Aldous despertou com o choro de Sigmund. Olhou na direção e viu o menino com o rosto enterrado no peito de Althea.
— O que houve? — perguntou, sentando ao lado da mulher.
— Amnésia. Isto deveria ocorrer? — perguntou, preocupada.
— Não é consequência; as memórias fictícias foram removidas.
Aldous beijou a testa de Althea e foi ao banheiro, incapaz de observar o pranto do menino e manter a própria estabilidade.
Althea apoiou a cabeça na cabeça do menino.
Após muito chorar, Sigmund dormiu. Ela o deitou e, incapaz de conter as lágrimas, foi ao altar buscar conforto nos braços de sua mãe divina. Aldous, após o banho, juntou-se.
— Preciso ir, senhora. — Aldous disse ao fim das preces. — Não se preocupe, voltarei! — Ele sorriu, enxugando as lágrimas do rosto de Althea. — Meus lindos olhos choram.
— Momentâneo... — Ela sorriu, suspirando. — Cuide-se! Que a mãe o guie pelos caminhos da renovação e seu perfume lhe aponte o caminho de casa — bem-disse Althea, em tom de oração.
— Amém, senhora! — Ele a cumprimentou, formal, e partiu.
***
Althea saiu e, no salão principal, Brianda a cumprimentou:
— Minha mãe, Arri está estável. Despertou, comeu, porém, por recomendação de Gwendalyn, descansa. Segundo o informado, não há perigo algum e o descanso é um conforto psicológico.
— Terminamos o cuidado do menino, levarei algo para comer e na sesta descansarei. Estou exausta! — Acariciou o rosto da moça.
Na cozinha, Dieter estava cuidando das primeiras tarefas.
— Bom dia, meu filho — cumprimentou.
— Mãe! Do que precisa? — perguntou Dieter, virando-se a ela.
— Não se preocupe, vim buscar algo para o pequeno Sigmund.
— Tiana preparou biscoitos, deve dar energia a ele! — Dieter pegou um pote de vidro no armário com alguns muitos biscoitos.
— Ele gostará do carinho! — Ela riu. — Ficará mal-acostumado.
— Preparo uma bebida com fruta ou... não sei ainda, tudo bem?
— Obrigada! — Althea sorriu, voltando para o grande salão.
Ela sentou em sua poltrona, apoiou sua cabeça, fechando os olhos. Ouviu Dieter batendo à porta e entrando. Servindo, ele disse:
— Trouxe vinho e água, um chá de cereja e algumas frutas, caso queira. Trouxe uns biscoitos para não mal acostumar tanto. Posso recolher as louças do seu quarto, minha mãe?
— Claro, fique à vontade — concordou, gentil.
Dieter a cumprimentou e foi ao quarto recolher a louça acumulada durante o tempo em que Althea e Aldous trabalharam. Sigmund acordou assustado, sentindo alguém que não era Althea.
— Calma! Perdão pelo incômodo, volte a dormir, se quiser...
— Onde está Althea? — perguntou, procurando-a no quarto.
— No Grande Salão. Trouxe a refeição para ambos. — Dieter sorriu. — Bom dia, meu irmão! Como está se sentindo?
— Estou bem, Dieter. Obrigado. Vou ao banho...
Dieter terminou e saiu. Sigmund foi à porta observar se Althea estava lá e, confirmando, foi ao banho, arrumou-se e juntou-se a ela.
— Bom dia! — O menino se aproximou. — Dou muito trabalho, não é!? — perguntou retoricamente, acanhado.
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Algos - Livro α - 3ª Edição
SpiritualSe há dor em tudo, é realmente necessário curar? O que dói em ti? Presente, passado, futuro O tempo. No fim do dia, O anseio de tudo que vive é apenas ser livre! Mesmo que doa. O existir. Loucos podem chorar? Loucos podem lutar? Amar? Doentes podem...