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 — Amor meu! — Aldous sorriu com o canto da boca.

— Não finja estar bem... nenhum de nós está, mas ficaremos! — Althea retrucou, preocupada com seu amado.

— Tenho que ficar! — afirmou.

— Prepararei algo para comermos, então banhem-se!

— Sim, senhora — assentiram em coro.

Sigmund despertou da meditação no altar, assustado por ouvi-los. Vendo Aldous desperto, ele aproximou-se rápido.

— Estão bem? Mestre? Mãe? — indagou, preocupado.

— Ficaremos — respondeu Althea. — Você precisa de banho.

— Sim, senhora.

— Como você está? — arguiu Althea.

— Enjoado, mas bem... parece que bebi muito vinho! Melhorarei.

— Pelo que ouvi falar, bebeu muita Himeros e nem sei se é do jeito que estou pensando! — Byron gargalhou, descontraindo.

— Byron! — repreendeu Althea.

Aldous tocou uma nota na lira para puni-lo pela afirmativa.

— Ai, pai. Desculpa! — gargalhou.

Althea beijou suas testas e foi à cozinha. Os rapazes se banharam e saíram em silêncio. O resto da horda também chegou.

Ao fim da refeição, todos foram ao templo da escadaria numa fúnebre marcha. Lá, tiraram um tempo para reestabelecer sua estabilidade e renovar suas forças, mesmo que pouco.

Não precisavam ou queria falar sobre a próxima queda.

Ela era iminente e nada podiam fazer para evitar.

***

Findado o momento de orações, todos dispersaram em silêncio.

Althea tomou Aldous pelo braço e seguiu com ele ao seu quarto.

— Seja moderado nos próximos dias, amor meu — pediu, sentando na cama e convidando-o a deitar sua cabeça em seu colo.

— Serei... Devo me preparar para outra, não!? — arguiu retórico.

Cabisbaixo, o mestre fechou os olhos, almejando apenas sentir as carícias ao invés de se ater aos próprios pensamentos pessimistas.

— Sim, precisa. Pode pedir ajuda aos outros guardiões para diminuir sua carga de trabalho... — aconselhou, preocupada.

— Se a queda é uma certeza, não posso. Basta vitimar um e não suportamos. Epifron parece cansado. Se Anesiquia esteve tão próximo ao abismo, não posso confiar na estabilidade de ninguém.

— Lembre-se que estarei sempre aqui por ti. Basta me ouvir e eu o puxo de volta aos meus braços — sorriu com otimismo.

— Só queria que não fosse necessário — desabafou.

— Queríamos, amor meu, mas você não se permite curar.

— Não posso me dar ao luxo de mudar.

— Não consegue parar de se torturar.

— Se eu mudar, posso deixar de te amar!

Althea silenciou, triste com uma afirmativa tão grave.

— Sei que dirá ser impossível, que pragma tudo vence; mas não posso... se perder o pedaço de mim que te ama, nada será igual, não quero. Todo o sofrimento me é pouco, comparado ao nosso pragma.

Algos - Livro α - 3ª EdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora