Vindos do Céu

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Estava tudo em completa calmaria, os pássaros cantavam, o vento soprava em torno das árvores, Rowena estava comendo uma fruta, ela estava escondida acompanhando a movimentação de um pequeno pássaro que andava em um galho das altas árvores da floresta

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Estava tudo em completa calmaria, os pássaros cantavam, o vento soprava em torno das árvores, Rowena estava comendo uma fruta, ela estava escondida acompanhando a movimentação de um pequeno pássaro que andava em um galho das altas árvores da floresta. Mas algo além do pássaro chamou sua atenção, lá em cima nos céus. Algo brilhante parecia descer em direção ao chão, Não era a primeira vez que algo brilhante caia do céu. Mas o que veio depois surpreendeu a garota, uma explosão soou assustando os pássaros que levantaram vôo e Rowena, que se escondeu em meio a mata alta. A bola brilhante se apagou e algo reluzente como metal desceu dos céus e acertou o solo fazendo tudo tremer. Quando as árvores pararam de balançar e o chão parou de se mexer, foi quando Rowena se levantou. Olhando para direção da onde aquilo caiu, a garota sabia que a coisa estava perto da fronteira e com certeza o povo da floresta tinha visto e com certeza ouvido.
Uma curiosidade maçante formigava sobre a pele de Rowena, ela não se conteve e correu na direção que a coisa tinha caído. A garota se espreitou pela mata, sempre atenta a qualquer movimentação, ela não podia ser vista por nada nem ninguém.
Foi quando Rowena viu uma clareira recém criada pelo impacto, uma estrutura alta e de metal reluzia por conta do sol. A garota puxou o arco o armando, deu um passo à frente quando não viu nada se mexendo. Ela se assustou quando uma parte da estrutura se abriu, Rowena correu de volta para a floresta, guardou o arco e começou a escalar uma árvore. Rowena se escondeu em meio aos galhos e folhas, a parte de metal se abriu e bateu no solo, uma porta. Uma pessoa saiu, uma garota, enquanto outros observavam do lado de dentro. A garota se aproximou da borda, sorriu e saltou para fora, ela ergueu os braços e gritou, todos os outros correram para fora gritando de felicidade. Eles corriam e andavam pelo espaço se abraçando e rindo, eram tão estranhos. Rowena percebeu que aqueles deveriam ser o povo que foi para o espaço que sua mãe tanto contou histórias sobre.
Rowena viu quando uma garota loira se afastou da estrutura, avançou alguns metros da floresta sendo seguida por um garoto, Rowena desceu da árvore muito rápido para ser notada, se esgueirou pelo mato segundo os dois.
–Tá muito séria princesa –Rowena ouviu o garoto dizer à menina. A loira tinha um pedaço grande de papel enrolado em mãos– E a gente nem morreu numa explosão ardente.
–Fala isso para aqueles dois que saíram dos assentos pra te seguir –Rowena não entendeu o que a garota loira quis dizer, mas deduziu que esses dois outros garotos estavam provavelmente mortos.
–Não curte ser chamada de princesa. Curte, princesa? –o garoto provocou.
–Você tá vendo aquele monte? –A loira perguntou se referindo a montanha grande a alguns bons quilômetros da onde eles estavam. Rowena sentiu um arrepio só de olhar para o lugar.
–Tô.
–Monte Weathers. Há uma floresta ensopada de radiação entre nós e nossas refeições –a loira explicou. – Aterrissamos na montanha errada.

