Nineteen; Minha culpa

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Descobri esses dias que os dedos do Sukuna tem sabor de sabão, fiquei tipo--- Agora vou ter que falar que os dedin do gostoso são cheirosos, do lixo ao luxo

[Autora narrando]

YUJI ALONGOU OS braços, se preparando para correr por sua vida, ou melhor, um treinamento com Maki.

Maki Zenin era a mulher mais forte que ele já tinha visto, e a melhor. Ela era boa no que faz, muito boa, e Yuji sabia reconhecer isso. Nunca foi muito chegado a ser próximo de mulheres, então não podia negar estar meio nervoso, e torcia pra ela não ser um pé no saco como Nobara.

- Pronto, franguinho?- a Zenin chegou rindo.

Ok, ela também seria um pé no saco.

- Você e Nobara ainda vão dar o que falar...- suspirou.

- O que?

- Nada não...Você que vai me treinar hoje?

- Sim, você tá fodido.

- É, eu sei.

E a partir dali, Yuji e Maki começaram. Yuji sentia o suor descer por sua testa, os braços cansados e as pernas tremerem, Maki lhe treinava como ninguém. Nunca na vida havia se cansado tanto com exercícios, sentia o sangue borbulhar, Sukuna sussurrando em seu ouvido que devia ir com mais força contra a mulher, mas Yuji não tinha mais forças, estava sendo mais difícil que treinar com a própria maldição.

Maki riu, vendo como Yuji ofegava e ficava vermelho. Lhe lançou uma garrafa de água e o viu agradecer enquanto se sentava na grama. Yuji daria conta de tudo? Já tinha tanta coisa para aturar, como Sukuna, esse era um exemplo do caralho, mas ele teria que aguentar. Ela quase tinha pena.

- Mais 4 voltas na quadra, Yuji!

[Ryomen Sukuna narrando]

Chutei um osso para longe, frustrado. Não, essa não era a palavra. Puto. Eu estou puto. Estão arrastando Yuji para o meio de tudo isso, ou melhor, estão usando ele. Era óbvio que estavam se aprovando do motivo "ele vai morrer de qualquer jeito" e o "ele tem uma maldição dentro dele, ele é do mal", mas não, Yuji não é do mal. Odeio dizer isso, mas ele não merece morrer, pronto! É bizarro dizer uma coisa assim, já que eu também uso ele e detesto a parte "ficar dentro dele", mas até eu tenho princípios, e dentro disso tudo, sei o quão bom esse garoto é e com como ele merece viver por um bom tempo.

Eu deveria chutar todos esses aproveitadores.

Fechei os olhos, o chamei e no segundo seguinte lá estava Yuji, suado, sem camisa e bem na minha frente. Caralho.

- Agora? Sério, Sukuna? Eu estou ocupado!

- Foda-se? Precisamos conversar.

Yuji cruzou os braços, tencionando os músculos. Sukuna quase rezou aos Deuses para não reagir à aquilo.

- Sabe que está sendo usado, né?

- Sei.

- E tudo bem com isso?

- Se importa mesmo?- assenti- Hum, engraçado, não parecia se importar quando me fez quase matar pessoas inocentes, quando me fez ficar com medo e trauma de sangue. Quando fudeu com minha vida.

- É, eu não me importava mesmo. 

- E por que agora seria diferente?

- Posso ser o mal e o caralho A4, mas isso não me impede de ter senso comum. Vivo com você à anos, e parece que já sabe disso, finalmente se tocou disso, e sabe que estive em todo momento. Você não merece morrer, é bom demais para isso.

- Em uma coisa concordamos.

- Estou falando sério, Itadori. Você merece viver.

- Que pena que tive que comer seus dedos, agora isso não é mais uma escolha minha.

- Poderia fugir...

- Para onde? Ao menos que você tenha uma casa escondida na suíça, estamos presos aqui. Acha que não queria sair daqui e viver minha vida normalmente? Quer dizer, a parte de lutar contra maldições junto dos meus amigos me deixa feliz, mas a parte de que tenho que aturar um Sukuna na minha vida e que vou morrer cedo não me agrada.

- Beleza, isso, jogue a culpa em mim, babaca.

- Não, o babaca aqui é você. Você decidiu ser um lixo de pessoa e se tornar uma maldição depois da morte, seu merda, eu não tenho nada à ver com essa bosta toda, é um problema seu, você causou isso.

Itadori sumiu do meu domínio, me deixando ali...sozinho. Como ele podia falar tudo aquilo para mim? Ele não sabia de nada, merda...

Eu sei que é culpa minha. Se eu não tivesse feito tudo aquilo...claro, eu não me lembro do meu passado, tem essa parte, mas as vezes algumas partes da minha vida voltam à tona. Eu sei que me apaixonei no passado por alguém que não podia, e isso foi minha ruína, mas não sei por quem, não sei porque sou o monstro que sou hoje, mas me lembro da corda. A corda que tirou minha vida.

Me lembro de todos gritarem comigo, a corda sendo posta sobre meu pescoço, eu chorava, mas era de raiva, e então a dor. A dor de ser enforcado. A escuridão veio logo em seguida e depois...memórias perdidas, ocupado demais em vingar meu amor.

Odiava minha parte romântica, e acho que foi até que uma benção voltar como maldição, assim não tenho que suportar essa merda.

Maldições não se apaixonam. Eu não me apaixono.

Continua.

Straight in the Throat|Jujutsu KaisenOnde as histórias ganham vida. Descobre agora