Capítulo 5

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Capitulo 5

O lar desejado

- Misty, será que aquele carinha arrogante avisou realmente a moça?

- Ele disse que faria, como forma de se desculpar. Não é possível que seja tão cretino.

Madalena torce o nariz, em uma implicância nada velada em relação a Leon.

- Onde está o papo de amar ao próximo como a si mesmo? - Misty pergunta, instigada com a atitude da noviça.

Tudo bem que Madalena nunca foi muito certa da cabeça, mas essa aversão é novidade aos olhos de seus amigos.

- Ele não é próximo, está bem distante de ser, especialmente depois de dizer que estou vestindo um abajur.

- Está fazendo uma salada conveniente da palavra de Deus, Madalena. Seria bom se confessar, tão logo estivermos bem instalados. - Heitor sugere, parecendo ter voltado à sua calma habitual, mas na verdade, está bem distante disso.

Deixando suas amigas por um instante, o diácono caminha em direção à sala onde o médico colocou a loba. Ele está curioso sobre os acontecimentos, em especial, sobre o animal que não é da região.

Heitor se apressa pelo corredor quando ouve passos e uma porta bater.
O local está mal iluminado, com apenas uma lâmpada acesa no final do corredor. Lentamente, ele se aproxima da porta, abrindo a mesma sem hesitar e encontrando a sala vazia.

- Algum problema?

Ele trava por alguns segundos, mas se vira em seguida, ostentando um sorriso forçado.

- Estava procurando o Leon - mente o diácono.

- O doutor foi embora, acho que você viu quando ele saiu.

- É claro, eu havia me esquecido. - disfarça diante do olhar desconfiado da senhora de jaleco branco, a mesma que o atendeu quando entrou no hospital.

- Deseja mais alguma coisa?

- Sabe me dizer para onde levaram a loba.

- O animal estava bem, mas foi levado para uma clínica veterinária perto daqui. Provavelmente vão soltá-la, ainda hoje.

- Está certo, obrigado.

A senhora acena um tchau e espera o moço voltar para a recepção, sem tirar os olhos da figura que a deixou bastante desconfiada.

- Onde você estava? - Misty questiona seu amigo, assim que ele retorna à recepção do hospital.

- Fui procurar um banheiro. - responde com mais uma mentira. - E então, nada da moça ainda?

- Não e estou começando a achar que o medico arrogante nos enganou. - Madalena diz enquanto caminha em direção à saída, mas desiste no instante em que Cleópatra solta um rugido.

- Meu Deus, quer me enfartar, sua gata escandalosa? - Misty segura a lince pela coleira, tentando com todas as suas forças conter o animal que está se impulsionando em direção à enorme porta de madeira.

Isabely abre a mesma e quando entra, é surpreendida por uma gata enorme rugindo em sua direção. Ela prende a respiração, já esperando o pior quando o animal se solta das mãos de Misty, partindo para o ataque.

Isabely fecha os olhos e se encolhe contra a porta, acreditando inocentemente que assim possa se proteger.

Misty e Madalena gritam em desespero quando tentam agarrar a guia da coleira e acabam falhando terrivelmente.

LUA DE SANGUEWhere stories live. Discover now