Um tempo tinha se passado e Rowena voltou para as árvores. A loira e o garoto voltaram para o grupo, a loira rabiscava alguma coisa no seu pedaço de papel. Ela parecia a única a se preocupar com a situação que ela e os outros estavam. Um outro garoto, agora de pele preta de cabelos escuros e curtos, se aproximou.
–Temos problemas. O sistema de comunicação já era –o garoto explicou– Eu fui na sala, tinha doze painéis perdidos. O calor fritou os fios.
–O que importa agora é chegarmos ao Monte Weather. Olha só –a garota se virou para o mapa– Estamos aqui. E aqui é onde precisamos chegar pra sobreviver.
–A onde aprendeu a fazer isso?...–a garota não respondeu, Rowena viu que ela ficou desconfortável–...com seu pai.
–Ah, legal um mapa –um garoto magricela e de óculos estranhos na cabeça apontou para o papel– Tem algum bar na cidade? A cerveja eu pago –ele brincou.
–Cai fora –o garoto moreno segurou o de óculos e o afastou. Um grupo de garotos se aproximou, alguns deles tinham pedaços grandes de madeira na mão.
–Ei! Tira a mão! –um do grupo falou. Ele tinha um sorrisinho sádico.– Ele tá com a gente.
–Calminha –o garoto moreno pediu– A gente só quer se localizar.
–Estamos na terra, não basta pra você? –mais uma pessoa surgiu, agora outro garoto, ele estava acompanhado pela menina que foi a primeira a sair da nave, ela tinha longos cabelos escuros. Todos começaram a se reunir para olhar o que parecia ser o começo de uma discussão.
–Precisamos achar o Monte Weather. Ouvimos a mensagem do meu pai, é nossa prioridade.
–Danice o seu pai –a garota de cabelos escuros ralhou. O garoto moreno pareceu confuso– O quê? Acha que manda aqui? Você e a sua princesinha?
–Você acha que ligamos pra quem manda aqui? –a loira perguntou– Precisamos chegar a Monte Weather. Não porque o chanceler disse, mas porque se esperarmos muitos a fome vai chegar e isso vai ficar mais difícil. Quanto acham que vamos durar sem os suprimentos? Temos trinta quilômetros pela frente, tá legal? Se quisermos chegar lá até a noite. Precisamos sair, agora –Rowena sorriu, para ela, a loira era a mais racial de todo esse grupo.
–Eu tenho uma ideia melhor. Vão vocês dois, tentem encontrar. Os privilegiados dando duro pra variar –o garoto que estava ao lado da menina de cabelos escuros interviu. Os dois pareciam bem similares, Rowena deduziu que ambos poderiam ser irmãos. Rowena não gostou dele, era irracional como os outros.
–Vocês não ouviram? Todos temos que ir –o garoto moreno tentou explicar mas o garoto do sorriso sádico o empurrou.
–Olha só pessoal. O chanceler da terra –o garoto gozou. Rowena não sabia o que o chanceler queria dizer, mas pelo visto deveria ser como o líder para o povo do espaço.
–Acha isso engraçado? –o moreno perguntou. Ele recebeu uma rasteira do garoto que o zuou, o fazendo cair de costas no chão.
–Wells! –A garota loira tentou intervir mas foi segurada. O garoto que Rowena agora sabia que se chamava Wells, se levantou. Os dois garotos estavam prontos pra brigarem, Wells mancava, provavelmente tinha machucado o tornozelo. A briga foi interrompida quando o garoto cabeludo, o primeiro que Rowena viu conversando com a loira. Pulou de cima da estrutura, caindo bem no meio da briga.
–O cara tá ferido. Que tal esperar pra uma luta justa? –o cabeludo perguntou.
–Ei, spacewalker –a garota de cabelo escuro chamou– Me resgata na próxima –às pessoas riram. O garoto que começou a briga se afastou, aos poucos todos fizeram o mesmo. Rowena viu o garoto que provavelmente é irmão da garota de cabelos escuros se aproximar da irmã não muito feliz.
–O que? –a garota perguntou.
–Ele é um criminoso –o garoto reclamou.
– Todos nós somos –a garota respondeu petulante. Rowena ficou surpresa. Como assim eles eram criminosos? Eles eram perigosos? Foram perguntas que rodaram a cabeça de Rowena. A garota observou os dois conversando, a menina morena chamou o outro de Bell. Mais um nome que Rowena teria que guardar.
Ela deixou os dois irmãos de lado e voltou a observar a loira e o menino moreno, o cabeludo separador de brigas se aproximou.
–E aí, Monte Weather. Quando vamos? –ele perguntou.
–Agora! –a loira decidiu e se virou para o garoto machucado– Voltamos amanhã com a comida.
–Como vocês dois vão carregar comida pra uma centena? –o garoto questinou. O cabeludo se afastou e voltou puxando dois garotos com ele. Um era magrela de óculos, o outro tinha olhos pequenos e rasgados, usava uma jaqueta vermelha.
–Nós quatro –o cabeludo informou– a gente pode ir?
–Parece uma aquipe –a garota irmã do Bell se juntou a eles– Somos cinco.
–Pera aí, você vai fazer o que? –Bell perguntou.
–Sair a passeio – explicou a garota.
–Ei, tá tentando tirar isso? –a loira perguntou ao cabeludo, ela segurava o pulso do garoto. Rowena não conseguiu ver do que se tratava.
–Sim, porque? –o cabeludo perguntou afrontoso.
–Essa pulseira transmite seus sinais vitais pra Arca. –a loira explicou– Tire ela e vão te considerar morto.
–Devo me preocupar?
–Bom, não sei. Quer que as pessoas que você ama te considerem morto? Quer que te procurem aqui em dois meses? Não vão te procurar se acharem que você morreu –o cabeludo se calou– É, tá legal. Agora vamos.

Fell From The Sky - The 100 (Em Correção)Where stories live. Discover now