou, me processa.

Straight in the Throat|Jujutsu KaisenOnde as histórias ganham vida. Descobre agora