SETENTA E DOIS

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Pov Draco

Me sentei na recepção do hospital St. Mungus. Eliza está no centro de emergência e visitantes não são permitidos. Eu sento com minha cabeça em minhas mãos e minha mente imersa em pensamentos. Estou feliz que ela esteja segura agora, mas não quero perdê-la de vista. Minha perna salta incontrolavelmente conforme fico ansioso.

Pansy e Theo ficaram em Hogwarts com Blaise. Eu não os culpo. Ele precisa de todos agora. Não consigo nem pensar em como ele está se sentindo.  Eu sinto muito por ele! Eu realmente sinto, mas estou feliz que Eliza esteja viva.

Quando aparatamos de volta para Hogwarts, fomos recebidos com muita comoção. Harry deve ter dito algo para alguém que disse algo para outra pessoa porque rapidamente se espalhou a notícia sobre onde estávamos. 

O pai de Eliza estava lá. Ele estava gritando com Dumbledore, que estava gritando com a gente. Mas quando viram o corpo sem vida de Daphne, todos se acalmaram.

Três horas atrás...

Senti meus pés pousarem no chão novamente, enquanto segurava Eliza em meus braços. A primeira coisa que vi foi Dumbledore caminhando em nossa direção. Madame Pomfrey veio em nossa direção com camas e eu rapidamente coloquei Eliza nela.

— Eu disse para não ir! — Dumbledore gritou.

— Eu...

— Vocês poderiam ter morrido, suas crianças tolas! — ele continuou a gritar, mas nenhum de nós sequer piscou para suas palavras.

— Eu não terminei de falar com você, velho — eu ouvi uma voz muito familiar.

Eu me virei e vi o pai de Eliza andando atrás de Dumbledore.

— Essa é minha filha... — o pai de Eliza, Richard disse e passou por Dumbledore, indo até a cama onde Eliza estava deitada.

— Você a encontrou? Você a trouxe de volta? — Richard começou a me interrogar.

— Sim — eu disse.

— Então, os malditos alunos podem fazer um trabalho melhor do que você, velho — Richard se virou para Dumbledore.

— Eu não tenho batimento cardíaco dela — Pomfrey gritou enquanto tentava ajudar Daphne.

— Ela está morta — Blaise respondeu sem emoção.

Dumbledore caminhou até a garota sem vida e ficou com os olhos fechados.  A culpa o sobrecarregava.

— Vou entrar em contato com os pais dela — disse Dumbledore e foi embora.  Nos deixando nos corredores.

Madame Pomfrey levou Eliza e Daphne para a ala médica. Nós quatro a seguimos, assim como Richard. Quando chegamos lá, Madame Pomfrey verificou Eliza, mas disse que ela estava em um estado tão ruim que precisava ser transferida para St. Mungos imediatamente. Tentei ir com Eliza e Richard, mas fui interrompido por Pomfrey dizendo que apenas a família pode ir. Eu lutei, mas Richard colocou a mão no meu ombro e acenou para mim com um pequeno sorriso nos lábios. Eu estava confuso. Ele estava me agradecendo? Eu estava tão perdido em meus pensamentos de novo que, quando os três apareceram, era tarde demais para eu me juntar a eles.

Alguns momentos depois, Astoria entrou gritando e as lágrimas encheram seus olhos quando ela viu sua irmã morta. Ela soltou um grito ao cair no chão.

Sem dizer uma palavra, saí da ala hospitalar e apaparatei em St. Mungos.

Três horas depois...

E então aqui estou eu sentado na recepção de St. Mungos esperando a madrugada chegar, para ir ver Eliza.

Quando o relógio bateu 4 da manhã, fiquei de pé, passando pela recepcionista adormecida e pelos corredores. Eu conhecia meu caminho pois já havia feito isso antes, quando Eliza estava aqui. Quando cheguei às salas de emergência, comecei a olhar pelo vidro da porta de cada quarto.

Quando a vi, meu coração afundou. Ela tinha alguns fios e tubos presos a ela.  Queria tanto entrar na sala, mas não consegui. Não enquanto seu pai estiver dormindo ao seu lado.

Então, depois de ver Eliza dormir um pouco, voltei para a recepção, onde finalmente adormeci.

Passei os dois dias seguintes na recepção. Assistindo enquanto as pessoas entravam e saíam do hospital.  A mãe de Eliza tinha vindo na manhã seguinte. Ela passou correndo por mim sem nem mesmo me ver. Observei enquanto ela falava freneticamente com a recepcionista e depois corria pelo corredor do centro de emergência.

Theo veio me ver e me disse que o período letivo terminara mais cedo e que todos voltaram para casa no verão uma semana antes. Ele tentou me fazer ir para casa, mas sua tentativa falhou e ele foi embora logo depois.

Na manhã seguinte, fui pego de surpresa quando vi Eliza passando pela recepção, seus pais um de cada lado dela. Eu me levantei imediatamente.  Ela disse algo aos pais e eles passaram por mim.

— Não sei como posso agradecê-lo por salvar minha filha — disse sua mãe ao passar por mim, segurando meu braço.

Seus pais então foram ficar do lado de fora.

Eu me virei para Eliza e caminhei até ela imediatamente, envolvendo meus braços firmemente em torno dela.

— Você está bem? Você está bem? — eu perguntei a ela rapidamente.

— Draco, eu estou bem agora — ela respondeu e então ficou na ponta dos pés e beijou meus lábios.

Eu a beijei de volta apaixonadamente.

— Mas eu tenho que destruir o cristal agora! — ela deixou escapar quando interrompeu o beijo.

— Não, Eliza, podemos esperar...

— Não, não podemos! — ela suspirou — Você não entende. Noah está falando sério sobre isso. Ele quer todos nós mortos...

Seus olhos se entristeceram.

— É ele já matou um de nós.

— Ei. Não pense nisso! — eu assegurei a ela enquanto minhas mãos seguravam seu rosto.

Ela passou seus braços em volta de mim novamente e me abraçou com força.

— Vejo você no baile de verão — disse Eliza e eu quase havia me esquecido disso.

Um baile de verão anual ao qual todas as famílias puro-sangue vão e celebram o início do verão.

— Por favor, escreva para mim — falei a ela.

— Claro que vou — respondeu ela.

— Ok. Você pode me soltar agora — Eliza riu.

— Só mais alguns segundos — eu disse enquanto a segurava perto do meu corpo.

Mas, eventualmente, nosso abraço chegou ao fim e eu a vi sair do hospital e se encontrar com seus pais.

E eu observei enquanto eles se afastavam.

Not So Innocent | Draco MalfoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora